domingo, 30 de setembro de 2012

Gracinha

A Gracinha se foi e com ela as infinitas gargalhadas e situações inusitadas que ela nos presenteou nestes anos e anos como apresentadora de TV. Ela era a cara do nosso Brasil e seu exagero não fazia mal a ninguém, pois somente ela era capaz de usar colares grandiosos, brincos maiores ainda e arrematar com um vestido brilhante e nem assim parecer cafona. 
Ela era Hebe.
A mesma que amava Roberto Carlos e cantou emocionada num show que algumas cantoras fizeram para homenageá-lo há 02 anos. Ela abriu o espetáculo, emocionada, sorridente como era característico dela. Assisto sempre o DVD e me emociono com ela e com a Marília Pêra, que foram as mais grandiosas dentre tantas beldades. Mesmo com a doença lhe consumindo, ela jamais aparecia triste e passava para o público o brilho que era característico da sua personalidade. Nos últimos tempos a artista estava mais magra, visivelmente cansada, mas com muitos projetos de TV, inclusive de voltar ao SBT no ano que vem. Sua ida para a Rede TV foi um erro gritante, pois nem o programa combinava com ela e nem ela combinava com a emissora. O cenário era "teen" demais para a maior dama que o meio artístico brasileiro teve o prazer de conhecer.
Quem acompanhava a carreira dela, sabia que quando a sua morte chegasse seria uma comoção nacional, como agora está sendo. É inegável o carinho que todos tinham por ela e isso se reflete nas mensagens que estão publicadas no Facebook ou nas várias reportagens e fotos disponibilizadas nos sites que temos conhecimento.
Ninguém era capaz de sair de um hospital linda, no brilho e na peruca. Hebe era e fez isso muito bem. Com dignidade, altivez, como uma dama. Sua alegria jamais será esquecida pelo povo brasileiro e servirá de exemplo para todos nós que vivemos irritados com tão pouco quando na verdade a felicidade só precisa da nossa disposição. Isso ela tinha demais, pois sua vivacidade era exemplar e notávamos que seus relacionamentos com os artistas e público em geral eram de pura cumplicidade e que de certa forma algumas se espelhavam nela para serem um pouco do que ela foi.
Hebe nos deixou, sim, mas ficou o seu legado, a sua determinação, o seu olhar apertado, seu sorriso trincado, mas feliz.
Ficaram as imensas saias justas que ela criou no palco e que mesmo assim faziam a alegria dos que deveriam ficar constrangidos ou com raiva dela.
Ficou o exemplo de mulher, de comunicadora, de cantora e também de brasileira.
Vá em paz!
Sentiremos muita saudade...

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