segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A Terra dos Meninos Pelados

Assisti neste final de semana a peça teatral  "A Terra dos Meninos Pelados", que é da obra de Graciliano Ramos e que reflete muito da realidade atual de muitas crianças, quando estas são discriminadas pelas suas diferenças. Na estória, a personagem principal é criticada pelos seus colegas de escola por ser diferente e ter a cabeça pelada e os olhos coloridos, um verde e outro azul. 
Quem já estudou sabe como é difícil ser diferente nas escolas pois logo viramos o assunto do momento, seja porque somos gordos, cabeludos, carecas, feios, narigudos ou tantas outras características que encontramos na vida e que fazem cada pessoa ser diferente das outras e ter neste aspecto a sua beleza maior.
Num sonho, ele viajou para um mundo onde todos eram iguais a ele e as discriminações não existiam, simplesmente porque as pessoas nem sabiam o significado disso. Tudo era possível e permitido, mas era fruto da inocência e não da falta de ordem. Assim mesmo somos nós que aprendemos a discriminar quando encontramos alguém diferente do nosso padrão "aceitável" ou quando percebemos que este dom pode por em risco a nossa majestade.
Quem discrimina, geralmente, tem medo dos outros descobrirem nele a característica que mais abominam e ignoram. Na peça teatral, que se tornou um lindo musical, o enredo é esse e cada momento da trama é contada com muita música e descontração, onde cada personagem assume características bem marcantes e mostra um pouco da sua visão sobre o mundo e também das pessoas.
Mesmo encontrando neste mundo imaginário tudo que ele sempre queria, ainda assim o personagem principal da trama, Raimundo, busca voltar para a sua casa e terminar um compromisso muito importante assumido com a sua vida, que é concluir um exercício de geografia que o ajudará a entender melhor o mundo e as características de cada povo.
A peça mostra que ser diferente é apenas uma questão pessoal e cada um pode entender este aspecto como quiser, bastando ter uma formação bem definida do que é ser igual ou diferente. Na verdade não existe igual e nem diferente, existem características que tornam as pessoas mais ou menos iguais ou mais ou menos diferentes. Nunca iguais, mas, sim, sempre diferentes.
A peça estará em cartaz no Teatro Barreto Júnior, no Pina, durante os meses de Agosto e Setembro, sempre aos Sábados e Domingos, às 16:30h. O público deste final de semana estava bem aquém da beleza e do conteúdo do espetáculo, mas tenho certeza que uma boa divulgação fará a diferença e lotará a sala de espetáculos para que todos conheçam um pouco desta temática tão atual e tão bem contada.

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