terça-feira, 31 de maio de 2011

Redondezas

Andando pelas redondezas das cidades que passo, noto como esta impressão é importante para percebermos como a cidade deve ser, pois se notamos muita miséria e desorganização, já temos um certo descrédito no que iremos ver mais adiante. Recife tem uma das regiões periféricas mais terríveis que conheço e o descaso das estradas, os lixos espalhados e o excesso de favelas faz com que a paisagem fique desgastada.
Em algumas capitais como João Pessoa e Natal, o aspecto é bem diferente e a impressão é outra, bem melhor, ótima. Salvador é outra capital que tem as áreas periféricas bem desgastadas, mas bem melhoradas com o tempo, algo que não aconteceu por aqui.
A BR 101 está terrível e cheia de buracos, os bairros do Ibura, Barro, Macacheira e Curado são desordenados e cresceram sem estrutura alguma, deixando nas margens da estrada um aspecto cheio de problemas que vão desde as habitações em locais inadequados até os pontos comerciais em locais inapropriados. Quem chega ao Recife pelas estradas tem uma péssima impressão e pensa que está chegando numa cidade abandonada e totalmente desestruturada. Se entrarmos na cidade, veremos que nem tudo é assim, mas muitos aspectos vistos nas áreas marginais se repetem nas áreas mais urbanas.
Li uma reportagem que a BR 101 será reformada e espero que esta reforma atinja os viadutos que ficam próximos à Universidade Federal, pois quem não conhece a cidade, fica literalmente perdido com os infinitos caminhos sem sinalização, iluminação e com buracos de sobra. Não vou nem falar dos ferros velhos que ficam por ali, pois com a proliferação que está ocorrendo na área, daqui a alguns dias tomarão conta das estradas e não haverá mais local para que os carros transitem.
Quem chega ao Recife pela Estrada da Batalha tem a impressão que está chegando numa cidade destruída por algum maremoto, pois só se vê estrago, obras inacabadas e falta de comprometimento das autoridades e construtoras.
Um projeto de revitalização urgente precisa ser feito para podermos oferecer aos visitantes melhores visões da nossa cidade e com isso deixar bem distante a má impressão que fica todas as vezes que passamos por estes locais.
Se você chega ao Recife voando, é a cidade mais linda do mundo. Dá prazer observar.
Se chega pelas estradas, de carro, a história é outra e dá desgosto de ver.
Ah... Esqueci de falar dos congestionamentos nessas área motivados por falta de estrutura, mas isso é assunto para outra publicação aqui no blog.
Por hoje, está bom.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Estudar, apesar das dificuldades...

Fotografei este transporte escolar no final de semana na zona rural do município de Buíque e pude perceber como alguns alunos tem dificuldade de chegar até a escola e com isso poder ter acesso à educação, pois os transportes parecem mais caminhões de gado e o desconforto e perigo que causam é algo que me chamou a atenção.
Num país como o nosso, a educação já é algo que precisa de cuidado e imagine se as prefeituras e governos não tiverem a consciência necessária para este aspecto, pois se um fator tão simples como transporte é tratado desta forma, imagine outros mais essenciais como não devem estar.
Quem reside na zona rural sofre um pouco com o acesso à educação e se formos perceber, notaremos que a vontade destes moradores é ainda maior se compararmos com os que residem na cidade, pois somente para poderem chegar na escola já destinam uma força adicional para realizar um atividade tão costumeira.
Fico ao mesmo tempo satisfeito vendo que a resistência deles é grandiosa e dá exemplo a muitos habitantes das grandes cidades que não destinam o mesmo esforço para a mesma atividade e fazem da educação um peso, sendo usado como justificativa para omitirem a falta de desenvolvimento e aperfeiçoamento.
Minha mãe sempre me falava quando eu era criança que nós éramos privilegiados, eu e meus irmãos, pois na nossa época o acesso às escolas eram fáceis e que na infância dela havia muita dificuldade para estudar, pois não havia meio de transporte na zona rural e muitas vezes ela e meus tios tinham que ir para a escola andando e quando chovia, era comum não terem aula, pois os acessos ficavam intransitáveis.
A educação sempre será a chave do desenvolvimento mas não é interesse governamental que isso seja presente na vida dos brasileiros, uma vez que quanto mais desinformados forem os cidadãos, mas fácil ficará a manipulação dos mesmos e o convencimento com assuntos banais e que não contribuam para o efetivo crescimento da Nação.
Educar é acima de tudo um dever do Estado e uma necessidade básica de qualquer ser humano.

domingo, 29 de maio de 2011

Trilha - Vale do Catimbau

Neste final de semana pude conhecer um local incrível e que até então só tinha escutado falar pelo nome, que foi o Vale do Catimbau, no município de Buíque, Pernambuco. A cidade pequena abriga um grandioso sítio histórico, onde montanhas, formações rochosas, pedras coloridas, pinturas rupestres e uma infinidade de espécies na vegetação rica do sertão.
Chegamos à cidade de Buíque às 11:00, num sábado de muito sol e poucas nuvens. A trilha que fizemos no primeiro dia foi leve e contemplativa e nos mostrou o famoso Morro do Cachorro, o Vale do Catimbau e muitas formações rochosas numa vegetação diferenciada e muito bonita de se ver, pois do alto de um grande morro tivemos a oportunidade de assistir o entardecer, terminando nossa caminhada já no escuro e sendo auxiliados pelas lanternas que serviam de olhos noturnos num local onde somente as estrelas eram as luzes mais fortes.
O ponto alto deste dia foi a visitação dos paredões de pedras coloridas, onde a majestade do local nos deixava pequenos e insignificantes diante de tanta beleza. Ótimo local para registrar imagens inesquecíveis e cheias de tons diferenciados.
A fotografia do local é linda e não há uma paisagem que fique imune as lentes dos vários fotógrafos amadores que visitam o local e fica até complicado escolher uma paisagem para eternizar, pois todas são dignas de serem lembradas tanto nos arquivos digitais como nos arquivos de memória, que são mais duradouros e alegram o espírito de qualquer um.
No domingo, a trilha começou na Pedra do Cavalo Marinho, passando pela Pedra do Coração e depois por algumas pinturas rupestres que encontramos. O vale que tivemos a oportunidade de ver neste dia foi mais espetacular e isso era notado pelos paredões de pedra que emolduravam a paisagem e faziam do visual algo tão bonito que era difícil conter a emoção de estar tão integrado à uma paisagem que nos arrebata pela beleza e grandiosidade.
A surpresa que tive foi quando fui fotografar um esqueleto de um animal e quando olhei pertinho de mim, vi uma cobra num arbusto. A minha sorte é que ela estava meio sonolenta e acho que tinha feito uma refeição há pouco tempo. Pensei que estivesse morta, mas quando tocamos nela com uma madeira, ela se moveu.
Pense num susto...
Um aspecto muito positivo na cidade é a estrutura das poucas pousadas que lá existem, pois possuem um conforto simples, mas aconchegante e que satisfaz plenamente todos os visitantes e aventureiros. A associação dos guias turísticos do Vale do Catimbau tem uma sede própria e oferece produtos diversificados para os visitantes, sendo apoiados pelo SEBRAE, que lhes deu toda a iniciação necessária para poderem mostrar seu artesanato e riquezas da região.
O que não percebi foi o apoio do Governo do Estado de Pernambuco, pois mesmo esta sendo uma das sete maravilhas do Estado, não há preocupação por parte do Governo para que ela se torne realmente visitada e tenha estrutura mais confortável para os turistas que sempre estão passeando pela região e aquecendo a economia local.
Não vi lojas de artesanato que tivessem artigos diferenciados e que explorassem a região, fazendo com que o visitante pudesse voltar para casa com uma lembrancinha do local. Existem pequenos artesãos que ainda não possuem ou não querem ter este diferencial dentro de si. As pessoas ainda nãos e deram conta de como a região que moram é importante, sendo esta vista pelo aspecto histórico, turístico e ambiental.
A Vila do Catimbau precisa ser apoiada para que as pessoas possam ter o discernimento que residem num santuário ecológico e, assim, deixarem de realizar intervenções ou jogar lixo em locais inapropriados, causando com isso um aspecto poluído em algumas passagens. Os moradores precisam se identificar com tudo isso e dessa forma ajudar ao turismo a engrandecer a região e mostrar para o Brasil que Pernambuco é belo e tem ótimos locais para visitação.
Pretendo voltar para fazer outras trilhas no local e conhecer ainda mais a região que num primeiro momento me deixou encantado. 

sábado, 28 de maio de 2011

Pop, Rock, Lírico...

Fico feliz quando vejo algo da minha cidade natal, Garanhuns, ter destaque no cenário nacional. Fico mais feliz ainda por saber que este destaque acontece por causa da música da cantora Andréa Amorim, que vem tendo vários indícios de que sua voz e talento não terão lugar no esquecimento da MPB e sim nas melhores listas de classificação musical, onde o talento e a qualidade vocal são analisadas com muito cuidado pelos críticos.
Lembro de Andréa quando ela ainda era participante de uma banda de rock lá em Garanhuns e quando o seu som ainda parecia estranho demais, pois ela mescla rock, MPB e canto lírico. É difícil conseguir misturar isso tudo e ainda conseguir soar harmônica e com versatilidade no palco. Andréa consegue.
Seu visual é bem interessante e moderno e denota sua imensa personalidade como cantora, pois para muitos que optam por conseguir espaço de forma mais rápida, terminam por criar uma linha mais comercial e que não tenha um impacto visual que possa causar um certo descaso dos mais tradicionais.
A cantora veste sempre modelos extravagantes, tem cabelo vermelho, tatuagens bem desenhada, saltos de perder os sentidos e muita, muita segurança.
Suas roupas são feitas por outro pernambucano de grande talento, que é o Walério Araújo, natural de Lajedo, cidade que fica próxima à Garanhuns. São modelos que casam direitinho com a artista, gerando uma sintonia perfeita e criando uma identidade bem formada de uma artista que tem muitos outros desafios numa carreira que já é antiga, mas que começa a ter brilho definitivo a partir de agora.
Ela está sendo assessorada por uma agência produtora mais abrangente e já anuncia a gravação de um CD por uma gravadora de maior porte, a qual possibilitará mais destaque da sua música, possibilitando que todos possam conhecer o seu trabalho.
Tenho um CD dela em casa e sempre que tenho oportunidade escuto e analiso a sua qualidade musical. É instigante e muito motivador o seu som, além das belas composições musicais que faz, sem ficar esperando que letras prontas venham para o seu repertório.
Não vou comparar ela com ninguém como geralmente as reportagens fazem, pois para mim ela é diferente e merece ser fonte de comparação.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Insistência

A insistência é uma qualidade, mas pode ser vista também como um defeito se esta não estiver apegada a princípios bem definidos e com razões de existir. Ser insistente somente para fazer um tipo não é nada bom, sendo necessário o nosso compromisso com a justiça, verdade e melhoria das ações.
Hoje cedo passei quase 10 minutos tentando convencer um frentista de que o meu carro não precisava de um aditivo, pois já tinha feito revisão há menos de um mês. Tive que ser bem enfático com ele e pedir para que ele não insistisse mais para que eu não tivesse que ficar sempre dando uma resposta negativa a todo momento para uma situação que já estava bem resolvida na minha cabeça sem que outra pessoa tivesse que ficar me irritando com aquilo. Era notável que a insistência dele era para ganhar comissão na venda.
No lado profissional, existem pessoas que nos cercam que usam a insistência como forma de mascarar suas falhas e buscar nas atitudes dos outros os meios necessários para eximir sua culpa e falta de competência. Devemos sim, cobrar atitudes, devolutivas, ações, prazos, mas ficar sendo insistente para algo que não gerará fruto é algo desumano e sem ideal de grandeza.
Insistir em relações desgastadas, em pessoas que não possuem compromisso e interesse, é algo que não é bom e este tipo de atitude só nos faz descer um pouco na nossa escada do amor próprio, fazendo com que fiquemos com o nosso ânimo desgastado e sem felicidade no olhar.
A nossa insistência deve ser sempre voltada para a vida e felicidade e com isso motivarmos todas as nossas ações para melhorias e grandes desenvolvimentos. Se temos paz e felicidade nos nossos corações, as chances de melhorarmos nossos desempenhos e relacionamentos só aumenta e nos faz mais confiantes diante de um mundo que insiste em nos derrubar a cada momento, sendo criados, porém, novos meios de evoluir e mudar de atitude para nãos sermos engolidos pelo furacão que informações que nos cerca.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Pedra Valiosa

Ontem escutava o cantor “Rubi” e há tempos que admiro o seu trabalho artístico que é visto por mim como impecável e requintado, sem perder, porém, o lado brejeiro que um artista popular tem. Ele me fez lembrar das afinidades que temos no nosso cotidiano, pois este pequeno detalhe pode ajudar muito no desempenho de trabalhos e realização de procedimentos, já que o fato de existir este aspecto na vida das pessoas já é um item essencial para que o sucesso seja visto com olhos arregalados e cheios de curiosidade.
Há afinidade nos relacionamentos, na relação familiar, no trabalho, em tudo...
Afinidade é a qualidade que temos de tornar as relações moldadas, cheias de formas grandiosos e que se adaptam a qualquer um para a idealização de amizades duradouras, de relacionamentos cheios de amor e respeito entre parentes e conhecidos. Se não temos afinidade, nos tornamos grosseiros com nós mesmos e com as pessoas e tomamos sempre atitudes erradas e desnecessárias e que podem magoar as pessoas profundamente e sem medida nenhuma.
Ao invés de lapidarmos rubis, esmeraldas e diamantes, que são pedras de grande valor, terminamos por lapidar pedras grosseiras, que não possuem forma definida e que não terão valor algum na vida de ninguém. Quantas pessoas terminam relacionamentos por descobrirem que a afinidade que pensavam ter na verdade não existia e que a mágoa sempre foi a maior fonte de informação de uma mente que jamais conseguia se livrar dos rancores da vida e com isso comprometia todo o brilho das relações bem formadas.
Ninguém é pedra preciosa a vida toda e todos nós trincamos um dia.
A diferença consiste na qualidade que temos, pois se a dureza e pureza da nossa pedra for considerável, praticamente não notaremos a rachadura e esta poderá ser vista até como um ponto positivo ou de melhoria.
Se temos a consistência de vidros temperados, poderemos, numa queda precisa e num ponto fraco, nos espatifarmos totalmente e ficarmos em pedacinhos que para serem juntados será algo quase impossível ou que causará uma grande desarmonia num contexto que antes era bonito e aparentemente perfeito.
Que o canto afinado do Rubi possa nos inspirar mais...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Quem não se comunica, se trumbica

Assim como dizia o Chacrinha, a frase acima denota uma necessidade atual que temos de nos comunicar bem para evitarmos atritos e entendimentos errados sobre os mais variados assuntos. Acho que quando ele dizia “trumbica”, queria dizer que as pessoas se debatem e com isso não conseguem chegar a lugar nenhum, pois ficam somente lutando por informações contrárias sem se preocupar na socialização das informações.
Se a comunicação é fluida e correta, temos a certeza que houve uma união de conjuntos, resultando num resultado comum e que agradará a todos os que estiverem interessados no assunto. Já tive alguns momentos na minha vida em que a comunicação foi essencial para que as decisões pudessem ser tomadas de forma clara e muito correta, sem que houvesse necessidade de mudanças posteriores ou retificações de dados que poderiam causar ainda mais falta de entendimento.
Quando algo não é bem explicado, fica sempre no ar a sensação de despreparo para as situações e a confiabilidade dos dados se torna comprometida por causa dos mais variados tipos de controvérsias que iremos nos deparar.
É a comunicação eficaz que denota experiência, sabedoria e organização.
Se há falha nos meios de comunicação, a chance de algo dar errado é bem mais considerável e presente em tudo que iremos fazer.
Se tomarmos o exemplo do “Velho Guerreiro”, notaremos que a comunicação simples é a chave para conseguirmos muitos resultados positivos e que nada pode ser informado sem que haja uma grande sintonia entre o emissor e o receptor.
Ninguém gosta de ficar “trumbicando”, mas ultimamente percebo que a quantidade de informações é bem maior do que as pessoas podem assimilar e por isso é importante que esta seja bem elaborada, detalhada e de fácil compreensão para que as dúvidas sejam cada vez menores, em todos os assuntos que possamos ter acesso.

terça-feira, 24 de maio de 2011

O Cérebro Eletrônico faz tudo, quase tudo...

O conceito até pouco tempo que tínhamos de comércio era o que tratava de empresa física, onde o cliente deveria se deslocar até ela para realizar uma compra ou solicitar algum serviço. Como o passar do tempo, as empresas foram mudando e vindo também até o cliente, criando um meio de comunicação mais ágil e facilitando o comércio. Um desses meios que teve muita evolução foi o comércio virtual, que trouxe uma nova forma conceituar a empresa, já que esta atende em endereço que é acessado através da rede mundial de computadores e a cada dia se torna mais comum, segura e fácil de ser usada.
Assim como nos estabelecimentos comerciais fixos, o site reúne características personalizadas que lhe dão mais valor, pois de acordo com o ambiente virtual onde são oferecidos os produtos, o cliente pode ter diferenciais e facilidades de compra, que são vistas em lojas físicas e que são elementos decisivos na hora da compra.
Esta oferta de produtos e serviços é feita através de transmissão e recepção eletrônica de dados, sendo esta uma das características mais marcantes do comércio virtual, já que o comprador escolhe o que mais lhe interessar, seleciona, verifica a forma de envio e efetua o pagamento, tudo de forma virtual, sem que haja um vendedor para auxiliá-lo na compra.
Quanto mais confiável for o site e mais este atrair o cliente com suas ofertas, mais agregará valor comercial, sendo sempre lembrado nas transações virtuais e com isso agregando mais potencial a um estabelecimento comercial que até poucos anos era remoto e não tão disseminado na sociedade. Podemos comprar de tudo pela internet e em várias situações, com mais variedade e com preços mais convidativos. Viagens, roupas, música, filmes, comida, livros e tudo que precisamos é encontrado na rede mundial e é comum encontrarmos via web as filiais das lojas físicas, sendo muitas vezes estas ponto de apoio para as virtuais, já que muitos pedidos podem ser remetidos para serem resgatados nas lojas físicas, ou, na maioria das vezes, para serem entregues nos endereços solicitados pelos compradores.
As características próprias dos estabelecimentos virtuais são a navegabilidade e conectividade, já que podemos visitar várias páginas, mas sempre teremos que ter a conexão efetuada na rede de computadores para que o comércio eletrônico possa ter sentido. Outra diferença é o ponto, já que nos estabelecimentos físicos este é de suma importância para o desempenho e sucesso do negócio e no comércio virtual, este item não é necessário, haja vista que o ponto é simplesmente o endereço eletrônico acessado de qualquer computador, em qualquer parte do mundo.
A realidade jurídica do estabelecimento virtual é bem presente, embora ainda não existam legislações específicas para tratar do assunto e ainda analisamos os casos por analogia e sem que tenhamos procedimentos bem determinados para cada caso, como é o que trata do direito do consumidor, já que alguns sites abusam utilizando artifícios que violam a livre escolha ou que sendo invasivos, causando certo transtorno aos que efetuam transações na internet. É o exemplo dos “pop-up’s” e das mensagens enviada por e-mail, que conhecemos por “spam”.
Mesmo com a sensação de sigilo que a internet nos traz, ainda assim precisamos ficar atentos aos sites que não são legais e que são criados somente para lesar o consumidor, efetuando vendas que jamais serão entregues ou utilizando artifícios para roubar dados e informações confidenciais que poderão ser usadas de forma ilegal. Daí a necessidade de saber escolher adequadamente o site que deverá ser usado para que o consumidor não venha a ter surpresas desagradáveis na hora da compra.
Então, pensando desta forma, podemos notar que o comércio virtual é composto por este complexo de bens, ainda que imateriais na sua maioria e difere-se do estabelecimento tradicional pela forma de deslocamento no espaço. São considerados realidades jurídicas, pois independente da forma como executam suas atividades, reúnem os princípios essenciais de um estabelecimento comercial.
Este tema, além de ser muito atual, nos leva a refletir sobre as mudanças que o mundo ainda passará e como o mercado virtual ainda irá crescer e se desenvolver cada vez mais, oferecendo mais oportunidades à população e com isso criando novos meios de expansão das formas de acessibilidade aos serviços e produtos que hoje são comercializados em todo o mundo.
Uma realidade dessas necessita de uma legislação adaptada às suas atividades e com isso deixar de ficar sendo comparada através de legislações já existentes e que nem sempre refletem a realidade deste mundo que é tão conhecido e ao mesmo tempo tão carente de definições jurídicas que o tornem ainda mais real e virtual.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

De-Vir, O Corpo como Instrumento

A companhia de dança cearense, Dita, mostrou ontem no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, De-Vir, um espetáculo extraordinário e cheio de técnica, quando três bailarinos e uma bailarina totalmente nus, mostraram as formas e mudanças que o nosso corpo pode ter, se for visto como um instrumento de mudança e de adaptação. Praticamente não há música durante a apresentação e os artistas garantem momentos únicos e inesquecíveis com muita técnica, conhecimento do seu próprio corpo e treino, pois realizar todas as ações do palco denotam muito cuidado e precisam ser amplamente estudadas para serem apresentadas ao público, para que as mesmas fossem apresentadas de forma bonita e sem causar nenhum espanto da plateia, já que num primeiro momento as pessoas poderiam ter uma reação adversa por causa dos corpos desnudos e em posições bem comprometedoras.
O espetáculo dura menos de uma hora e consegue mostrar neste pequeno espaço de tempo todas as informações necessárias para que possamos sentir como foi e como é a evolução no homem, junto ao seu corpo em movimento, mostrando imagens belas, estranhas, chocantes e calmantes. Tudo isso reunido num só contexto, onde cada nova aparição dos bailarinos vai solidificando a mensagem que era para ser deixada ao público.
Outro grande momento foi a apresentação no Teatro Luiz Mendonça, novo espaço das artes no Recife. Local com capacidade mediana, mas muito bem estruturado e requintado para abrigar as mais diferenciadas manifestações artísticas que a cidade possa receber. Gostei do espaço, embora não tenha achado muito bonita algumas formas estruturais no projeto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer, já que a impressão que temos é que o prédio está inacabado e com a fachada disforme, precisando de reparos no seu reboco. Se a intenção foi deixar essa impressão, a meta foi atingida.
O Festival Palco Giratório, patrocinado pelo SESC, termina esta semana, mas fica a lembrança para os espectadores dos grandes momentos exibidos e da organização impecável do evento, que contou com companhias teatrais de várias partes do Brasil e ocupou todos os teatros da cidade e trouxe à população oportunidade de assistir, por um preço acessível, shows de grande destaque no cenário artístico.

domingo, 22 de maio de 2011

O que um bom filme nos ensina?

                                    
O filme é "O Mercador de Veneza" é ambientado na cidade de Veneza, Itália, no século XVI e destaca a sua economia, suas atividades comerciais, condições geográficas, modo de produção e aparecimento de algumas classes sociais, dentre elas os mercadores.
Nesta época o Direito é garantido através das lutas de classes sociais. É mostrado nitidamente que somente possuiria algum direito aquele, que por seus meios, lutasse em busca disso. Surgem os conflitos de interesses e os conceitos de Direito e luta se confundem, sem que as pessoas saibam realmente distinguir um do outro.
O enredo do filme retrata a uma história de amor entre dois personagens: Bassânio, nobre veneziano que perdeu toda a sua herança, e Pórcia, uma bela e rica herdeira. Bassânio é ajudado por Antônio, seu amigo, mercador, que lhe empresta o capital necessário para que ele viaje até Belmonte, onde vive Pórcia.
Antônio tem toda a sua fortuna investida em frotas de navios mercantes e para conseguir o dinheiro necessário para a viagem do amigo, pede emprestado um certo valor a um agiota chamado Shylock, que exige que ele empenhe uma libra de sua própria carne como garantia.
Chegando a Belmonte, Bassânio descobre que para ganhar a mão de Pórcia terá que se submeter a um teste envolvendo três cofres, deixados pelo pai da moça e ainda recebe a notícia que os barcos de Antônio naufragaram e ele perdeu toda a sua fortuna, estando sua vida, agora, nas mãos de Shylock.
Antônio, no dia estipulado, não tem a quantia em dinheiro para devolver a Shylock, que resolve recorrer à justiça para ter o seu contrato executado. Com o caso sendo levado ao tribunal de Veneza para que este defina se a condição será mesmo executada, Pórcia, já casada com Bassânio, resolve ajudar Antônio secretamente e, disfarçando-se de advogado, defende o amigo de seu amado.
Ela entra no tribunal vestida de homem, apresentando-se como Baltasar, um jovem advogado e oferece o pagamento em dinheiro para Shylock, sendo esta proposta recusada pelo mesmo, devido a sua má-fé e vontade de vingança. Requer, contudo que seja liberada a carne de Antônio, conforme previsão contratual.
O enredo do filme aborda dois temas: a moral e o amor. Consegue envolver pelo embate entre a lei moral e a justiça, quando são expostas as fragilidades das leis da época, que permitia que um contrato que violava a integridade humana fosse assinado e levado a julgamento.
Baltazar, digo Pórcia, interfere várias vezes no julgamento e todas elas são negadas pelo Shylock, que não deseja efetuar de forma alguma um acordo para o caso. Então Pórcia, surge com um argumento de solicitar no julgamento que Shylock pague um médico para o Antônio com o intuito de garantir a sua vida e evitar que morra de hemorragia. Tal pedido é negado com o argumento de não existir previsão contratual para tal ato.
Baltazar permite então que a carne seja retirada do Antônio, mas faz uma ressalva, amparada no contrato anteriormente firmado entre as partes, que é de que a carne seja retirada sem que uma única gota de sangue seja derramada. O acordado foi “libra de carne” e nãos e falou em “sangue”. Caso o sangue fosse derramado, Shyrlock perderia seus bens. Este volta atrás da sua decisão anterior e opta pelo dinheiro, mas neste momento, a lei não permitia mais isso. Além disso, Pórcia mostra um fato novo no processo, que é uma lei que dizia que nenhum estrangeiro, como era o caso de Shyrlock, que era judeu, poderia atentar contra a vida de um membro nascido na cidade de Veneza, e se assim fizesse, a pessoa que ele atentou poderia se apropriar de metade dos seus bens e o Estado com a outra metade.
O Juiz, baseado nesta lei, condena o judeu e determina que se este quisesse a metade dos seus bens que agora seriam do Estado, que pedisse perdão de joelhos. Antes que o judeu pedisse o perdão, o Juiz, concedeu tal feito, perdoando-o e lhe devolvendo metade dos seus bens.
O importante para ser observado no filme é o apego aos detalhes numa defesa, pois um único fato pode mudar totalmente o rumo de um julgamento. Se há um contrato previsto entre as partes, este deve buscar todas as informações necessárias para que não gere dúvidas posteriores e deve, também, respeitar os limites e direitos fundamentais do ser humano, como foi o caso da vida de uma pessoa, retratado no filme.
Pórcia não recorreu somente à interpretação gramatical e o juiz valeu-se do conjunto de interpretações, atendendo às exigências do bem comum, objetivando a justiça, que no caso respeitou, mesmo naqueles tempos, o valor supremo da dignidade da pessoa humana. O direito à vida pertencia ao ser humano e não à avareza de uma pessoa que só desejava a vingança.
O Mercador de Veneza confronta o que há de melhor e de pior na alma humana, qual seja a tolerância, intolerância, usura, benemerência, amizade, vingança, interesse, paixão, romance e sublime poesia. Reflete sobre as decisões judiciais, que podem conter, por um lado, argumentos, princípios políticos, especialmente relacionados aos direitos fundamentais da pessoa humana, e, por outro, argumentos de procedimentos políticos, ligados aos interesses da coletividade, funcionando como base em alguma concepção de boa convivência e interesse público.
São mostrados também os princípios éticos em desarmonia com o princípio legal. Sendo posto de um lado a assinatura de um contrato extremamente perigoso para a integridade física de um homem e do outro a justiça sobre a dignidade da pessoa humana.
A reflexão principal que tenho é que temos que nos apegar as leis de forma precisa e as tornar sempre adjuvantes de um sistema que permitirá sempre a justiça, garantindo os princípios básicos da convivência humana, sem que tenhamos que ferir o que é de mais importante para os nossos dias, que á o direito à vida.
Outro fato que me chamou a atenção foi sobre a atitude de Pórcia, que mesmo não sendo advogada, era conhecedora das leis e, portanto, teve capacidade suficiente de defender um amigo num momento de aflição, resguardando sua vida e usando as palavras certas nos momentos mais adequados, não permitindo que a lei fosse deixada para trás.
É importante notarmos sempre isso nas nossas vivências, pois o conhecimento dos fatos e interpretação adequada das leis pode nos garantir ótimos resultados e nos fazer ter sucesso nas mais variadas situações que nos depararmos. 

sábado, 21 de maio de 2011

Galerinha Animal


Quem se lembra da promoção "Mamíferos" da Parmalat? Eu lembro muito bem, pois na época juntava com meus irmãos os códigos de barras para trocar por bichinhos de pelúcia que viraram mania e até hoje são lembrados.
Agora apareceram outros animais fofinhos também, só que agora a empresa que efetua a promoção é a Nestlé e traz para a coleção "Galera Animal" nove bichinhos lindos e que cativam qualquer um. Comprei alguns para as minhas sobrinhas e cada um que seja mais bonitinho, ficando até difícil de escolher qual deles levaremos para casa.
A promoção mudou para melhor. No início, você comprava R$ 27,00 em produtos Nestlé e ainda tinha que pagar mais R$ 27,00 para levar para casa uma pelúcia. Hoje, o preço é R$ 9,90 + R$ 30,00 em produtos Nestlé. A coleção é composta por: urso, girafa, tigre, hipopótamo, leão, zebra, elefante, macaco e urso panda.
O fascínio das pessoas por estas coisinhas fofinhas é impressionante e não tem quem não goste de ficar admirando ou até falando com os bonecos, como se eles fossem crianças.
Minhas sobrinhas adoraram os presentes e pela demanda nas lojas autorizadas, notamos que todo mundo está adquirindo os seus para efetuar uma coleção de animais mansos e carinhosos.
São promoções assim que fazem uma marca ficar gravada no coração das pessoas e com isso incentivar a venda de produtos, já que estes estão associados ao prazer de ter ao nosso lado bichinhos tão bonitinhos e sapecas.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pelas Ruas que andei

Andando pelas ruas do Recife, encontro várias situações diferenciadas e uma das que mais gosto de admirar, apesar de ser ainda considerada uma obra poluidora e depreciativa do patrimônio público, são as grafitagens em paredes, túneis e casas da cidade. Algumas não dizem nada com nada, mas outras nos remetem a pensar sobre as possibilidades, a imaginação e a criatividade.
No Recife antigo, perto da rua da moeda, que é um reduto de artistas, podemos notar como a paisagem ficou tomada pelos grafites coloridos e também como eles alteram a paisagem criando um visual bem diferente e colorido. A arte de pintar com a técnica do grafite é cada vez mais usada pelas pessoas e se adequadamente dosada, nos traz muita felicidade com todos os seus desenhos, que parecem mais tatuagens nos corpos das edificações que encontramos por aí.
Muitos confundem esta arte com as sujeiras que são feitas com a tinta em spray e estas muitas vezes só querem destruir o patrimônio público e deixar no local uma assinatura de alguém que só queria demarcar o local como seu, mas de forma marginal e muito fora de controle.
Algumas obras, antes de serem inauguradas já se encontram sujas com tinta spray, com cartazes de propaganda, com letreiros indevidos, causando uma visualização poluída de uma cidade que era para estar pronta para receber seus habitantes e visitantes nos mais diversificados espaços que temos conhecimento.
Uma lei municipal deveria ser posta em prática para multar severamente as empresas que usam os muros para colar cartazes com anúncios de festas e outras propagandas que nem sempre são autorizadas e seu uso indiscriminado e sem fiscalização só compromete a beleza das nossas cidades.
O pior não é isso..
Parece que a cada vez que um ambiente fica sujo, há um incentivo para que os outros façam o mesmo e isso causa uma sucessão de problemas, de vários tipos, e o pior dele é a poluição visual que nossos olhos são obrigados a enxergar diariamente.
Gostaria de me livrar deste tipo de poluição e ver somente nas ruas as pinturas que realmente fossem ligadas à arte e autorizadas pelas autoridades.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A Miséria Humana

Ontem o congestionamento que peguei para chegar em casa era algo sem limites e gastei duas horas quando geralmente o tempo máximo é de 40 minutos, já considerando o trânsito ruim de todos os dias. Sem trânsito ruim, não gasto mais que 20 minutos para chegar em casa.
Duas coisas me chamaram atenção, que foi a total falta de respeito dos motoristas que literalmente tentavam passar por cima dos outros para conquistar um local naquela fila enorme de carros, como se fosse possível dois veículos ocuparem um único espaço ao mesmo tempo.
Outro fato foi os vendedores ambulantes que sempre ficam vendendo pipoca nos congestionamentos. Em dias normais, o valor do pacote é de R$ 0,50, seja ela doce ou salgada. Ontem, como o movimento estava alto e a quantidade de carros era bem maior, os infames estavam vendendo as pipocas por R$ 1,00 e se você comprasse três, ficaria por R$ 2,00 os três pacotes, o que representaria aproximadamente R$ 0,70 por cada um.
As pessoas tentam tirar proveito a todo momento das mazelas do mundo e não pensam em ajudar ninguém e sim afundar mais ainda as pessoas no mar de lama que se encontram. Outra vez, fiquei sabendo de um congestionamento que aconteceu em outro bairro aqui do Recife, quando as almas sebosas de uma favela aproveitaram o momento de parada no trânsito para assaltar os motoristas que se encontravam vulneráveis aos marginais.
Nessa brincadeira de ontem, um engraçadinho que estava num caminhão quase passa por cima de mim e ainda arrancou o meu vidro retrovisor, me causando um prejuízo e muita dor de cabeça. Ainda parei para discutir com ele, mas quando vi que a intenção dele era só brigar e não resolver nada, fui para minha casa e deixei ele lá falando sozinho naquele trânsito caótico e que me deixava ainda mais nervoso.
O trânsito no Recife é terra de ninguém e não há fiscalização nos pontos críticos, sinalização adequada e vias em bom estado de conservação. O que vemos são buracos enormes, sinais quebrados, reformas que nunca acabam e falta de controle por parte dos órgãos fiscalizadores. Somos anualmente obrigados a pagar altos valores de impostos obrigatórios, mas não notamos um centavo destes revertidos em favor da população.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A Musa está chegando...

Em 04 de Junho, o Recife receberá a cantora Virgínia Rodrigues num show que será realizado no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu. Não lembro da artista ter vindo ao Recife em outra oportunidade e entendo que será um grande momento receber esta artista grandiosa e que tem voz suave e envolvente.
Meu primeiro contato com a música da cantora, foi no CD Âmbar, de Maria Bethânia, quando ela fez uma participação especial em uma das músicas, mas esta mostrava somente um pouco do seu talento, uma vez que ela fazia uma sonoridade e não cantava a letra.
Foi quando Caetano Veloso a lançou no cenário musical através do selo Natasha com o álbum “Sol Negro”, um belo trabalho de ritmos e arranjos primorosos. O projeto gráfico em preto e dourado é outro primor e se destaca logo quando o observamos.
Depois vieram outros trabalhos, onde ela cantou as músicas dos blocos afros de Salvador, além dos afro sambas de Baden Powell, o qual teve lançamento internacional em primeiro lugar e depois veio ao Brasil. Ela é bem mais reconhecida no exterior e lá tem público mais cativo do que aqui.
Seu último trabalho, “Recomeço”, lançado em 2008, pela Gravadora Biscoito Fino, é uma seleção de composições já conhecidas, mas que na voz dela ganharam um tom mais nostálgico e solene, tudo devido ao seu timbre de voz. Não vi muita inovação neste álbum e senti que ele passou quase despercebido pelo mercado fonográfico.
Confesso que gosto mais quando ela canta as músicas dos blocos afros, pois há um contraste da sua voz com os rituais africanos, que geralmente exigem acompanhamento e voz mais fortes. É impressionante como ficaram bonitas as interpretações e quem quiser conferir, basta escutar o CD “Nós”, que verá uma imensidão de boas interpretações e uma grande homenagem à Bahia, que é a sua casa.
Quem viu o Filme “Ó Paí Ó”, pode ter percebido sua participação, a qual interpretava a Rapper “Beyoncé”. Foi uma personagem engraçada, mas totalmente diferente do estilo da cantora, possibilitando um resultado diferenciado e que é um dos pontos altos do filme.
Espero que o show no Recife possa ser grandioso e que o público realmente receba a artista com o carinho que ela merece.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Resquícios da Brasilidade

A exposição Resquícios da Brasilidade, em cartaz no Espaço Cultural Santander, no Recife Antigo, reúne obras de artistas famosos e prima, na maioria das obras, pelos detalhes e sutilezas. Lá podemos encontrar obras de Beatriz Milhazes, Adriana Varejão, dentre outros. Todas falam um pouco do nosso jeito brasileiro de ser e nenhuma deixa de cumprir o seu papel em nome da arte.
O que mais me chamou a atenção foi um vídeo de 15 minutos, chamado “O Samba do Crioulo Doido”, onde um bailarino mostra através do seu corpo nu como é notável a nossa expressão corporal e como em alguns momentos somos superficiais ou comerciais demais, parecendo até um boneco facilmente de ser manipulado.
São três andares com obras pequenas, grandiosas, de fácil ou de complicada compreensão. Em algumas delas não conseguimos identificar a brasilidade de forma muito clara e ficamos pensando como é que o artista trabalha para conseguir resultados tão disformes e sem muito entendimento numa primeira observação. Algumas obras são “viajadas” demais e fica difícil as trazer de volta quando o mundo que visitaram, na mente dos artistas, foi muito distante e com isso adquiriu nuances diferenciadas e sem muito nexo com o nosso Brasil.
As cores de Beatriz Milhares, a voracidade de Adriana Varejão e a Criatividade do Crioulo Doido foram os momentos mais marcantes da exposição e que mais me chamaram a atenção.
Achei que os espaços poderiam estar mais completos e cabiam perfeitamente neles outros resquícios da nossa brasilidade, que pudessem encher mais os olhos dos visitantes e acima de tudo demonstrar que a nossa arte é pioneira em muitos aspectos e por isso a sua admiração pelo mundo não tem limites. É observando cada momento de uma exposição como esta que notamos como a arte é cheia de possibilidades e que a cabeça de um artista nunca estará presa ao convencional e óbvio demais.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Futebol na Veia

Ontem era notável a dedicação dos pernambucanos para o futebol, pois o Sport e Santa Cruz jogaram para decidir a final do campeonato pernambucano de 2011. Desde cedo as ruas estavam vazias, lojas com pouco movimento e poucos carros transitavam pelos bairros do Recife, exceto no Arruda, onde a aglomeração de pessoas era bem considerável para assistir o jogo no estádio do José do Rêgo Maciel.
Um amigo de um vizinho chegou todo pronto às 10:00h e acordando os que ainda insistiam em dormir num dia de domingo nublado e um pouco frio. Saí à tarde para dar uma volta no Recife Antigo e as ruas não tinham o mundão de pessoas que geralmente encontramos e havia vagas de sobra nos estacionamentos que geralmente são disputados à tapa pelos motoristas.
O Santa Cruz terminou ganhando, mesmo com o gol do Sport. Havia saldo de gols e por isso a disputa ficou mais complicada. Quando voltei para casa, o trânsito estava ruim e as ruas já demonstravam que as pessoas estavam voltando para casa e entre insultos e buzinadas, o fluxo seguia, bem lento e com alguns pequenos incidentes.
O que é interessante salientar é a paixão que as pessoas tem pelo futebol e isso não é um sentimento pequeno e desprezível. Elas não medem esforços para torcer pelo seu time e em alguns momentos até exageram e fazem disso um pretexto para caírem na bebedeira e perder de vez os limites e respeito, já que ninguém aceita ser perdedor e o ganhador não consegue conter a sua alegria e soberba diante do adversário.
Ainda bem que não choveu. Foi um dia pesado, mas não chuvoso. Quem sabe se a chuva tivesse caído não teria esfriado a cabeça dos milhares de torcedores, mais de 60 mil, que lotaram o estádio no dia de ontem para gritar pelo seu time e com isso comemorar um título há muito esperado.
Hoje o que vi nas ruas foi um número considerável de torcedores vestindo a camisa do seu time, além dos carros que estavam bem enfeitados. Estavam mais calmos, mas não menos ansiosos de demonstrar a sua fúria de vitória.

domingo, 15 de maio de 2011

Mas, que nada...

A maioria das pessoas não entende o significado das palavras e termina interpretando algumas situações de acordo com a sua ignorância ou pelo que querem entender. É complicado chegar a um nível de entendimento satisfatório com pessoas bloqueadas e cheias de problemas para resolver na vida pessoal e profissional. Estas terminam buscando encontrar um responsável para as suas falhas de conhecimento e isso é algo que mina alguns relacionamentos, já que ninguém suporta ser responsabilizado por aquilo que não tem culpa nenhuma e que nem contribuiu de forma negativa para que acontecesse.
Explicar sempre as mesmas coisas para algumas pessoas nos dá uma sensação de desânimo, pois sempre pensamos o seguinte: ou minha comunicação está falha, ou a pessoa que recebe a informação tem uma dificuldade elevada para chegar a um nível de entendimento satisfatório das situações que são vivenciadas diariamente por todos.
Acredito no aprendizado e sei que só depende de nós esta melhoria nas nossas vidas, mas infelizmente a maioria das pessoas só quer realizar as atividades da forma mais preguiçosa possível sem ter a atitude necessária para buscar aprimorar a sua percepção e com isso sempre ter os melhores resultados e práticas naquilo que for desempenhar.
Repetir uma informação muitas vezes para uma pessoa é até constrangedor e irritante e confesso que não tenho muita paciência para isso, pois percebo que na maior parte das vezes há um descaso com a informação e não o compromisso de ter a informação retida na mente para que seja utilizada futuramente, sem que haja necessidade de ficar perguntando em vão o que já foi dito várias vezes.
Apreender é essencial...

sábado, 14 de maio de 2011

Trilha - Mata do Pau Ferro

Hoje segui até o município de Pesqueira, aqui em Pernambuco, para conhecer a Mata do Pau Ferro, que tem este nome devido a uma enorme árvore que fica no meio do local e que tem caule e copa grandiosos que se destacam na vegetação.
Foram quase mil metros de subida dentro de uma mata fechada, mas com clareiras para que pudéssemos contemplar o sol e também observar a natureza perfeita e verde, devido ao período de chuvas. O clima por lá estava bom e durante toda a caminhada não choveu, mas também não fez aquele sol de torrar como geralmente acontece nesses dias de caminhada.
Foram mais ou menos 20 pessoas para a trilha e em todos os momentos houve grandes passagens por cachoeiras, rios, vegetação agreste, vales, fazendas, além de termos encontrado muitos animais pelo caminho. Logo no início, encontramos uma cobra cega e depois vieram os outros menos inofensivos.
A surpresa do dia foi ter encontrado uma tribo indígena dentro da mata, a qual estava fazendo um ritual em homenagem à mata e à Nossa Senhora da Guia. Foi interessante notar aquela manifestação cultural e saber que mesmo os índios tendo pouco das tradições antigas, ainda conservam alguns ritos religiosos bem formados.
Houve momentos de grande contemplação da natureza e a sensação que tínhamos era que o ar refrigerado estava ligado em todos os lugares, pois o alto nível das montanhas aliado à vegetação densa, criava um clima fresco e que nos dava pouco calor.
No total foram 12 km de caminhada entre subidas, descidas, quedas, escorregões, abelhas, formigas pretas, galhos pata de gato e outras surpresinhas que nos fizeram ter ao final da caminhada alguns arranhões, cortes ou irritações na pele.
Tudo isso vale quando voltamos para casa e relembramos os momentos passados, pois a natureza não tem fim e saber que ela é tão grandiosa e que Deus a criou tão lindamente é algo sem descrição. Por mais que eu falasse não teria palavras.
Fica a foto de uma parte do grupo, num momento "entardecer" no alto do Morro do Pau Ferro, quando o cansaço já era presente e o descanso se fazia necessário.
Na volta, paradinha costumeira em Encruzilhada de São João para um jantar regional e um café bem quentinho para esquentar o corpo.
Até a próxima aventura...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

É possível conter a natureza?

Aqui na Região Metropolitana, mais especificamente nos municípios de Recife, Jaboatão e Olinda, o avanço do mar tem tomado proporções grandiosas e em muitos lugares das orlas destas três cidades, não há mais faixa de terra disponível para as pessoas quando a maré está cheia. Em alguns pontos, mesmo com a maré baixa, o nível de água é alto.
Quando vim morar aqui no Recife, o avanço do mar em Boa Viagem era até o Hotel Atlante Plaza e hoje está em frente ao Edifício Castelinho, que está a mais de 1km de distância. Isso é preocupante, já que a cada dia vamos notando que o mar está vindo tomar conta do que é seu e que foi tirado pelo homem com as construções em locais inadequados.
As pessoas não se contentam em morar num bairro litorâneo e querem morar dentro do mar. Dá nisso...
A quantidade de prédios que existem nas proximidades do mar, na praia de Boa Viagem, é impressionante e causa até um espanto para aqueles que encontram uma paisagem bem diferente em outras capitas, quando há restrição de construções em relação à distância e altura.
A paisagem fica alterada e a praia cheia de pedras e sacos de areia, que são usados para fazer as contenções que nem sempre conseguem surtir o efeito esperado e deixar a paisagem agradável aos olhos.
Recife tem uma orla bonita, bem visitada e com um calçadão bem organizado, mas as interferências naturais estão cada dia maiores e comprometendo o que temos de bonito para ser mostrado.
Em Piedade, que é um bairro da cidade de Jaboatão dos Guararapes, alguns edifícios já estão comprometidos e a água do mar tomou conta das piscinas e áreas de lazer que ficavam à beira mar. Em alguns casos a situação é tão grave que só de olhar ficamos sem entender como ainda as pessoas residem em tais locais, pois o perigo de uma alta demasiada na maré pode causar estragos irreversíveis.
Em Olinda não há nem espaço para a praia e por isso não vou nem comentar. Já era...
Nossa sorte é que somos um país onde as calamidades vindas de ordem natural não são muitas e dificilmente teremos um furação ou tsunami que aumente a fúria do mar. Se isso fosse possível, acho que Recife nem existia mais, pois por onde você olhar só percebe água, seja no verão ou no inverno.
Se não é água do mar é do rio, ou as duas misturadas...

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Palco Giratório

O projeto Palco Giratório, que é patrocinado pelo SESC, traz a cada ano muitas apresentações de teatro e dança para as principais cidades brasileiras e em todas elas a programação é de grande porte e agracia todos os públicos e gostos.
Neste mês de Maio o Recife recebe ótimas atrações, em vários locais da cidade. O preço de tudo isso é outra forma de divulgar ainda mais a arte, pois no máximo o público pagará R$ 10,00 para ver um espetáculo nacional ou internacional.
São artistas que fazem a diferença em todas as apresentações e poderemos aprender muito com todas as oportunidades de diversão oferecidas, pois sempre a música, a dança e a interpretação aprimoram o homem e fazem dele uma pessoa mais capaz de superar as suas dificuldades diárias e com isso entender melhor o seu mundo e as pessoas que interagem com ele.
Adoro o teatro de bonecos e algumas apresentações estão previstas para este ano, quando companhias de vários lugares do mundo mostrarão os seus meios de divertir e de trabalhar o sentimento através de um boneco sem vida, mas que nas mãos de uma pessoa experiente, consegue exprimir sentimentos e muita alegria.
O SESC tem esse perfil, que eu acho grandioso, que é o de incentivar a cultura de forma grandiosa e sempre possibilitar ótimas realizações. A unidade de Garanhuns sempre oferece ótimas opções de lazer e de espetáculos diferenciados, seja nas suas unidades ou no período do Festival de Inverno.
Nas unidades do Recife não é diferente e já tive oportunidade de participar de eventos de grande significado para a arte e também para o conteúdo cultural da cidade, que ainda engatinha neste quesito, quando apresenta, na sua maioria, espetáculos de teatro voltados para o “pastelão” e que muitas vezes não trazem a essência da criatividade e da interpretação, mas sim da baixaria.
Baixaria todo mundo faz, mas teatro é para poucos.
Sucesso ao Palco Giratório, que gira, gira, mas sempre tem ótimas opções e todas elas premiadas e que proporcionam ao público grandes chances de entretenimento.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Mania Coletiva

As compras coletivas estão se tornando uma mania nacional e adquirir produtos e serviços a preços mais baratos, através destes sites, é uma pratica cada dia mais comum e atraente, mas que merece atenção das pessoas para que leiam atentamente todas as regras das vendas e não venham realizar aquisições impossíveis de serem cumpridas, causando ao invés de economia, um grande prejuízo financeiro.
Todos os anúncios são atraentes e enchem os olhos daqueles que tem o seu lado consumista aguçado; se a prática for feita de forma adequada, realmente causa bons frutos para as pessoas que adquirem as ofertas disponíveis e tidas como imperdíveis.
O comércio virtual só cresce e as facilidades que ele nos proporciona são infinitas e para todos os gostos, afinal quem não gosta de comprar com facilidade e tendo um preço razoável na hora do pagamento?
Eu prefiro comprar virtualmente muitos produtos e até hoje não tive problemas com as empresas que escolhi, pois é essencial analisar o histórico de todas elas e com isso garantir mais segurança na hora da compra, evitando problemas com clonagem de cartões e senhas. Quem tem medo de fornecer os dados dos cartões de crédito, é melhor comprar através de boleto bancário, já que esta forma não exige disponibilidade de dados, além dos já fornecidos no cadastro.
Vejo as compras coletivas como uma forma criativa que as empresas encontraram de manter um nível de consumo linear nas suas unidades e com isso evitar a sazonalidade tão característica em algumas épocas do ano para alguns serviços ou produtos.
Pacotes em hotéis nessa época ficam baratinhos e como no Nordeste o tempo sempre tende a ficar com sol, não é arriscado efetuar uma compra do tipo, algo que é mais complicado em lugares mais frios e com tendência a tempo mais irregular.
Uma dica é evitar comprar algo que tenha um prazo de aquisição muito pequeno, já que se este não for cumprido, o dinheiro será perdido e não devolvido ao comprador. A responsabilidade é mais de quem compra e não de quem vende, uma vez que nesta modalidade de serviço, a leitura das condições de negócio são essenciais para o sucesso de qualquer pessoa.
Coletivamente os preços são melhores, mas as preocupações também podem seguir a mesma linha de pensamento.
Não custa nada ter cuidado...

terça-feira, 10 de maio de 2011

O Saldo das Chuvas

Nestes últimos dias, a chuva amenizou aqui no Recife e região e podemos agora ver os resultados de um período de grandes destruições onde muitas pessoas perderam suas casas e bens, novamente.
As ruas do Recife estão cada dia piores, pois agora andamos em buracos e de vez em quando caímos na pista. É impressionante como as crateras lunares estão cada dia mais evidentes e comprometem o trânsito e paciência das pessoas. Carros danificados nas ruas são outra realidade e quem lucra com esta história são as oficinas que estão cada dia mais lotadas.
Falei com amigos e amigas que moram em Palmares, Catende e Água Preta, cidades atingidas e que se encontram em estado de calamidade pública, e eles me falaram que a situação, apesar de ruim, foi bem melhor que a do ano passado já que este ano algumas áreas não foram atingidas e as que sofreram tiveram menos estragos.
O que é bem marcante em todos eles é a tristeza de ter todo o esforço indo por água abaixo e o cansaço de ficar arrumando algo que depois será novamente deteriorado. A lama toma conta das casas, sendo difícil salvar os móveis ou colocá-los em locais mais altos porque o nível da água sobe tão rápido que compromete tudo e deixa um saldo bem negativo nas casas das pessoas que terminam ficando sem nada e tendo que reconstruir uma vida que ainda estava em construção, pois há 11 meses esta era a realidade em todos estes municípios.
Não tive problemas na minha rua e as águas que me incomodaram estavam no percurso casa-trabalho-casa e isso já é uma grande agonia, uma vez que tenho que sair bem mais cedo de casa e contar com uma ajuda de São Pedro para amenizar nas águas e com isso evitar um desgaste na volta para casa.
É difícil não ficar com a casa com cheiro de mofo e com muitas roupas molhadas esperando pelo calor do sol. As chuvas são necessárias, mas quando acontecem em grande quantidade e em locais que não possuem estrutura, o dano é lamentável e só traz preocupações.
Estamos indo...
Ainda chove, mas bem menos do que na semana passada.
Agora é organizar a vida, levantar a cabeça e seguir em frente nesse mar de grandes tormentas.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sabores Tradicionais

Quando passei por Bezerros neste final de semana, tive oportunidade de visitar a Norte Bolos, que é uma empresa muito organizada e com ambiente aconchegante e recheado de delícias.
Ela fica em Bezerros e vende muitos, muitos bolos deliciosos. Encontrei lá: Bolo Barra Branca, Pé de Moleque, Bolo Pudim, Bolo de Milho, Bolo de Rolo, Bolo Bacia, Bolo Engorda Marido, Bolo Souza Leão e os indefectíveis bolos "Triguinho", que só me lembram minha querida avó que sempre guardava vários para mim quando chegavam no estoque da sua "vendinha" em Garanhuns.
Comprei alguns, claro...
Pernambuco tem uma tradição bem formada neste aspecto, pois alguns itens como o Bolo de Rolo e o Bolo Souza Leão, fazem parte da nossa cultura e das nossas tradições mais distantes e que foram originadas na zona da mata, pelos senhores de engenho. São delícias que não podem ser consumidas com pena, pois sempre tem um gostinho de "quero mais".
O que mais fiquei impressionado foi que a qualidade pode, sim, estar aliada ao bom preço e foi isso que notei na loja, que fica às margens da BR 232, na entrada da cidade de Bezerros, terra do bolo e também dos "Papangus".
Lá o visitante pode comprar um bolo para levar para casa, para presentear ou até para comer no local, na lanchonete que lá existe e que serve um café quentinho e muito gostoso. Convidativo para quem está viajando logo cedinho e que ainda não tomou seu café da manhã.
Tudo lá é extremamente organizado e a higienização dos ambientes é algo que precisa ser destacado, já que isso contribui também para o aumento do apetite e nos faz perder os limites das calorias e se entregar de vez aos sabores encontrados.

domingo, 8 de maio de 2011

A Fábrica do Poema

Tenho por princípios nunca fechar portas...
Mas, como mantê-las abertas, o tempo todo, se em certos dias o vento quer derrubar tudo?
( Sudoeste - Adriana Calcanhotto )

Eu dizia: Apareça
Quando apareceu, não esperava.
Curto as coisas que acendem e apagam... e se acendem novamente em vão...
Será que a gente é louco ou lúcido, quando quer que tudo vire música?
( Bagatelas - Adriana Calcanhotto )

Sonho um poema de arquitetura ideal. Tornei-me perito em extrair faíscas das trilhas e leite das pedras.
Sob que máscara retornará o recalcado?
( A Fábrica do Poema - Adriana Calcanhotto )

Adriana Calcanhotto é para mim uma das mais completas artistas do nosso Brasil, pois ela consegue fazer várias atividades nos seus trabalhos e sempre todas elas remetem ao que é mais belo na música, que é a poesia.
Hoje acordei com vontade de escutar um CD que tenho há tempos, que é "A Fábrica do Poema", pois este é o trabalho onde a artista exercita o seu lado mais poético e nos mostra realmente a bela harmonia entre todos os fatores que fazem uma bela música, que são a rima, o ritmo, a letra e poesia.
É bom escutar este álbum sem compromisso com o tempo e, assim, ir desfrutando cada melodia de forma curiosa e com atenção aos pequenos detalhes que cada uma delas nos proporciona.
A poesia deve estar nas nossas vidas sempre, pois se vivermos somente de realidade a nossa mente não irá aguentar e certamente ficaremos num momento de grande tormenta, já que não seremos capazes de entender o sentido da vida através das palavras que os grandes intelectuais e artistas nos proporcionam. Engana-se quem pensa que a poesia só é possível se for feita por pessoas inteligentes e saibam que pessoas simples podem, sim, nos dar grandes lições e ensinamentos.
Ontem fui a um funeral de um amigo da família, Sr. Antônio, e me lá lembrei de uma situação que ocorreu há muito tempo, quando ele morava no seu sítio, aqui perto de Garanhuns.
Nossa família foi convidada para almoçar na cada dele e quando chegamos, notei que todos chamavam sua esposa de "Izabé" ao invés de "Izabel". Eu, criança ainda, fiquei apreensivo e observando tudo até que notei que a minha mãe também estava chamando aquela senhora de "Izabé". Prontamente fui falar com minha mãe para tomar satisfações daquele erro e ela com toda a calma e poesia no olhar me disse:
"Meu filho, eu sei que o nome dela é "Izabel", mas se eu a chamar por este nome, que é diferente do que todos chamam, eles se sentirão diminuídos. A visita somos nós"
Prontamente me calei e notei a sabedoria das palavras da minha mãe, que me mostrou o sentido da igualdade e da humildade, quando algumas vezes temos que descer alguns degraus para poder ter um nível de entendimento com os nossos semelhantes. Isso se chama respeito.
Era com essa história pequena que queria homenagear minha mãe, que é poesia pura...
Feliz Dia das Mães, dona Leda.
O nome dela é Maria Zuleide, mas como todos a chamam assim, não vou mudar...
Aprendi a lição.

Segue o Caminho do Boi da Macuca

O São João do Boi da Macuca, na cidade de Correntes, Pernambuco, acontece anualmente e reúne grande quantidade de pessoas que buscam nos fes...