sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A Pele que Habito

Quando eu pensei que Almodóvar já tinha usado toda a sua criatividade, ele lança o filme “A Pele que Habito” e reúne numa só trama amor, paixão, ódio, traição, ciência, ilicitude, loucura, estupro, drogas e outros ingredientes mais, conseguindo deixar tudo isso harmônico, intrigante e arrebatador, pois o filme nos prende do começo ao fim e no final nos dá aquela sensação única de inexplicável e nos deixa pensando sobre as possibilidades do desfecho que a estória nos trouxe.
O diretor realmente é um gênio da sétima arte e não duvido do sucesso que este filme irá fazer pelo mundo a fora, pois a montagem, os atores e todos os enredos mostram algo mais do que a nossa mente possa imaginar.
O início da estória nos deixa sem entender muito o que está acontecendo, mas uma volta ao passado nos faz perceber o que uma mente perturbada pela paixão e pelo ódio pode fazer, pois as ações tomadas terminam sendo contrárias aos seus planejamentos e com isso a vítima assume o papel de mestre da situação e faz com que tudo mude drasticamente e comprometa a vida de muitas pessoas.
A forma como o filme aborda assuntos críticos, como o uso de humanos em experiências científicas, nos faz pensar que os limites das pessoas que não possuem comprometimento com a ética científica são os piores possíveis e terminam por causar ações ilícitas e sem o mínimo de comprometimento com a vida humana.
Vejamos um pouco da trama...
Um cirurgião plástico que é traído pela esposa e esta, na fuga com o seu amante, sofre um acidente que compromete todo o seu corpo, fazendo com que se torne uma aberração, devido às queimaduras que sofreu. Esta termina cometendo suicídio ao ver sua imagem refletida no espelho. Sua filha ao ver toda a cena fica com problemas mentais e passa a tomar remédios controlados. Logo após ela sofre um estupro numa festa.
A partir destes episódios são desencadeadas várias situações como a busca incansável do médico no desenvolvimento de uma pele que pudesse ter salvado a vida da sua esposa, só que ele precisa de uma cobaia para realizar seus testes e encontra no estuprador da sua filha o protótipo ideal para criar tudo que imagina, começando com uma cirurgia de mudança de sexo e logo após com a mudança de toda a pele do corpo, inclusive do rosto, pele que ele criou em laboratório. Ela transforma o rapaz numa mulher, com a face da sua esposa, como se tivesse nesse ato a vontade de vê-la materializada novamente na sua vida doente e cheia de paixão louca. Foi a forma que ele encontrou de trazer de volta a esposa que ele não teve tempo de consertar. Num ato de vingança, fez descobertas científicas assombrosas, úteis, mas ilícitas.
Após vários acontecimentos, a criatura termina matando o seu criador e faz com que ele prove o amargo veneno da loucura, sendo eliminado após tantas atitudes erradas, mas cheias de valor científico.
Parece uma estória complicada, mas não é.
Almodóvar consegue contá-la bem melhor que eu.
Assistam e comprovem. Em cartaz nos melhores cinemas.

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