terça-feira, 25 de março de 2014

Perguntas Vazias

Ontem um homem sentou perto de mim no metrô e a cada estação ele me perguntava se era a estação Prazeres. Eu respondia: Não. 
Na terceira vez respondi o seguinte: Está escutando a gravação? Ele confirmou que estava. E eu disse: Quando chegar na sua estação, ela vai dizer: "Estação Prazeres" e o senhor poderá descer. Não há como errar.
Minha primeira impressão foi que ele era surdo, mas mesmo que fosse o local já indicaria qual seria a estação correta, sem que a pergunta insistente e desnecessária fosse feita a cada instante. 
Algumas pessoas não prestam atenção ao mundo que estão e terminam achando ser melhor ser guiados do que trilhar os seus próprios passos. Não estou sendo mal educado ou querendo negar informações, mas acredito na percepção acima de tudo e também no fato de que muitas vezes nos acomodamos realizando atos que poderiam ser evitados se prestássemos um pouco mais de atenção ao que está muito fácil e disponível ao nosso redor. 
Em determinadas situações fica complicado ler ou perceber onde estamos, principalmente se utilizamos um ônibus ou viajamos em bairros mais afastados, mas no metrô isso é quase impossível, pois mesmo quando você não sabe ler, tem a voz alertando o tempo todo sobre a nova parada. São dois alertas: um quando sai da estação anterior e outro quando chega ao destino. Nos metrôs que já visitei, a situação foi a mesma.
O nosso metrô ainda tem uma vantagem, pois é externo e não subterrâneo. Fica mais fácil ainda não se perder e basta um olhar ou um ouvido atento para saber exatamente onde estamos e queremos ir. Este exemplo aconteceu comigo e o homem que o protagonizou era uma pessoa de média idade, mas vejo pessoas jovens passarem pelo mesmo vexame, ficando perdidos sem saber onde estão, quando o mundo todo lhes dá a cada instante as informações que precisam.
Estamos mais preguiçosos do que nunca e querendo sempre respostas prontas para aquilo que podemos encontrar sem a ajuda de ninguém. Não se trata de individualismo, mas de discernimento mesmo. Uma pessoa não aprende a melhorar as suas ações se ficar o tempo todo esperando por respostas, mas se entender o seu meio e dele retirar as melhores explicações que encontrar, solucionando os seus dias e fazendo deles os mais proveitosos possíveis.
Antes de perguntar qual é a próxima estação, abra os olhos para a vida e perceba se ela passa ao seu lado, bem pertinho dos seus olhos e ouvidos. Não fique cego e surdo diante da simplicidade da vida e aproveite bem melhor os seus dias, sabendo exatamente onde ir e vir, parar e recomeçar.
Todos irão agradecer o seu esforço.

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