quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O Calor do Recife

Registrei esta fotografia no Recife Antigo e o interessante é que os pombos estavam fazendo algo que nós, humanos, sempre fazemos, principalmente nas paradas dos ônibus, quando o sol está muito quente e impede um conforto maior nas ruas da cidade. A sensação térmica por aqui é absurda e a umidade do ar também, fazendo com que em alguns momentos até nos sintamos mal de tanto transpirar, pois o nosso corpo perde muita água e se não formos vigilantes, poderemos ficar desidratados e sem forças para realizar muitas atividades.
Como é ruim tomar um banho e já se sentir suado ou até sentir a roupa colando no corpo devido ao suor excessivo que escorre do nosso corpo. Isso é reflexo de todas as épocas e não é só no verão que sentimos esse desconforto. No inverno diminui um pouco a temperatura, mas o calor mesmo assim existe e faz com que sejamos escravos do ar condicionado e dos ventiladores, que muitas vezes nos causam alergias e alterações de temperatura que comprometem a nossa saúde.
Fugir do sol é nossa tarefa cotidiana e quem ainda fica exposto a ele é quando está numa boa praia ou numa piscina bem limpinha. Fora isso é queimação geral e não há criatura no mundo que resista aso seus raios, cada dia mais intensos e nocivos.
Até nas cidades mais frias do Estado, o calor está intenso e a sensação muitas vezes é que estamos um deserto, pois nos locais mais descampados a poeira que sobe é impressionante e deixa o visual um pouco parecido com os desertos que encontramos por aí. Quando viajamos pelo interior, alguns rios estão secos e a vegetação que antes era verde, agora é cinza, seca, triste. Tudo isso decorrente do calor que tem sido notado em todos os dias, onde a chuva é representada por pingos que não conseguem molhar o chão e só nos fazem sentir um pouco do cheiro de terra molhada, que é tão cheiroso e me traz boas lembranças da minha infância, quando escutava minha mãe dizer que aquele era um dos aromas mais gostosos que ela gostava de sentir. Até hoje ela comenta quando sente esse cheirinho tão bom de chuva e que faz a poeira baixar e ameniza um pouco o calor que o ambiente possui.
Vamos hidratar o corpo e torcer para que a chuva volte para diminuir tanta desgraça e fome, pois no sertão o que mais escutamos falar é sobre a imensa carência de água, nas regiões onde este líquido tão essencial é fonte de vida para muita gente que planta e colhe e precisa dele para irrigar as suas esperanças em dias melhores e menos quentes.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Vambora Lá Dançar

Elba Ramalho lançou nesta semana o seu novo CD aqui no Recife, na Livraria Saraiva do Shopping RioMar, num pocket show para uma plateia de 100 pessoas. Logo após a apresentação, houve a sessão de autógrafos e também uma conversa rápida e fotos com os fãs que estiveram presentes e depositaram um pouco do seu carinho para a paraibana mais pernambucana do Brasil, pois a cantora já é tão costumeira nas comemorações do Estado que fica difícil não associá-la ao espírito pernambucano de ser.
Estive por lá e gostei muito do que vi.
O álbum é completo de músicas interessantes e traz os ritmos bem regionais em arranjos eletrônicos e com um pouco de sonoridade pop. Como ela mesma falou, o trabalho foi realizado com calma e demorou um bom tempo para ser finalizado, tendo vários amigos como parceiros nas composições e arranjos.
Uma das músicas que mais gostei foi a "Frevo Meio Envergonhado" que fala de uma pessoa tímida, mas que cai na folia de vez em quando e faz disso uma forma de extravasar todos os seus bloqueios e medos. Outras composições de Fagner, Belchior, Vander Lee e Chico César dão um ar suave ao trabalho e nos fazem relembrar grandes sucessos com o jeitinho de Elba cantar, que já é tão característico e conhecido, pois maestria ela tem de sobra e sabe exatamente como mostrar o seu trabalho e usa sua voz inconfundível para proporcionar a todos grandes momentos de descontração e puro privilégio musical.
Elba evoluiu muito na sua carreira, mas nunca perdeu suas origens e nem fugiu demais das tradicionais músicas que a fizeram famosa e conhecida pelos quatro cantos do Brasil. Ela estará por aqui no carnaval e alegrará a todos em muitos eventos da cidade, mostrando que o frevo também é a sua palavra de ordem e merece ter destaque no seu repertório extenso e recheado de bons momentos. 
Elba é querida por todos nós e cada trabalho seu é visto como um presente, já que traz o que há de melhor da nossa música e nos proporciona grandes momentos de deleite musical. São 14 faixas bem distribuídas e que mostram bem o seu talento e capacidade de reinventar as canções já conhecidas, assim como de mostrar novidades para o seu público cativo e que sempre a recebe muito bem.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Qual a Sua Fantasia?

No carnaval as fantasias de cada um de nós são possíveis e muitos terminam usando algo que tem um pouco com o seu estado de ânimo ou personalidade, mas, em outros casos, não tem nada disso, apenas descontração e uma forma de fugir da realidade por três dias e brincar num mundo imaginário, onde os personagens interagem entre si e fazem uma festa colorida e cheia de diversidades.
A vida que levamos diariamente também é um carnaval, pois usamos máscaras para fugir de algumas situações, dançamos conforme a loucura frenética do som das ruas e escritórios e ficamos de ressaca nas sextas-feiras de cinzas, esperando o sábado para um bom descanso, quando isso é possível.
Cada situação que diariamente nos é apresentada, pode ter a leveza de uma pluma colorida ou a capacidade de nos derrubar de um salto plataforma altíssimo e desconfortável, que geralmente é usado mais para fazer pose do que para agregar valor. Precisamos fazer da nossa vida um carnaval diferente, com atitudes boas, direcionadas, planejadas e não ficar cantando a "filha da chiquita bacana" o ano todo e dançando um frevo incorreto e incapaz de encantar as pessoas que depositam em nós muita confiança.
Nada melhor do que viver boas emoções, mas se elas forem bem organizadas e com cores harmônicas, a sensação é bem melhor e favorece muito todas as alegrias e resultados que iremos obter e que farão parte dos nossos projetos atuais ou futuros, sem que o passado cheio de falhas possa interferir nisso de forma negativa.
Cada um veste a fantasia que tem e pode. Alguns exageram na carga de adereços, outros são simples demais a ponto de nem serem notados. Há, contudo, os que se atropelam e embriagados pela bebida da vaidade terminam passando por cima de pessoas que poderiam muito contribuir para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. A melhor fantasia é aquela que nos deixa com identidade e à vontade, evitando que percamos a nossa característica mais importante, que é a imagem que construímos com o passar do tempo e que de certa forma não nos abandonará durante a nossa vida, fazendo com que cada ato praticado seja de extrema importância para a customização dos mais variados personagens que iremos assumir nesta vida.
Podemos ser guerreiros, mendigos, palhaços, deuses ou até nós mesmos. 
O que vale é a atitude e a competência para vestir cada fantasia e adereço e fazer deles os aliados para uma vida consolidada, feliz e com muitas comemorações.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Ocupação do Carnaval

Ontem o Recife Antigo sediou a abertura da Ocupação Moda Cultural, que trouxe vários modelos, navegando em jangadas, para inaugurarem o espaço cultural que funcionará no Paço Alfândega até o carnaval e que tem o intuito de vender fantasias e acessórios de estilistas pernambucanos. O desfile de abertura foi realizado com criações idealizadas por Walério Araújo, um dos mais famosos pernambucanos no cenário de moda nacional.
Não somente esta ação já começa a fazer parte da paisagem do Recife e as ruas vão, aos poucos, sendo coloridas e decoradas com os temas carnavalescos que lembram Naná Vasconcelos e Alcir Lacerda, que são os homenageados deste ano. As apresentações dos blocos líricos na Praça do Arsenal, os maracatus nos Marco Zero, as oficinas de frevo, os afoxés e os caboclinhos são apenas alguns exemplos das festividades que já ocupam de verdade o Recife e anunciam o carnaval que já está bem próximo e contará com atrações de vários estilos, formalizando ainda mais o seu conceito de multicultural.
Serão vários palcos, descentralizados, nos bairros da cidade e que agradam a todos os públicos, fazendo com que todos possam ter acesso aos festejos que já são comemorados desde dezembro, nas prévias e ensaios de blocos. No próximo sábado, a prefeitura municipal promove o Baile Municipal, que teve ingressos disputados e esgotados em poucos dias, pois a cada ano o público comparece mais a este evento que neste ano beneficiará 08 instituições de caridade com a renda obtida com a venda de ingressos, mesas e camarotes.
O Paço Alfândega se transformou numa ótima opção para compra de fantasias, pois lá várias lojas funcionam nesta época e oferecem produtos para todos os gostos e bolsos, além da imensa variedade de acessórios e adereços. Não há como ignorar esta festa e o contágio é imediato, fazendo com que a alma pernambucana respire mais forte e faça do carnaval o período mais aclamado aqui em Pernambuco, onde o frevo, agora reconhecido como patrimônio da humanidade, é o ritmo mais presente e intenso das ruas de Recife e Olinda, cidades irmãs que se misturam ainda mais e fazem uma completa comemoração, onde a irreverência, a democracia e a criatividade são as palavras de ordem.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Carestia

Nem sempre o que pagamos pelas coisas que compramos é o preço correto, justo, necessário. Há, na maioria das vezes, a exploração e a falta de noção das pessoas que estipulam os preços sem levar em consideração o real valor dos bens que estão disponíveis nos mais diversos exemplos de comércio que conhecemos. Não percebem eles que terminam gerando com isso uma inflação mascarada, onde o que vale não são os coeficientes econômicos e sim o olho gordo e a falta de discernimento para entender o que é isso ou aquilo, o que vale mais e o que vale menos.
Uma boa forma de percebermos isso é com o turismo, pois itens que encontramos baratinho no supermercado, terminam se tornando iguarias caríssimas nas ruas, sem que para isso algo novo fosse implementado para justificar o aumento de preços. Isso é notado nos refrigerantes, na água, na pipoca e numa infinidade de itens simples, vendidos por comerciantes e, principalmente, pelos ambulantes.
Ontem fui comprar uma pipoca na Praia do Jacaré, um ponto turístico na cidade de Cabedelo, região metropolitana de João Pessoa, e me deparei com um preço injusto para o tamanho do pacote. O vendedor queria que eu pagasse R$ 3,00 por um pacote que valia, no máximo, R$ 1,00. Proporcionalmente ele estava cobrando bem mais caro que os quiosques de cinema multiplex, que possuem pipocas igualmente caras. 
O turismo virou sinônimo de carestia e não é só este exemplo que encontramos porque o que mais percebemos por aí são preços altos e injustos. O reflexo disso são lojas vazias, pois ontem foi o que eu mais vi na Praia do Jacaré, embora o local estivesse lotado de visitantes. O que motivava isso era a falta de disposição das pessoas que não estavam com vontade de gastar mais por menos. Eu, particularmente, só gasto mais quando o produto justifica tanto.
Será que o período de alta estação tem que ser o momento de tirar o pé da lama e lucrar pelo ano todo? Errada essa situação, pois eu entendo que é melhor vender bem e sempre e não em determinadas épocas do ano, passando os demais em situação ruim. Turismo existe em todas as épocas do ano e essa história de baixa ou alta estação é balela de gente que não tem o que fazer e fica inventando moda para inflacionar ainda mais a nossa vida que já é tão explorada indevidamente.
Vi camisetas de malha ontem no mesmo local por preços caros e loja estava entregue às moscas. As tapiocarias que mais vendiam eram as mais baratas e as que cobravam um pouco mais estavam sem clientes e pondo em risco o lucro que tanto desejam e buscam desenfreadamente.
Até o saxofonista que toca no horário do pôr do sol, agora se limita a ficar na área onde os bares e restaurantes cobram courvet artístico de R$ 7,00 só para que o visitante possa escutar mais de perto o som ruim que está sendo emitido da apresentação do artista. Aquele espetáculo deveria ser público, com contrato municipal para o artista, pois antes da satisfação particular, está a pública, que é a maioria que visita o local e enche os bolsos dos diversos estabelecimentos comerciais que ali existem.
Carestia com a nossa cara de palhaço não existe. Vamos ser mais cautelosos nos gastos que forçaremos os preços a caírem vertiginosamente, favorecendo não só o nosso bolso mas a imagem dos pontos turísticos que o Brasil possui e que muitas vezes se tornam mais caros do que os similares de outros países. Depois ninguém entende porque tanta gente vai gastar dinheiro lá fora...

sábado, 26 de janeiro de 2013

Demarcando o Local

Percebi na trilha de hoje que muitos locais por onde passei estavam demarcados, seja de forma singela, significativa ou intolerante, pois na maioria das vezes o que encontrei foram restos de lixo de pessoas que passaram pelos locais belos que visitei e que ficam no litoral paraibano. É gritante a falta de educação das pessoas e percebemos que não se trata de lixo trazido do mar, pois em alguns pontos o danadinho estava lindamente arrumado e escondido entre arbustos, pedras e outras possibilidades que a natureza oferecia.
Ainda coletei alguns itens pequenos e quando pedi para jogar no lixo de uma barraquinha da praia a mulher olhou para a minha cara com ar de espanto como quem queria dizer: "Esse puto pega os restos dele por aí e vem jogar no meu lixo?". Ela é quem deveria ter essa consciência primeiramente e zelar pelo local de onde tira o sustendo diário, pois, em muitos casos, o que notamos é a falta de cuidado também dos vendedores de praia que sujam da mesma forma que as pessoas mal educadas fazem.
Vamos deixar nas praias somente o que é bom, uma lembrança como a que vi nesta árvore e que deve ter representado muito para o casal que visitou o local. Não vale ficar pegando o que a praia oferece e com isso destruindo o patrimônio natural que Deus nos deu para que fôssemos responsáveis por toda a vida.
Vamos levar fotos, lembranças...
O homem, infelizmente é o mais inteligente e o imbecil dos animais e termina caindo na própria armadilha que criou para facilitar a sua vida cotidiana, como é o caso das diversas embalagens de plástico que ajudam muito, mas precisam de um descarte correto no meio ambiente para que seja possível a sua reciclagem, evitando a poluição. Ainda não foram criados meios totalmente eficazes de reciclar porque a principal chave ainda não foi acionada, que é a consciência das pessoas. Sem esse fator, se torna impossível que melhores resultados sejam obtidos, evitando visões tão grosseiras de poluição como as que geralmente encontramos pelo mundo. A pessoa que joga lixo no chão ou em ambientes naturais deveria ter vergonha de si e das suas atitudes e se todos o tratassem como um fumante, por exemplo, que ao acender um cigarro num local fechado é altamente repreendido, a situação seria bem melhor e criaria um pouco mais de evolução, nem que fosse aliada a um pouco de repressão.
Antes o fumante acendia o cigarro em qualquer lugar e isso era normal, fui dessa época e levei muita fumaça na cara, até as pessoas perceberam que isso era ruim e passarem a tratar as pessoas que fumavam com mais rigor. Vejam como é hoje. Apenas alguns desatentos ainda se arriscam a acender um cigarro em local público e quando fazem isso sempre procuram um local que não incomode. Sem contar as diversas placas que bloqueiam tal atitude e faz com que eles sejam barrados logo de cara.
Vamos olhar feio para quem suja as nossas cidades e mostrar para eles que o ato errado compromete a todos, pois se na cidade as enchentes são motivadas muitas vezes pelo lixo acumulado nos esgotos, nas praias a enchente da maré termina trazendo para as praias objetos indesejados e que não combinam nada com a paisagem tão bonita que sempre encontramos, já que o Brasil tem muitas riquezas naturais e todas elas precisam ser preservadas.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Programação Carnaval Recife


Para quem estava esperando, segue link com a programação do Carnaval Multicultural do Recife. Uma festa para todos os gostos, tradições e disposições...
A folia é intensa e Recife recebe de braços abertos os seus visitantes, sempre ávidos por uma festa descontraída e muito democrática. Neste ano, os homenageados são Naná Vasconcelos e Alcir Lacerda, representantes da nossa história e queridos de todo o Brasil.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Persistir

Estava procurando esta foto desde domingo, mas a encontrei somente hoje...
Quando fiz uma trilha na Várzea do Una em 2007, um jangadeiro nos levou até a praia quase deserta do local. 
Fotografei os pés dele, pois achei interessante a força que ele depositava ao navegar por aquelas águas usando um grande pedaço de madeira como apoio. Os pés se movimentavam firmes e davam sustentação à pequena embarcação que não tinha segurança alguma e levava poucas pessoas por vez.
Domingo passado, por coincidência, o mesmo jangadeiro nos levou, só que de uma forma melhorada, num barco com motor, coletes salva-vidas e capaz de transportar mais pessoas.
Pensei...
Dentro do que ele trabalha, evoluiu, mas continua realizando a mesma atividade e feliz. Incansável e cheio de orgulho por morar num lugar tão calmo e belo.
Nem sempre pensamos assim e terminamos achando que as mudanças, para nos fazerem felizes, precisam ser radicais. Podemos navegar de formas diferentes, mas preservando as nossas origens e organizando a vida para que mais conforto possamos ter naquilo que realizamos com destreza e perícia de sobra.
Esta foto foi usada na minha monografia quando falei do tema "persistência" e vejo, agora, após 6 anos, como realmente a minha observação foi válida...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Casca da Banana

Nem sempre a vida tem caminhos certinhos e que nos fazem andar dignamente e sem chances de tropeçar. Algumas vezes levamos um escorregão daqueles e isso se torna necessário para que possamos avaliar os meios que nos fizeram cair e também se realizamos o nosso serviço direitinho, não jogando as cascas de banana na nossa frente para que se tornassem armadilhas para nós mesmos.
A falta de compromisso com a nossa vida termina sendo um fator de grande relevância para que as mais diversas cascas escorregadias possam nos perseguir, fazendo com que os nossos tombos sejam pequenos, médios, irreversíveis ou até mortais. Nada pior do que ficar pisando em terreno perigoso quando sabemos onde as bombas estão e cabe a nós desarmá-las uma por uma, de uma maneira inteligente e sem atropelos.
Isso pode acontecer no trabalho, na vida pessoal e não pensem que somente nós iremos colocar as cascas para o nosso fim, pois existem pessoas comprometidas com a nossa desgraça e que fazem de tudo para nos ver cair e levar uma queda daquelas, onde os dentes quebrados comprometem o sorriso e a efetivação de alguma atividade importante para o nosso sucesso.
Quanto mais desatentos formos, mais chances de escorregar teremos e isso é mais óbvio do que imaginamos, pois terminaremos um dia pisando naquilo que chamamos de "merda molinha", que além de nos fazer cair, nos faz ficar sujos e sem muitas possibilidades de organizar tudo imediatamente.
Se guardamos bem todas as cascas escorregadias que acumulamos na vida, ficaremos com mais chances de evitar a decepção e, principalmente, o deslize. A melhor maneira é deixar que a situação desconhecida por nós seja melhor avaliada e com isso seque, possibilitando que se torne inofensiva na queda e com isso nos ajudando a entender melhor os mais diferentes casos que vamos recebendo durante os nossos dias já tão conturbados e cheios de armadilhas.
Sorrisos falsos são piores que facadas verdadeiras e não há casca de banana pior do que esta, já que ela lhe engana e faz com que você sempre tome a decisão errada, jurando que está agindo corretamente e sem erros. É assim que aparecem a maioria das nossas casquinhas amarelinhas de banana, pois é na maturidade que elas aprendem a nos derrubar e a fazer com que cada centímetro do chão que comemos seja um amargo sabor da nossa desgraça.
Se aparecerem cascas de banana na sua vida, faça como eu e utilize esta infeliz para fazer um doce. Lave bem direitinho, corte em pedaços bem pequenos e adoce com gosto de gás, afastando para bem longe a amargura que guardam dentro de si. Olhe sempre ao redor de, pois as infelizes lhe cercam por todos os lados e uma percepção descuidada fará com que uma queda seja inevitável.
Boa sorte!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O Barulho do Tempo


Vai sem direção
Vai ser livre
A tristeza não resiste
Solte os seus cabelos ao vento
Não olhe pra trás
Ouça o barulhinho que o tempo
No seu peito faz
Faça sua dor dançar
Atenção para escutar
Esse movimento que traz paz
Cada folha que cair
Cada nuvem que passar
Ouve a terra respirar
Pelas portas e janelas das casas
Atenção para escutar
O que você quer saber de verdade

Composição: Marisa Monte

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

No Flash!!!

Alguns lugares turísticos possuem restrição quanto ao uso de máquinas fotográficas, especialmente se for acionado o flash, pois a luz forte danifica a pintura de alguns materiais e faz com que a cor seja perdida. Em shows a restrição é a mesma, pois o flash tira a concentração dos artistas e faz com que eles fiquem cegos por alguns momentos e isso pode ser ruim para a interpretação, sobretudo se o tema for dramático.
Mesmo assim as luzes brilham...
Quando há um engano tudo bem, mas existem pessoas desatentas demais que nem sequer sabem ajustar a máquina para que ela funcione sem o flash. Outro dia estava numa igreja em Salvador e uma turista portuguesa veio me pedir para ajustar a máquina dela para que não saísse o flash e terminei aproveitando o momento e usando um pouco a máquina, que era potente e cheia de recursos. Ela foi educada e não tinha tirado nenhuma foto até então e se sentiu à vontade comigo pois viu que eu registrava tudo que via e sem o flash. 
Em alguns momentos, o flash ajuda muito, mas na maioria das vezes a fotografia só tem vida perfeita se for registrada sem ele, mas para isso precisamos de uma boa iluminação, seja natural ou artificial. Se não for assim é apelar para ele mesmo e torcer para que o fundo da imagem não fique muito escuro, pois é isso que geralmente acontece quando a foto é registrada num ambiente pouco iluminado.
Percebi outras pessoas fotografando a mesma igreja e muitos usavam flash e a foto sempre ficava uma droga e mesmo assim ficavam insistindo em captar uma melhor, não percebendo que o problema era o uso do flash, já que o local recebia iluminação natural e dava boas condições de fotografar bem.
As restrições que temos diariamente nem sempre precisam ser cumpridas a risca, isto porque algumas delas nem ajudam nem destroem, apenas alertam para um cuidado adicional que devemos ter em dado momento. Outras restrições são importantes e necessitam de cumprimento, pois podem colocar em risco a vida de pessoas ou simplesmente a deterioração de espaços que precisam de cuidados constantes e cabe a nós, visitantes, fazer isso.
Não sou muito adepto de regras ilimitadas e que barram a criatividade das pessoas. Acredito que muitas coisas poderiam ser somente alertadas, evitando os transtornos e constrangimentos causados em alguns momentos da nossa vida. Se o flash é proibido em alguns lugares importantes, que seja. Acho válido e necessária a nossa observação para este ponto. 
O que precisa realmente mudar é o flash que ilumina a educação das pessoas, pois determinadas situações já deveriam ser tão óbvias que alertar seria chamar o outro de idiota. Flash rápido e rasteiro na cabeça das pessoas desatentas e sem noção nenhuma de preservação e cuidado ao patrimônio público!
Desliguem o relâmpago da máquina da ignorância e sejam felizes para sempre, com luz natural e cores nítidas.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Beleza Indomada

A Praia da Várzea do Una, em Pernambuco, preserva todas as características originais e por não ter acesso fácil, termina sendo uma boa opção para um passeio contemplativo das belezas do nosso litoral. Foi na região que foram feitas cenas da novela "A Indomada", numa praia vizinha, a Praia do Porto. 
Para chegar lá é necessário ir até o vilarejo da Várzea do Una, que fica perto de São José da Coroa Grande. Pode-se ir de carro ou à pé e isso depende do espírito de aventura de cada um. Eu fui à pé da cidade de Barreiros até a Várzea do Una e posso dizer que o passeio nos proporciona ótimos momentos de contemplação da natureza e nos presenteia no final com uma praia deserta e tranquila.
Atravessar o Rio Una de barco e verificar os manguezais e pequenos caranguejos que ficam nas margens do rio é bem interessante, pois percebemos como o ecossistema é bem organizado e faz com que a natureza se renove a cada momento. Vi nas margens do rio, pela primeira vez, alguns carcarás, aves famosas no sertão, carnívoras e de grande beleza.
Contemplar a natureza tem dessas coisas, pois podemos verificar tudo de belo que temos ao nosso dispor e como é rica a nossa diversidade natural, onde podemos encontrar vários exemplos de animais, vegetações e perceber como ainda temos paraísos para serem aproveitados. Espero que o turismo no local continue do jeito que está, simples e sem muitas agonias, pois somente assim a área ficará com o aspecto que hoje tem e que mostra muita preservação e natureza quase intactas.
Basta andar um pouco que encontraremos a movimentada Praia de São José da Coroa Grande, local de grande concentração turística e ainda mais nos períodos de férias e verão. O que encontramos no vilarejo da Várzea do Una é um pequeno museu que conta a história do local, seus personagens mais pitorescos e vestígios dos animais e natureza. 
Os restaurantes são simples, porém com comida gostosa e a maioria a base de peixes e crustáceos. Almocei no restaurante "A Indomada", que faz alusão à novela famosa e tem cardápio variado, mas com muita simplicidade. Nunca tinha comido aratu, que é um crustáceo e esta foi mais uma descoberta no dia de hoje que contou com uma caminhada leve, mas sufocante devido ao sol forte que hoje nos guiou e fez com que o passeio fosse bonito e cheio de belas paisagens para o desfrute do grupo de 30 aventureiros que estiveram na trilha de hoje.
Um local para visitação e contemplação. Aproveitar a simplicidade e calmaria de lá é indispensável para quem quer fugir da rotina estressante das grandes cidades. Sem dúvida, uma ótima opção de turismo para conhecer um pouco mais do Estado de Pernambuco, que é tão belo e nos proporciona tantas alegrias.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Para ser Romântico


Hoje eu dei para ser romântico
Perto de você não me vejo só
De você quero distância
Bem pequenininha

Nem ia imaginar
O sol, você como está?
Nesse dia, esse viaduto lindo
Como calendário de verão
Do mês que a gente está
Na cidade que continua linda
Continua linda
Que continua linda
Continua linda


Composição: Karina Buhr

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A Morte do Mestre Selarón

Quando visitei o Rio de Janeiro, a minha primeira parada para visitação foi a Escadaria Selaron, que sempre tinha visto por fotos, pois queria presenciar a grande obra que coloria as escadarias do Convento de Santa Tereza com cerâmicas variadas e na maioria em tons vermelhos. A impressão que tive foi bem significativa, pois o artista Jorge Selarón fez com que uma calçada simples se tornasse uma obra de arte de grande beleza e efeito visual arrebatador.
Na semana passada o artista foi encontrado morto na mesma escadaria que criou e as circunstâncias do óbito ainda não foram conclusivas para saber se houve homicídio ou suicídio. Se ele realmente se matou, como aponta a maioria das investigações, cometeu um ato de grande desespero, pois já vi muita gente tirar a própria vida de formas mais rápidas, mas nunca com o fogo, ainda mais com pouco fogo. A dor deve ter sido insuportável e o sofrimento também, caso ele tenha ficado acordado para assistir a sua morte.
Algumas vezes as pessoas cometem atos insanos e terminam comprometendo vários desígnios que ainda iriam ter e colocam um fim a legados que ainda teriam muito para concretizar e mostrar ao mundo. A raiva, a depressão e o impulso, terminam fazendo com que as pessoas sejam insanas e cometam várias ações sem sentido e que geram muitas interrogações nas nossas cabeças, pois nem sempre encontramos a resposta para a maioria das atitudes que as pessoas praticam.
A vida de todos nós tem seus altos e baixos e a alegria e a angústia caminham sempre juntas, pois sempre uma delas dará origem à outra e juntas poderão se unir para amenizar qualquer situação e deixar as pessoas mais calmas e cheias de vivacidade para enfrentar todas as turbulências que a vida impor.
Não pensem que todos aqueles que demonstram alegria são realmente assim. Muitas vezes é uma forma que utilizam para mascarar as suas deficiências e terminam compensando com os excessos de bebidas, de festinhas, de viagens, de compras... Enfim, terminam buscando em algo a compensação do que não encontraram dentro de si. 
As cores que enfeitam a nossa vida podem ser escuras ou coloridas com a Escadaria Selaron e o nosso espírito pode estar queimando de vida ou virando pó com a mesma chama. O apego ao que é correto, a realização de boas atividades e o relacionamento com boas pessoas ajuda muito no desenvolvimento de todos nós e faz com que a nossa alegria não tenha fim e possa ser realmente satisfatória em todos os momentos da nossa vida.
Vamos subir cada degrau, olhar para trás sempre que algo precise ser avaliado e seguir em frente, pois somente assim ficaremos mais fortalecidos para tudo que iremos vivenciar e que precisa da nossa força para ter mais sentido e continuidade.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Festa na Colina Sagrada

Hoje foi celebrado o dia do Senhor do Bonfim e uma grande multidão percorreu os 8 km que separam a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia até a Igreja do Bonfim. A festa reúne um pouco de tudo e carrega consigo todas as tradições religiosas da Bahia, quando o catolicismo, o espiritismo e o candomblé se reúnem e falam a mesma língua para reverenciar o senhor dos orixás, Oxalá, Nosso Senhor do Bonfim.
Em Salvador, a igreja é, sem dúvida, a mais visitada e basta observar as inúmeras fitinhas que são amarradas diariamente nos portões da igreja para perceber que as pessoas querem deixar um pouco de si no local e, de certa forma, se apegar à fé que depositam em cada nó que é dado nas fitinhas coloridas que enfeitam cada pedaço da igreja, pois se antes elas se limitavam ao portão principal, hoje estão por toda a parte e terminam criando um colorido diferente e que contrasta com a arquitetura da edificação.
A igreja reúne uma série de objetos que foram fruto de alguma graça alcançada pela devoção atribuída ao Senhor do Bonfim e basta observar bem para percebermos que são muitas as variações de graças e pedidos que lotam o espaço destinado para este fim e o torna um cantinho de contemplação e de puro deleite, pois observar cada história ali retratada é como juntar pedacinhos de cada pessoa e dessa forma criar uma história com um enredo que muitas vezes é deduzido por nós. São noivos, crianças, aleijados, falecidos, políticos, formandos e muitos outros personagens que possuem uma única característica em comum: A Fé.
Fé que motiva as pessoas a realizar os mais diversos sacrifícios ou destinar um pouco do seu tempo para homenagear o Santo mais famoso da Bahia, que usa branco e que representa e paz do mundo e a união de todas as forças para que os dias sejam bem melhores para todos.
Na caminhada até a Colina Sagrada não vão somente anônimos e muitas pessoas famosas fazem questão de estar um pouco mais perto desta tradição que paralisa os principais pontos do cento da cidade e faz com que em muitos locais o trabalho seja deixado para outra hora, pois o momento é propício somente para o louvor do principal expoente da fé dos baianos.
Uma festa bonita, sem dúvida...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Baunilha com Chocolate?

Algumas pessoas já assimilaram determinados pensamentos na cabeça e fazem disso a forma de agir diariamente, seja onde for e com quem quer que seja. Vou falar dois exemplos simples que mostram a maneira como as pessoas ficam automatizadas e não param para pensar no que estão fazendo ou nas consequências que irão ter, por simplesmente não prestarem atenção no que fazem.
Todas as vezes que compro sorvete no shopping, peço de baunilha com calda de morango e todas as vezes o atendente me pergunta, mesmo após ter dito a ale a minha preferência, se o meu sorvete é de baunilha com chocolate e calda de chocolate. Todas as vezes respondo que não umas duas vezes no mínimo até eles entenderem o meu desejo e finalmente realizarem o meu pedido da forma adequada. Outro dia, mesmo após ter dito duas vezes, a menina ainda errou o meu sorvete e só percebeu que tinha colocado o sabor errado quando veio me entregar e novamente eu disse o que eu queria. Ela jogou o sorvete no lixo e toda envergonhada fez o sabor que eu tinha pedido.
Outro exemplo é a padaria aqui perto de casa, pois todas as vezes que tomo um café por lá, peço sempre café puro e todas as vezes na hora de fechar o pedido ou de me entregar a bebida, vem a mesma pergunta: Café com leite?
Minha intenção de comentar isso aqui no blog é para falar um pouco sobre a forma como as pessoas estão desatentas com todos e com tudo e terminam executando atividades erradas por simplesmente não prestarem atenção nos detalhes e instruções que foram repassadas. O prejuízo nas empresas pode ser muito grande se as pessoas não passarem a executar atividades com consciência, evitando os deslizes e estragando os meios que levam a concretizar atividades. O sorvete e o café são pequenos exemplos, mas imagine a quantidade de informações não processadas corretamente diariamente e como isso gera prejuízo para todos?
A insatisfação pode fazer com que o cliente não volte ou o empregado desleixado pode ser desligado por causar prejuízos constantes à empresa. Isso é fato. O que é irreal é a forma como as pessoas não observam mais nada e terminam só repassando informações ou executando atividades sem o mínimo de pensamento e de atenção, fazendo com que muita gente tome sorvete misto ou café com leite quando a vontade era outra.
Se observarmos os dois itens alimentícios, veremos que são justamente o retrato da mente das pessoas, pois terminam misturando o que não devem e oferecendo um produto que não foi solicitado.
Será que o padrão deve ser aplicado para todos? Onde fica a nossa forma de personalizar nossas ações e fazer com que seja direcionada para as pessoas de forma adequada e correta? Esta deve ser a resposta de tantas coisas ruins que encontramos por aí, pois o mercado oferece o que é comum e não se preocupa em ouvir o cliente para saber se realmente aquilo que foi pedido é o que reflete o desejo dele.
De que adianta os estabelecimentos oferecerem opções de consumo se as possibilidades de oferta ficaram restritas às que são mais escutadas e que se tornaram, de certa forma, um padrão, com pequenas chances de serem mudadas para os clientes menos exigentes e que não manifestam a sua predileção?
Será que todo mundo tem que tomar sorvete de baunilha com chocolate e café com leite?
O sorvete de baunilha e o café preto são tão mais práticos e ninguém pensou nisso...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Ousadia

A ousadia é algo que muitos buscam mas nem todos conseguem ter, pois esta palavrinha tão simples exige de todos nós uma carga infinita de mudanças que nem sempre estão acessíveis às pessoas menos corajosas e sem sede de mudanças. Ousar é fazer diferente, é sair do lugar comum, é jogar-se naquilo que muitos não viram com bons olhos ou simplesmente tiveram medo das consequências ou até da opinião alheia, que nestas horas pesa muito para que a ousadia seja deixada de lado e interfira muitas vezes no desenvolvimento pessoal de muitos.
Há, porém, a ousadia desmedida, sem controle, e esta deve ser contida já que está mais ligada a anarquia e por isso interfere negativamente na vida de muita gente. Uma roupa diferente, um ato fora do padrão já podem, sim, denotar uma ousadia e fazer com que muitas pessoas sejam vistas de forma diferente na sociedade e contribuam com os seus gestos para que muitos padrões sejam mudados, dando vida a novos rumos que até então estavam obscuros e sem perspectivas.
Gosto da ousadia controlada, aquela que mostra criatividade, mas com muita sabedoria para saber a hora de ser diferente e ridículo, necessário ou inconveniente. Tudo depende da forma como iremos agir e adaptar cada ação nossa só nos trará ótimos resultados, ainda mais se estivermos numa maré de igualdade sem fim e sem muitas chances de observar o que é fácil de ser notado e que só precisa de um pouco da nossa determinação e desprendimento.
Não custa nada melhorar nossos atos, dando um toque de ousadia em todos eles e fazendo diferente a cada novo dia que surge e que alimenta o nosso ego para todas as oportunidades que existem e que adormecem a cada ato inseguro da nossa parte.
Gosto de ver as diferenças, as criatividades, os momentos de fuga do lugar comum e com isso saber que todos eles são necessários para que o mundo realmente tenha eficácia e possa evoluir com as pessoas que nele estão e que precisam destas cargas de energia para se manterem vivas e com muitas possibilidades de vida abundante num mundo que consome as ousadias a cada minuto e exige novas etapas para se manter vivo e eficaz.
Nem tudo que é ousado presta e cabe a nós descobrir isso, adaptando o nosso gosto às necessidades que a vida vai nos apresentando e fazendo com que as escolhas sejam tomadas para que o futuro de todos nós tenha a base do passado com a inquietude da ousadia perene que nos acompanha diariamente.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Sonhos de Infância

Realizar sonhos de infância é bem mais do que satisfazer desejos, é alimentar todas as nossas vontades e fazer com que elas se tornem reais e duradouras. Cada momento que vivemos destes sonhos, que ficaram na nossa memória, são significativos para o nosso aprimoramento e também para o nosso conhecimento do mundo que antes só imaginávamos e agora descobrimos com mais detalhes e precisão.
Quando finalizamos um processo deste tipo e conhecemos tudo que era possível desbravar, ficamos com uma sensação enorme de felicidade e de dever cumprido, onde nenhuma hipótese de deslise foi esquecida e todos os detalhes nos fizeram reconhecer de vez o que alimentávamos somente em sonho.
Tinha este desejo com a cidade de Salvador, pois sempre passava por lá corrido e nunca tive tempo de conhecê-la melhor, em detalhes. Agora fui com mais tempo e pude perceber que nem tudo são riquezas e que a cidade carrega consigo muitas mazelas das cidades grandes e que as diferenças culturais são bem maiores do que imaginava. Foi bom conhecer cada igreja, cada detalhe da colonização, saber um pouco mais da cultura do Brasil e saber que o município possui altos e baixos, locais velhos e novos. Algumas áreas de Salvador são fantásticas no desenvolvimento imobiliário e comercial, outras áreas padecem e sofrem com a falta de estrutura. O centro histórico tem lados preservados, outros caindo os pedaços e com altas chances de desaparecerem se nada for feito urgentemente. 
Na Baía de Todos os Santos, podemos encontrar favelas e condomínios de luxo, convivendo em harmonia gritante e nem sempre bonita aos olhos. Salvador tem locais sinistros, áreas ruins de andar à pé e com acessos complicados mesmo para quem está de carro ou ônibus. O trânsito está caótico e não funciona em determinados horários do dia. Alguns bairros estão bem organizados, outros totalmente abandonados e cheios de favelas, digo, bairros populares, como os próprios baianos chamam.
Descobri que o Dique do Tororó não tem só orixás, tem beleza e contemplação no meio de uma cidade fervente e cheia de moradias e viadutos intermináveis, cheios de mendigos que pedem com um valor tabelado: R$ 2,00. 
O Shopping Iguatemi cresceu, ficou mais bonito, mas continua um labirinto de emoções, onde não sabemos como entramos e nem tão pouco por onde vamos sair. As lojas são pequenas e distribuídas em ruelas que passam por reformas e em alguns espaços estão escuras e quentes. Não vi muita evolução desde a última vez que o visitei, há 26 anos.
É possível desfrutar bem das praias que fazem o litoral da cidade, mas é preciso ter cuidado em algumas áreas, pois a marginalização e o consumo de drogas é muito grande e termina deixando os locais impróprios. A Praia de Itapuã e a Porto a Barra são as mais frequentadas e as piores para aproveitar o mar. Não entendi ainda como as pessoas migram para estes espaços se eles são os mais desorganizados da cidade e apresentam a maior quantidade de lixo por metro quadrado. 
O policiamento nas ruas aumentou e agora percebemos que os mendigos e meninos de rua estão mais ausentes do Pelourinho, onde faziam a festa e roubavam a todos descaradamente. O que ainda incomoda são os vendedores de colares que usam aquela conversa fiada de presentear o visitante com uma fitinha para tentar vender um produto que não vale a metade do preço que cobram. É irritante perceber como os baianos são indiscretos, indelicados e como gritam e soltam palavrões por tudo, seja no trânsito, numa conversa ou só para fazer média. 
O Aeroporto de Salvador foi o primeiro lugar do tipo que vi pessoas mendigando e circulando nas mesas em busca de comida. Vi também no Shopping Iguatemi alguns vendedores ambulantes tentando vender, nos corredores, celulares piratas para as pessoas que passavam. Percebi que o primeiro andar do Mercado Modelo oferece preços mais baratos e que o acarajé é bem caro, mas muito consumido.
A Feira de São Joaquim foi a minha decepção. Achei que iria encontrar um local agradável e cheio de diversidades, mas só vi desorganização, sujeira, lama e cheiro de podre por todos os locais que andei. Comprar algo ali, só se for para realizar oferendas aos orixás, pois a maior concentração de lojas para este fim está por lá. A feira de frutas e verduras só compensa para quem compra em grande quantidade e a disposição para andar por lá é necessária para qualquer um, já que a maioria dos itens à venda ficam expostos de modo desorganizado e sem possibilidade de fácil acesso.
A Igreja do Bonfim continua a mesma, só que agora com uma praga de fitinhas por todos os lados. Os pais de santo que vendem um "axé" ainda estão por lá, comercializando uma bênção e tornando o ato um pouco caricato e digno de uma cena de humor, pois num dado momento eles se perdem com o ritual e não sabem o que é reza ou o que é brincadeira.
O Elevador Lacerda está em manutenção, de mal a pior, e com filas gigantescas.
Notei que o catolicismo e o candomblé são a mesma coisa para os baianos e que eles ainda não distinguiram Nossa Senhora da Conceição de Yemanjá e Deus de Oxalá, pois o que divide estas diferenças está muito além do entendimento e faz parte da tradição de todos eles. Os despachos são como garrafas "pet" jogadas na rua, pois em toda encruzilhada existe um. Eu me deparei com três.
A "Falsa Baiana" como cantava Gal Costa, realmente existe e está nas ruas do Pelourinho distribuindo simpatia por dinheiro, pois se não for assim, viram a cara e deixam os turistas a ver navios. 
O Pelourinho passa por revitalizações, está mais limpo, sendo possível ver em alguns locais a cor voltando aos casarios e fazendo bonito nas ladeiras por onde uma infinidade de turistas caminham diariamente.
O Rio Vermelho não tem o requinte que o tornou famoso e o que Jorge Amado tanto falava ficou na história, no passado. Hoje ele é bem movimentado nos finais de semana, mas uma escuridão durante a semana. O Largo da Mariquita melhorou muito e se tornou uma boa opção para um petisco rápido e divertimento nos finais de semana, já que alguns projetos culturais acontecem por lá e fazem um barulho danado nas madrugadas. A Casa de Yemanjá é um santuário dos pescadores, onde os encontros de todos eles no início do dia e nos finais de tarde fazem com que o orixá das águas salgadas tenha local certo de devoção.
Notei mesmo assim, com todas estas observações inquietas, que Salvador e a Bahia são riquíssimas, possuem belos locais para serem visitados e que minhas férias valeram cada minuto por aqui. Aproveitei bem, pois vi o que gostei e me dei ao prazer de observar também o que não era do meu agrado, mas que seriam necessários para formalizar dentro de mim o que precisava ter para conceituar bem esta cidade que até então só conhecia superficialmente.
Valeu, Bahia, Salvador, em breve volto...

domingo, 13 de janeiro de 2013

Tarde em Itapuã

Um velho calção de banho
O dia para vadiar
Um mar que não tem tamanho
E um arco-íris no ar
Depois na praça Caymmi
Sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime
Beber uma água de coco

É bom
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã

Enquanto o mar inaugura
Um verde novinho em folha
Argumentar com doçura
Com uma cachaça de rolha
E com o olhar esquecido
No encontro de céu e mar
Bem devagar ir sentindo
A terra toda a rodar

Depois sentir o arrepio
Do vento que a noite traz
E o diz-que-diz-que macio
Que brota dos coqueirais
E nos espaços serenos
Sem ontem nem amanhã
Dormir nos braços morenos
Da lua de Itapuã

É bom
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã

Hoje visitei a Praia de Itapuã, e bem diferentemente do que Vinícius de Moraes cantou na famosa música, o local está mudado e perdeu muito o encanto de antes. Mesmo assim, a praia nos dá uma visão linda de Salvador e com a maré baixa é possível tomar banho nas piscinas naturais que são formadas. O problema é a grande quantidade de sargaço que deixa um cheiro forte no ar e torna o passeio na praia um pouco abusivo. O Farol de Itapuã é bem conservado e visitado, pois todos seguem para lá e tiram uma foto ao lado do monumento mais famoso do bairro.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Organização e Estrutura

A Praia do Forte é o que podemos chamar de espaço organizado, estruturado, limpo e diversificado, pois é possível encontrar de tudo por lá, mas com um nível de organização bem superior aos demais pontos de turismo do Estado da Bahia. O local respira beleza e os atrativos não param somente na praia, que é bela, pois lá temos o Projeto Tamar para visitação e uma vila de lojas e restaurantes de fazer inveja a muitos shoppings das cidades.
Encontramos desde os típicos acarajés e cocadas, até os pratos mais sofisticados da gastronomia moderna e tudo isso é servido em uma infinidade de pontos comerciais que atendem a todos os bolsos e gostos. A praia, por ser um local muito visitado, tem preços mais salgados do que os usuais, mas o artesanato e roupas vendidas por lá possuem um nível melhor do que as que encontramos nos outros locais de venda de lembranças típicas da Bahia. Na loja do Projeto Tamar os preços são gritantes e muitas vezes fora da realidade, pois nem sempre os produtos valem o preço que possuem. 
O ingresso para o Projeto Tamar custa R$ 16,00 e quem é estudante paga a metade. Lá dentro, a visita pode ser livre ou monitorada por guias que contam um pouco da história do local e do trabalho desenvolvido na preservação das tartarugas marinhas que a cada ano crescem a população graças ao trabalho incansável do Tamar.
Com a maré baixa, a praia apresenta várias piscinas naturais onde podemos ver alguns peixes e tomar um banho tranquilo sem se preocupar com as ondas fortes do mar. Apesar de toda a modernidade que a praia possui, há muita organização e preocupação com o meio ambiente, pois é notável a limpeza dos locais e o esmero com que tudo é projetado para receber o visitante. Notamos que é algo organizado e que a evolução do local está aliada à preservação do meio ambiente e, especialmente, das tartarugas marinhas que são as rainhas do local e são vistas por muitas pessoas diariamente.
Em outro momento, vou visitar a praia com mais calma e passar mais tempo por lá para aproveitar um pouco mais daquelas belezas naturais e desfrutar de tudo que a agonia das viagens rápidas não nos proporcionam. Determinados lugares devem ser degustados aos poucos, como um vinho saboroso e adocicado.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Mangue Seco

Hoje fui até a divisa dos Estados da Bahia e Sergipe para conhecer a famosa Praia de Mangue Seco e para minha surpresa, ela conserva a maioria das simplicidades que tornam um local atrativo e realmente relaxante. Apesar da grande visitação de pessoas, as barracas de praia são bem rústicas e o vilarejo pouco povoado e sem muitas opções de lazer e hospedagem. Não é o local ideal para quem gosta de badalação, pois a calmaria pode causar um pouco de tédio aos visitantes.
Eu gostei muito do local e acho que a preservação o deixa ainda mais atrativo e cheio de charme. Foi nesta praia que cenas da novela Tieta foram gravadas e foi justamente isso que levou fama ao local  simples e que é habitado por pessoas que vivem da renda gerada pelo turismo e que é visto nos artesanatos, passeios e alimentos que são vendidos pelos moradores. 
O passeio de buggy é curto e se limita a levar os visitantes do vilarejo até a praia, onde um delicioso banho de mar pode ser tomado e com a garantia de muita limpeza e frescor, já que o calor no local é intenso, embora o vento seja forte e sopre constantemente fazendo com que as dunas adotem formações diferentes. A areia fina é bem característica da praia, o que até incomoda em momentos de maior ventilação, pois ficamos cheios de areia de uma forma involuntária, sendo este um dos detalhes mais pitorescos da praia, que fora as dunas e a fama é igual a muitas outras.
As barracas de praia de Mangue Seco são feitas com palha de coqueiro e isso possibilita um maior conforto solar, pois a temperatura fica bem mais agradável para quem está descansando um pouco ou comendo algumas das especiarias servidas na região, que são os deliciosos peixes e moquecas, além das variedades de cocadas para tornar a viagem mais doce.
A viagem de Salvador até Mangue Seco dura três horas, sendo feita pela linha verde de onde podemos ter uma bela visão da Costa dos Coqueiros, que vai da Bahia até o Estado de Alagoas. O passeio de um dia se torna um pouco cansativo devido a esta pequena viagem, o que influencia muito na disposição do viajante. Ir até mangue seco a partir de Aracaju é bem mais perto e a distância é menor que 100 km. Apesar da praia estar no Estado da Bahia, o acesso é feito por Sergipe, através de um barco que nos transporta pelo rio, num trajeto de aproximadamente 15 minutos.
Um passeio de contemplação e com muitas belezas naturais, onde o homem pode sentir a beleza das nossas terras e também verificar como é rico o nosso litoral. 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Cidade Lotada

                        
Hoje dei uma volta em alguns pontos turísticos de Salvador e o que pude perceber é que a cidade está lotada e intransitável em determinados locais de maior fluxo de pessoas e carros. A situação está ainda pior, pois o carnaval está próximo e a cidade já se prepara para os festejos que irão acontecer no mês que vem. Há também os preparativos para a festa do Senhor do Bonfim, que será no dia 17 de Janeiro e a Festa de Yemanjá, que será no dia 2 de Fevereiro. Como podem perceber, a Bahia é festa o ano inteiro e isso dá um trabalho para organizar danado, pois a quantidade de camarotes que estão sendo montados é muito grande e faz com que alguns congestionamentos sejam gerados.
Logo cedo fui na Igreja do Bonfim, pois sei que o local é muito visitado e poderia estar cheio. Acertei. Cheguei cedo mas não adiantou, pois a igreja já estava tomada de gente e de fitas, que agora deixaram os portões de entrada e ficam amarradas no interior da igreja também. O efeito visual é lindo, mas não sei onde isso vai parar e nem se o local tem suporte para comportar uma demanda tão grande de fitinhas com seus nós e muitos pedidos. Outra atração local são os pais de santo que ficam chamando as pessoas para dar um "axé", que nada mais é uma bênção com muita arruda, sal grosso e outros itens usados no candomblé para afastar o mal da vida das pessoas. A maioria foge do assédio, mas alguns vão para receber a reza e ficam meio confusos com tantas caricaturas que os pais de santo fazem, deixando a cena engraçada e causando um pouco de descrença por parte das pessoas.
Saindo de lá fui visitar um local incrível e lindo, que é o Dique do Tororó. Uma grande extensão de água, no meio da cidade e com um visual lindo e organizado, onde podemos notar também a construção do Estádio da Fonte Nova, que será um dos palcos para a copa do mundo. A construção deveria ter sido feita num local mais afastado da cidade, pois achei a estrutura viária muito ineficiente para o fluxo de carros e pessoas que serão gerados em dias de jogos, não só na copa do mundo, mas em outras ocasiões também.
Lá podemos desfrutar de sombra, bancos para contemplação e quiosques diversos para um lanche rápido. Estão por lá as esculturas que representam os Orixás mais populares da Bahia  e a área fica rodeada de favelas, que possuem uma visão privilegiada do espaço.
Logo após passei rapidamente pela Praia do Porto da Barra, pois o fluxo de pessoas era intenso e deixava o local agoniado e farofado demais. Não gostei do espaço, pois a agonia de mendigos, dependentes químicos, turistas, gente feia, gente bonita, farofeiros, policiais e carros era muito grande e deixava o que poderia ser um grande lazer com cara de erro.
Andei um pouco e cheguei até o Farol da Barra e contemplei um pouco a beleza do local que também é bem visitado, mas com uma mistura mais organizada. De lá segui para o Shopping Barra, que literalmente foi construído entre edifícios e favelas e termina sendo um pouco agoniado para se ter acesso. Para fechar o dia, fui até o Morro do Cristo e fiquei sentado vendo o entardecer que estava intenso e com um sol belo e energizante.
De lá podemos ver tanto a Praia da Barra como a Praia de Ondina, todas com um visual grandioso. Amanhã tem mais...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Ilhas dos Frades e Itaparica

O passeio de escuna até a Ilha dos Frades e Ilha de Itaparica tem um trajeto que demora aproximadamente uma hora e meia e cada minuto nestes lugares é compensador, especialmente na Ilha dos Frades que é maia preservada e tem um aspecto mais calmo. A Ilha de Itaparica é bem povoada, mas tem alguns pontos ainda tranquilos e foi nesta área que ficamos para realizar o nosso conhecimento do local.
Saímos de Salvador logo cedo e pegamos uma escuna animada por um grupo de samba, que cantou o que há de melhor no repertório nacional, o que tornou a viagem divertida e bem menos demorada. Nem percebemos e já estávamos lá, visitando o paraíso. É cobrada uma taxa de preservação de R$ 0,65 por pessoa para o acesso à ilha e o valor é bem insignificante diante das belezas que podemos desfrutar. Nosso primeiro destino foi a Ilha dos Frades, onde a calmaria é bem presente e favorece o descanso e contemplação da natureza. No alto do morro da ilha, está a Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, que está linda, bem conservada e organizada. Do local é possível ter uma visão privilegiada da ilha e a beleza do mar é impressionante e nos faz ficar cativos de tantos atrativos que o Estado da Bahia tem para nos proporcionar.
Ficamos um pouco no local, tomamos um banho relaxante e depois seguimos para a Ilha de Itaparica, onde ficamos num local mais reservado e perto de uma área de manguezais. Lá almoçamos e voltamos para Salvador, chegando a Baía de Todos os Santos no final da tarde e desfrutando de toda a beleza do entardecer em Salvador, que é lindo e bem contemplativo.
A visita que realizamos hoje foi bem mais calma, pois pudemos desfrutar realmente da ilha e sentir um pouco de relaxamento num local tão bonito. As escunas que fazem o transporte de passageiros são bem preparadas e fazem um trajeto tranquilo e sem muitas surpresas, exceto pelo mar que fica um pouco agitado quando a maré está cheia. Nada que ponha em risco a beleza do passeio e faça com que ele fique perigoso. Quem tem problemas de enjoo, é melhor tomar algum remédio, pois as indisposições podem acontecer e deixar o passeio com cara de programa de índio. Não custa ter um pouco de cuidado e evitar os excessos nestas horas. Gostei demais do que vi e pretendo voltar outro dia, com mais tempo para desfrutar mais. São locais realmente bonitos e que merecem um passeio mais duradouro e não somente de um dia, como foi o que realizei.

Segue o Caminho do Boi da Macuca

O São João do Boi da Macuca, na cidade de Correntes, Pernambuco, acontece anualmente e reúne grande quantidade de pessoas que buscam nos fes...