Na minha infância, aqui em Garanhuns, sempre nos Sábados de Aleluia, fazíamos a malhação do Judas, que é um gesto simbólico de detonar com uma pessoa que representa a falsidade e a perversão. A cada ano personagens históricos faziam parte do rol de malhações e eram geralmente pessoas que estavam na mídia se destacando pelo seu mal caráter e pela sua forma desonesta de viver.
Eu tenho algumas personalidades que fizeram parte da minha vida nos últimos meses e que irei eleger hoje como os Judas que irei malhar num gesto simbólico mas bem representativo, pois tais criaturas só atrapalharam minha evolução e só me fizeram sair do sério em alguns momentos que muito precisei de calma e sabedoria.
Na verdade eu já malhei todos da minha vida e os coloquei num local de esquecimento, no sótão do meu pensamento, junto ao passado empoeirado e cheio de ácaros, para que espirrem até o nariz ficar inchado.
Muitos Judas pensam que somos idiotas e acreditam que podem passar a vida toda fazendo o que querem conosco sem que tenhamos nenhuma atitude a tomar. Pois bem, eu já destruí todos e ando preparado para cada nova aparição desta personagem infame e indesejada na vida de qualquer cristão.
Não procuro ser vingativo, nem tão pouco rancoroso, mas infelizmente tenho uma memória que não me possibilita esquecer as safadezas que me fazem e isso é o que me faz acreditar cada dia mais em mim e com isso me valorizar para não ficar sendo alvo de espertinhos que só querem tirar proveito das situações e consumir o pouco de paz que conquistamos ao longo do tempo.
Chamo todos hoje para o desafio maior das nossas vidas, que é eliminar os Judas que nos aparecem. Coloque todos em fila indiana e vão queimando todos até que não sobre nem o pó para ser jogado na praça, pois coisa ruim pode germinar e voltar ainda pior.
