quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Perdeu o Cabaço

A sensação de ter algo novo nas nossas mãos é incrível, ainda mais quando o objeto de desejo está relacionado ao nossos anseios pessoais e faz com que a nossa alegria seja completa. Tirar o cabaço de algo novo é prazeroso e faz com que possamos desfrutar do início ao fim aquilo que muitas vezes é sonhado e tem espera bem alimentada pela nossa ansiedade.
Depois que o cabaço se vai, ficamos lambendo as beiradas e desfrutando os últimos momentos daquela atividade que acabou ou que agora não está mais do jeito inicial, a qual pode até ter perdido o seu sabor, propriedades e resistência. Se gostamos mesmo daquele item, ficaremos satisfeitos mesmo quando ele estiver arreganhado de tanto uso, pois a nossa alegria será a mesma ao entrar naquele mundo de desejos e sensações que somente a nossa mente apaixonada pode nos proporcionar.
Tudo que é novinho tem um desejo maior e ficamos até sem jeito quando tiramos uma lasquinha de algo que foi intocado, mas que já recebeu algumas investidas para que o lacre fosse rompido antes da hora; isto é algo que nos desperta muita curiosidade e nos faz perceber que a explosão do rompimento da barreira inicial é bem mais gratificante do que quando já encontrarmos tudo aberto, somente esperando a nossa investida.
Sinto isso todas as vezes que vou abrir uma capa de CD, DVD ou comer algum alimento que vem bem guardadinho, enfim, em todos os momentos que tenho que tirar o cabaço de algo para poder descobrir o seu interior ou quem sabe fazer dele um parque de diversões, onde as apalpadas, lambidas ou olhares abertos fazem dos momentos vividos, raros instantes de degustação, ainda que a língua não seja amplamente usada para este fim.
O cérebro fica louco quando o cabaço é perdido e já fico esperando o próximo momento de romper outra coisa e mergulhar neste infinito mundo de desejos que um simples lacre nos proporciona e que ficamos loucos só de imaginar a importância de descobrirmos tais mundinhos ao nosso redor, os quais só nos satisfazem de verdade se estiverem com aquele gostinho da primeira vez.
Depois que azeda, a sensação é outra.
Bom mesmo é ter a frescura do momento, algo que só entenderemos quando estivermos desfrutando de algo pela primeira vez.

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