sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Galo de Campina

A exposição do artista plástico Fernando Areias, no Aeroporto do Recife, me fez lembrar a minha casa lá em Garanhuns nos tempos em que meu pai era vivo e criava vários passarinhos, de muitas espécies.
Era uma cantoria sem fim logo cedo e isso nos dava a sensação de estarmos no mato, em contato com a natureza. A obra que mais me arrebatou foi a que retratava o Galo de Campina, que era um dos pássaros que tínhamos lá em casa. Sua plumagem tricolor era encantadora e o vermelho da sua cabeça era destaque dentre os demais, que, na maioria das vezes, traziam cores pardas e sem muita luz.
Grande parte dos quadros que vi eram de pássaros, embora muitos outros retratassem animais, folhagens, pessoas, festas... Ficou evidente pelo traço forte do artista sua predileção pelos pássaros e, em especial, pelo Galo de Campina.
Hoje em dia não temos mais os pássaros, pois o cuidado que era requerido tomava muito o tempo da minha mãe, que não teve paciência de ficar com esta tarefa. Dou razão para ela, pois os danadinhos cantavam, mas em compensação sujavam a casa com restos da ração, do alpiste e pedaços de frutas que comiam. Meu pai tinha extremo cuidado com todos e comprava produtos de qualidade e frutas fresquinhas para todos eles.
As gaiolas eram lindas, feitas sob encomenda.
Ele diariamente acordava às 04:00 para cuidar de todos, um por um, limpando suas gaiolas e mantendo a água e o alimento em ordem. Eles cantavam de alegria e percebiam a nossa chegada. Tínhamos um que não durou muito, pois seu canto estridente incomodava logo cedo, era a Crauna. Ave preta e muito gritante.
Os pássaros estão melhor hoje em dia, pois foram soltos e ganharam liberdade, que é o maior dom da nossa vida.

PS - Galo de Campina pintado por Fernando Areias

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