quarta-feira, 9 de março de 2011

Despreparados para a liberdade

                                      
Existe uma consciência em todos os lugares que todos nós somos iguais perante a lei e que não há distinção alguma entre os seres humanos, seja de raça, credo, opinião... O que é pregado é que a igualdade deve prevalecer e nada está acima disso, seja em que lugar do mundo estivermos. Notamos algumas Nações mais desenvolvidas neste aspecto e isso no Brasil já avançou muito, mas ainda temos uma discriminação mascarada em vários aspectos.
Ontem assistia uma reportagem sobre o Dia Internacional da Mulher e a delegada entrevistada falava com orgulho da lei Maria da Penha, que garante diferenciação no tratamento à mulher e faz com que esta seja preservada de algumas atitudes que até então eram muito comuns ao sexo feminino. Eu entendo que a lei deve ser igual para todos e a nossa própria constituição prega isso como cláusula essencial. Partindo desse princípio, vejo que a mulher deve ter tratamento igual ao homem e a Lei Maria da Penha não deveria existir. Deve pairar na consciência dos homens essa premissa, pois não devem jamais se sentir donos das suas esposas e com isso lhes causar males como sempre vemos.
A dominação causa este problema em sociedade já que algumas pessoas se acostumaram a ser dominadas e não evoluem em pontos principais para a sua elevação social e pessoal. Se as mulheres submissas partissem para buscar seus direitos e não permitissem que estes fossem massacrados, certamente não teríamos uma lei complementar para lhes dar respaldo.
Se os negros tivessem mais consciência dos seus valores, não existiriam cotas para lhes colocar em lugares da sociedade que por lei já são seus desde o nascimento. Detesto ver negros com camisas de auto-afirmação com frases do tipo: "100% negro", "Tenho orgulho de ser negro" e outras que vemos por aí. Será que alguém a ver um negro tem alguma dúvida da sua raça? O orgulho deve ser demonstrado não em uma camisa que desbotará com o tempo, mas sim nas atitudes diferenciadas para conquistar espaços e mostrar para as demais raças que não há diferença entre elas, sendo esta disputa um fato irrelevante e que não leva ninguém ao sucesso e ao reconhecimento.
Ainda hoje não estamos preparados para as diferenças e nossos discursos de igualdade se mostram sempre mentirosos se formos comparar a nossa fala com as nossas atitudes diárias. Não são somente os brancos que tem QI elevado e não é o sexo masculino que deve determinar todas as regras de uma sociedade. Termos uma mulher presidente já nos mostra que isso está mudando, mas se formos analisar, ainda vemos poucos negros em cargos de destaque, sendo exemplo para toda uma população.
Penso que nada vale a pena se não mudarmos nossa mente e com isso praticarmos diariamente os nossos desejos de igualdade que somente ficam escritos nos livros e nas nossas leis, que de tão ajustadas e cheias de complementos terminam nem surtindo o efeito necessário.

PS - Postagem inspirada no Filme "Manderlay", do cineasta Lars Von Trier, que trata da liberdade dos negros numa época em que nem eles sabiam o significado desta palavra.

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