quinta-feira, 17 de abril de 2014

Farofa

Farofa na praia é tradição e sempre usamos essa palavra para descrever aqueles que levam uma infinidade de alimentos para petiscar e curtir a praia de barriga cheia, com direito a muita cerveja e refrigerante. As delícias da culinária dos farofeiros são os tradicionais espetinhos de carne, frango ou o queijo de coalho assado. Algumas vezes encontramos o arrumadinho de charque, mas é no salsichão com farinha que todos caem de boca e ficam se lambuzando muito, no bom sentido claro.
Há um diferencial ainda não explicado pela ciência nos espetinhos vendidos na praia, pois em casa não conseguimos assar com o mesmo sabor e gostosura. Alguns dizem que é a grelha suja, outros falam que é o sol insistente nos alimentos, outros, porém, atribuem o sabor à fome canina que nos acomete nestes locais. É uma vontade de comer tudo que vem pela frente e talvez isso seja o tempero que precisamos para achar tudo bom e gostoso.
Ninguém consegue fritar um peixe tão gostoso como os que encontramos na praia, pois lá a frigideira preta faz com que o sabor seja aprimorado e influenciado pelo óleo saturado que é reaproveitado milhões de vezes. Tudo isso interfere no sabor, acreditem. Não há como esperar nada melhor de um cozinheiro famoso e muitas vezes estes pratos simples que encontramos por aí são a concreta formalização de que não basta ser sofisticado para termos alimentos gostosos e adaptados aos mais diversos paladares. 
Esqueçamos os rígidos padrões de higiene em algumas horas, pois como bem dizia minha tia: "É bom porque cria anticorpos". Criamos mesmo e basta observar os alimentos que muitas vezes ingerimos para perceber isso, já que a maioria não nos faz mal e terminamos criando uma capa de defesas a tudo, inclusive ao preparo inadequado da maioria dos itens alimentícios que encontramos nos mais diversos lugares, sendo a praia a campeã.
Foi um queijo de coalho, com crosta bem crocante, que me fez pensar no tema de hoje e saibam que os momentos que passei ao lado do meu espetinho foram de grande importância para saciar a minha fome momentânea, que insistia em consumir as minhas forças, num dia de sol intenso e cheio de surpresas boas.
Viva a farofa!!  Atire a primeira pedra quem nunca foi farofeiro um dia...

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