domingo, 18 de dezembro de 2011

Ratos e Urubus...

A morte neste final de semana estava inquieta e levou três grande ícones da cultura mundial: Joãozinho Trinta, Sérgio Britto e Cesária Évora.
Se formos perceber, perdemos não só as pessoas e sim tudo que elas nos davam de bom, seja para tornar os nossos dias mais criativos, mais bem dirigidos e atuados ou quem sabe até cantados. Todos mostraram benefícios para a arte e fizeram a diferença enquanto estiveram aqui entre nós.
Quem se atreve a falar do carnaval sem pensar em Joãozinho Trinta?
Eu jamais esqueço sua perfeita e inesquecível frase: "Quem gosta de pobreza é intelectual"
Ele tinha razão. 
Resumiu o que o todos nós somos no carnaval e que é desejo para os outros dias do ano. Viajamos nas fantasias mais luxuosas e que remetam à riqueza e que nos façam esquecer da pobreza que só é bela em livros e filmes, já que recebem toda uma carga poética que no cotidiano não existe.
Nos seus desfiles não faltavam o brilho, a riqueza, a criatividade e foi a partir dele que a Escola de Samba Beija Flor se tornou o que é hoje. É quase impossível não associar o seus nomes. Parecem complementos que jamais poderiam ser pronunciados de forma separada.
Ele também foi o rei da pobreza, dos urubus e dos ratos. Quem pensava que ele já tinha feito tudo, enganou-se e foi justamente num desfile histórico que ele mostrou ao mundo o que é fazer carnaval e, principalmente, o que é ser ousado e ter criatividade.
Sérgio Britto dispensa comentários. Ator, diretor e escritor competente, que deixou seu legado nas inúmeras peças teatrais que participou e também das novelas que imortalizaram vários personagens. Era defensor da arte e da liberdade de expressão e fazia isso de maneira primorosa sem nunca esperar grandes retornos financeiros ou fama em excesso por causa disso. Tornou-se conhecido pelo talento inigualável e pela capacidade de nos fazer acreditar nas suas interpretações que embora fantasiosas, mostravam a realidade de cada um de nós. 
Cesária Évora bem que podia ser brasileira, mas nasceu em Cabo Verde. Tinha o nosso jeitinho musical e sua voz era perfeição para todos os momentos, já que mostrava música com sentimento e com grande qualidade, nunca esquecendo das suas raízes e do compromisso com a arte.
Detestei a foice da morte no dia de ontem e preferia que ela tivesse sido menos afiada e ter levado cada um de uma vez, em períodos distintos, nos fazendo ter o prazer de desfrutar um pouco mais dos ensinamentos de cada um deles.
Que descansem em paz...

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