domingo, 25 de janeiro de 2015

O Azedo do Mundo

Muitas vezes as coisas azedam e parece que o mundo desabou na nossa frente, como se num dado momento tudo ficasse sem sentido e o sabor da vitória sem aquele gostinho de novidade e sucesso.
Bem, isso é quando pensamos na vida...
Mas quando pensamos num ônibus lotado, o azedo representa o mal cheiro que as pessoas exalam logo cedo, ainda sem os efeitos do calor de um dia de sol escaldante da cidade do Recife, que parece mais uma sucursal do inferno nessa época do ano.
É incrível como as pessoas não tomam os mínimos cuidados com a limpeza e deixam isso bem notável no aroma que perfuma os ambientes que habitam, causando o sofrimento geral da galera em locais aglomerados e públicos.
Em dados momentos, até pensamos que nós mesmos estamos cheirando mal e o pior é que aquele azedinho fica no nosso nariz, como se fosse um perfume francês de alto poder de fixação. Uma desgraça total, pois notamos que em muitos casos o descuido é o principal motivo da falta de limpeza, já que não se trata de indigentes e nem mendigos, os quais não possuem uma casa para tomarem um banho e realizarem o mínimo de limpeza no corpo suado e cheio das interferências do clima.
Semana passada entrei no metrô e o vagão estava quase vazio, mas o cheiro de suor e grude estavam impregnados e causavam um mal estar naqueles que ali ainda estavam e precisavam daquele espaço para seguirem viagem. O rastro dos imundos ficou presente e deve ter demorado para sair. Há alguns casos que notamos que a sujeira está na roupa, pois esta é usada várias vezes sem que seja lavada adequadamente e isso ocorre muitas vezes em pessoas que usam aquela "farda de ir ao médico" e esta já tem aquele cheio de "defunto sujo", se é que alguém já sentiu esse odor alguma vez.
Eu já senti.
Uma vez fui para um funeral e o homem estava fedendo tanto a suor que tiveram que colocar umas laranjas cortadas em baixo do caixão, num recipiente com água, para amenizar aquele odor, embora o presunto fosse relativamente fresco e não tenha sido "preparado" para receber as últimas visitas aqui na terra. Bastava uma toalhinha úmida com água e sabão para que o corpo ficasse mais aromático, mas isso é um detalhe.
Os vivos nem isso fazem e terminam cheirando como se defuntos fossem e deixando os ambientes com cara de necrotério, tamanho é o azedo e cheiro de podre que axalam. 
Um banho de vez em quando é bom e todos nós agradecemos...
Tenho fé.

Segue o Caminho do Boi da Macuca

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