sexta-feira, 30 de março de 2012

Painho e Mainha


Antes os pais cuidavam melhor das suas crias e faziam valer aquele ditado que diz: “Educação Começa em Casa”.
Hoje a realidade é bem diferente e influenciada pela sociedade e também pela vida louca que muitos pais levam, a educação passou a ser oferecida pelas empregadas domésticas, professores, amigos, internet, jogos, revistas, tablets, celulares, livros e uma infinidade de opções que nem sempre são satisfatórias e fazem o bem.
O que é ruim nessa mistura de informações é que nem sempre as informações e atitudes que são repassadas são as melhores e isso termina criando uma legião de crianças mal educadas e cheias de costumes errados e que os transformarão em adultos incapazes de saber o que é realmente correto e louvável nesta vida já tão cheia de problemas e contradições. Basta olhar as ações que as pessoas tomam nas ruas, restaurantes, escolas e notar as barbaridades que falam para perceber que a educação passou longe e ainda deu adeus, para sempre, sem possibilidade de voltar.
É mais fácil para os pais mascarar a falta de tempo ou o cansaço com os mimos que hoje são muito acessíveis mas que jamais substituem a educação correta e bem dada em forma de palavras e atitudes, fazendo a devida correção no momento certo e sem deixar que o erro se torne uma prática costumeira e desmedida. Os pais que possuem condições financeiras, enchem seus filhos de presentes tecnológicos, cheios de informação, mas carentes do sentimento maior que é o amor de pai e mãe.
Os que não possuem condições financeiras de bancar os presentinhos, geralmente deixam os seus filhos à mercê dos amigos, vizinhos e parentes, sem saber se a influência será benéfica ou não, apostando num jogo onde pode dar “Preto Dezessete” ou “Vermelho Vinte e Nove”.Não há certeza de acerto e as possibilidades são muitas.
Os professores por sua vez, devem aconselhar e também contribuir para a educação infantil e adolescente, mas o que fazer com aquelas criaturinhas que já chegam na escola sabendo navegar na internet e coletando todo tipo de informação, seja adequada à sua idade ou não?
Estas deixam os professores num verdadeiro labirinto e muitos deles nem sabem ao certo como se comportar diante de tantas opções com muitas possibilidades de erro. Não vou nem falar do medo que os professores também sentem de muitos adolescentes, pois se em casa eles estão acostumados a gritar com os pais, na escola, a morte para eles é algo banal e muito prático para tirar da sua frente uma pessoa que também está atrapalhando a sua vã, vil e fútil vida.
Quem teve seu painho e mainha de verdade sabe o que estou falando.
Nada melhor do que levar uns gritos na hora certa, um beliscão para chamar a atenção e umas palmadinhas para nos educarmos e com isso sabermos que o erro não deve ser repetido.
Eu recebi todas as advertências que minha mãe poderia me dar. Fui uma criança danada mesmo e quando lembro das situações que fiz ela passar, imagino como foi forte e não deixou a “peteca cair”. Eu era uma peteca de verdade e me segurar era algo muito difícil.
Hoje agradeço a ela por tudo, pois sei que os ensinamentos não foram em vão e nem por isso me tornei um adulto frustrado e cheio de traumas. Pelo contrário, vejo a vida com outros olhos e tenho nojo de muitas crianças abestalhadas que vejo por aí, que nem sequer reconhecem o valor dos seu pais e os chamam de forma desrespeitosa como se fossem seus amigos e rua.

Segue o Caminho do Boi da Macuca

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