sábado, 15 de agosto de 2015

Buracão Revisitado

Após termos pernoitado na cidade de Ibicoara, o que facilitou muito o nosso deslocamento, saímos em direção ao nosso último destino na Chapada Diamantina: a bela e desafiadora Cachoeira do Buracão.
Saímos cedo para aproveitar bem o dia e o caminho de terra que nos deu acesso ao Parque Municipal do Espalhado estava até em boa conservação, embora as dificuldades existissem em alguns trechos que receberam interferências das chuvas da noite anterior. Chegamos cedo e contratamos um guia local, o Alessandro. 
A caminhada para chegar até a Cachoeira do Buracão é bem leve e passamos por alguns lugares interessantes, como a Cachoeira das Orquídeas e a Cachoeira do Recanto Verde, esta última bem diferenciada por suas águas descerem para o subsolo, formando um rio subterrâneo e deixando os visitantes ainda mais admirados coma sua beleza.
No caminho é possível avistar a Cachoeira do Buracão por cima e de qualquer ângulo ela é bonita e nos provoca. Ao chegarmos ao início da aventura propriamente dita, temos que usar um colete salva-vidas para seguir em frente, pois a grande correnteza do local é um perigo para aqueles que não possuem muita habilidade com a arte na natação, como é o meu caso.
Eu nem fôlego tenho, imagina habilidade para nadar...
Tinha que usar o colete mesmo e ir devagar até o ponto mais bonito da trilha, que é a visão da queda d'água da cachoeira. Algumas pessoas se arriscam e vão pelas pedras, mas eu não confiei e achei melhor seguir pela água mesmo, ainda que por alguns momentos o medo falasse mais alto e me deixasse apreensivo naquele mundo de água escura e que não nos possibilitava uma boa visão do que tínhamos ao nosso lado. Parei algumas vezes mas consegui chegar até o fim da corredeira que é cercada por paredões de pedra, altos e bem escuros. Um espetáculo da natureza que só vendo para crer.
Tomei banho e fiquei contemplando a Cachoeira do Buracão e ainda registrando algumas fotos, pois a minha câmera chegou lá intacta sob os cuidados do guia que a levou pelo caminho seco, que fica nas pedras.
Na volta, deixei o rio me levar e segui lentamente pela corredeira até o ponto inicial da aventura das águas. Era hora de contemplar com calma a grandiosidade do espaço e guardar na memória cada detalhe.
Foi este o desfecho de uma semana maravilhosa, em contato com a natureza e que ainda serviu para comemorar o meu aniversário que aconteceria no dia seguinte. Voltamos para a cidade de Lençóis e a viagem durou aproximadamente três horas, numa estrada que variava de boa a ruim, dependendo da quantidade de buracos que encontrávamos. Ainda pegamos uma chuva muito forte no caminho e em alguns momentos a visibilidade ficou péssima nos fazendo diminuir bem a velocidade e redobrar a atenção. Chegamos na cidade de Lençóis no início da noite, sob chuva fina e constante e com muito movimento de visitantes. Saí do município no dia do meu aniversário e a volta para casa foi tranquila; passar este dia viajando foi algo inusitado, porém com um gostinho diferente de missão cumprida, com muita satisfação.
Gostei muito desta nova passagem pela Chapada Diamantina e o desejo de voltar é muito forte, algo que pretendo realizar em breve.


















Segue o Caminho do Boi da Macuca

O São João do Boi da Macuca, na cidade de Correntes, Pernambuco, acontece anualmente e reúne grande quantidade de pessoas que buscam nos fes...