segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Roliúde Nordestina

Em Cabaceiras, no sertão paraibano, encontramos paisagens bem características de muitas produções cinematográficas e isso está bem refletido na identidade da cidade que respira cinema e mantém um memorial para contar a história das produções já realizadas. 

Lá também o bode tem grande destaque e há na região a festa em sua homenagem, com direito a concursos e eleição da Garota Bode Rei. Deste animal tudo se aproveita e podemos facilmente encontrar diversos pratos típicos feitos a partir da sua carne e vísceras, assim como utensílios diversos feitos do seu couro.
Logo na entrada da cidade, o letreiro anuncia que a Roliúde Nordestina é na região e fica difícil não encontrar alguém que não tenha uma história para contar das diversas filmagens já realizadas.
Os lajedos também são destaque e o mais famoso deles, O Lajedo do Pai Mateus, é o mais visitado. O entardecer é disputado e nos remete a uma noite estrelada, onde facilmente podemos visualizar os planetas e constelações, num espetáculo de luzes brilhantes num céu extremamente escurecido devido às características da região, onde predomina a caatinga e sua vegetação totalmente adaptada à baixa umidade, algo que se pode sentir na pele e lábios.
Não é difícil encontrar plantas que servem para isso ou aquilo e tais ensinamentos são repassados pelos guias que orientam os visitantes e fazem do passeio algo bem instrutivo e agradável. Esta foi a terceira vez que fui na região e agora tive a oportunidade de ir na cidade de Cabaceiras para ver de perto alguns cenários reais, especialmente do famoso Auto da Compadecida, a produção mais famosa e que deu grande destaque ao local.
A minissérie Onde Nascem os Fortes, também teve suas gravações por lá e cada local visitado remete às cenas que passaram sete meses para serem finalizadas, com uma grande equipe de atores e produtores.
Voltei com vários registros fotográficos e muitos ensinamentos. Percebe-se claramente que nada se perde na natureza e que para vivermos bem, dependemos de adaptação. Isso a caatinga nos mostra, pois num local onde olhamos inicialmente e só observamos carência, vamos mudando o nosso olhar e percebendo que tal característica demonstra fartura de outras coisas e que todos os nossos anseios e costumes de uma vida moderna se tornam diferenciados num ambiente mais rústico, onde a necessidade maior é a subsistência.
É com simplicidade que vamos aprendendo essas lições e dessa forma percebendo que a vida é bem mais interessante quando temos a capacidade de apreender todos os dias, não deixando escapar nenhum momento de evolução e de distribuição de informações.
A natureza e o mundo nos ensinam e cabe a nós utilizar tudo isso da melhor forma...
A vida não é muito um filme de romance e se parece mais com um filme de ação, com ações bem coordenadas e pensadas para as nossas melhorias. É disso que precisamos e a produção será individual, onde cada um dará o seu tom de dramaticidade e romantismo. 
Tudo na medida certa para que possamos enxergar todas as estrelas que o céu nos oferece, gratuitamente, todos os dias.
Sigamos com a magia do nosso cinema particular...

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