Lajedos Paraibanos

A Paraíba tem uma região muito interessante de ser conhecida, seja por suas características únicas de relevo e clima ou pelas belezas naturais que encontramos,  que tornam o Cariri Paraibano um lugar único e cheio de descobertas.

Um deste lugares é o  Lajedo da Salambaia, que é uma grande extensão de pedras que naturalmente formam acumulares de água, os famosos lajedos. Na época de chuva eles são importantes para amenizarem a seca da região, pois é a partir deles que muitas pessoas retiram a água que necessitam para atividades básicas da rotina rural.

A região, localizada no município de Cabaceiras, tem pouco índice pluviométrico e possui uma vegetação com grande variedade de plantas típicas, que são: cactos, mandacarus, facheiros e coroas de frade.

No dia que visitei, havia muita chuva e não pude caminhar muito pelas pedras, o que deixou o passeio um pouco frustrado, sendo compensado pela excelente receptividade da Fazenda Salambaia, que oferece atividades e refeições típicas da fazenda.

No dia seguinte fui conhecer a Serra do Padre Bento, no município de Pocinhos. Como o tempo melhorou, pude fazer uma ótima caminhada pela região e conhecer os lajedos e formações rochosas que desafiam a lei da gravidade. 

Sem dúvida um passeio agradável, já que a natureza é sempre um destaque e deve ser conhecida sempre, pois somente desta forma aprenderemos que a razão de existirmos está na preservação no nosso meio ambiente e de todos os seus aspectos, os quais ajudam muito no equilíbrio do clima e sustentabilidade da nossa vida aqui na terra.

Trilha da Lagoa Azul

Uma antiga pedreira, que fica no município de Jaboatão dos Guararapes, hoje tem um potencial turístico para os aventureiros que procuram um espaço para fazer trilhas e conhecer a região, com toda a sua história e beleza. Este local é conhecido como Lagoa Azul, embora a água não seja nesta tonalidade e se aproxime mais do verde.

Começamos a caminhada no distrito de Muribeca dos Guararapes e lá encontramos duas igrejas bem antigas, embora apenas uma delas esteja funcionando. São datadas da época da colonização do Estado de Pernambuco e mostram para os visitantes como era um dos costumes da época, quando, após grandes batalhas, eram construídas igrejas para agradecer o feito aos Santos e Santas de devoção.

As igrejas possuem os nomes de Igreja do Rosário dos Pretos e Igreja do Rosário dos Brancos. Esta segunda foi construída quase duzentos anos antes da primeira e está em perfeito estado de conservação. Já a primeira, apesar de ser mais nova, está em ruínas e demonstra o descuido com o nosso patrimônio histórico.

Caminhamos por uns 5 km até chegar à Lagoa Azul e lá o cenário é bem interessante e dá para registrar algumas fotos legais, embora não tenha me arriscado nos esportes radicais lá oferecidos e nem no banho, já que não gosto de águas paradas e nem locais com muita profundidade. A parte mais rasa tem 16 metros e o espaço mais adequado para o banho das crianças é delimitado com algumas cordas.

Durante o caminho é possível observarmos a cidade de Jaboatão dos Guararapes e os bairros de Muribeca, Marcos Freire e ao longe Prazeres, o mais populoso e desenvolvido. Gostei do passeio porque conheci dois lugares que há algum tempo queria conhecer e por falta de oportunidade terminava sempre adiando.

Usina de Arte

Fui conhecer o projeto Usina de Arte, que está, aos poucos, transformando a antiga e falida Usina Santa Terezinha, localizada no município de Água Preta, num celeiro de arte, com manifestações artísticas espalhadas por uma grande área que guarda consigo a história do que antes foi uma das usinas de cana-de-açúcar mais prósperas do Brasil.

O espaço está dividido em duas áreas e uma delas mostra as antigas instalações da Usina Santa Terezinha, que hoje estão sem uso e servem apenas para que alguns artistas tentem recriar a arte nos maquinários antigos e fazerem com que a ferrugem seja transformada em algo mais agradável, tornando o local mais alegre e com um aspecto transformador.

A segunda parte é o Jardim Botânico que tem algumas obras espalhadas numa grande área verde, seguindo o princípio do que é feito no Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais. Lá podemos encontrar algumas obras de grande porte e no Hangar algumas intervenções artísticas que foram recriadas a partir de antigos objetos e documentos da usina, nos tempos em que ela funcionava e era motivo de grande orgulho para o Estado de Pernambuco.

Na vila da Usina Santa Terezinha encontramos uma paisagem simples, calma, e notamos a preocupação de algumas pessoas em transformar o espaço num local mais visitado e turístico, onde a história da região possa ser melhor conhecida e, dessa forma, fazer parte mais ativamente do cotidiano da região, gerando renda e festividade.

Acontece anualmente no local o Festival da Usina de Arte, quando artistas locais e nacionais fazem shows e transformam a paz do local num momento de celebração, com música e arte de vários tipos, como a pintura, fotografia, dança e artesanato.

A hospedagem na região é feita nas casas das pessoas que ali residem e há algumas opções de alimentação bem ao gosto regional, com comidas saborosas e pitorescas.

Fica a dica do passeio, que é muito interessante...

Saindo de Recife, siga até Palmares e depois pegue a estrada que vai para Maceió. Em Xexéu, última cidade do Estado de Pernambuco, há uma estrada que nos leva até a Usina Santa Terezinha. É um passeio simples, porém com muita história e que nos tira do lugar comum, fazendo com que conheçamos um pouco da história da nossa região e, dessa forma, nos permitindo entender como a cana-de-açúcar foi próspera no passado, apesar de hoje ainda ter o seu grande valor na economia pernambucana.