quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Vale do Pati - Terceiro Dia

Neste dia fizemos uma caminhada alagada e tivemos um novo amigo na nossa jornada, pois na noite anterior encontramos na casa de Dona Léa um viajante do Recife, que foi até a Chapada Diamantina de bicicleta e gastou 19 dias para completar a sua longa viagem. Nosso primeiro trecho foi uma longa subida que teve a sua dificuldade aumentada devido a chuva que caiu na noite anterior, aliás esta é uma das características do Vale do Pati: a chuva quase que diária, pois com a grande quantidade de vegetação e umidade do ar, as nuvens ficam carregadas e terminam molhando o local de uma forma mais intensa.
Após este período de subida e com alagamentos, pudemos ter um pouco mais de alívio e andamos por uma grande área de planície, mas sem muitos alagamentos.
Vale do Cachoeirão tem duas opções de caminhada e escolhemos a parte alta para explorar, a qual tem aproximadamente 300 metros de altura e faz com que muitos visitantes se arrisquem nas fotos e terminem criando situações de medo que só vendo mesmo para crer. Eu ainda consegui chegar perto do precipício, mas não arrisquei olhar para baixo, já que a chance de uma vertigem era grande, sem contar o medo que sinto de alturas demasiadas sem o mínimo de segurança.
Contentei-me com as fotos mais distantes, mas ainda assim registrei momentos que considero únicos, já que a paisagem impressionava e fazia com que a natureza justificasse todo o esforço que passamos na dura caminhada até o local. Foi lá, no alto da montanha que fiquei contemplando a beleza do local e verificando as mudanças de tempo que ocorreram em duas horas, pois neste intervalo houve sol, chuva, neblina e muito vento.
Em alguns momentos parecia chover, mas esta era motivada pelos fortes ventos que influenciavam a paisagem e faziam com que uma "chuva artificial" fosse criada no alto da montanha, tendo como fonte a água da enorme cachoeira que existe no local. Era o aviso para que tomássemos mais cuidado, pois as pedras ficavam ainda mais perigosas para serem pisadas e qualquer descuido poderia ser fatal.
Lá encontrei um grupo de aventureiros do Recife e o que mais influenciou no reconhecimento foi o sotaque inconfundível. Mundo pequeno e quando menos imaginamos encontramos pessoas conhecidas no nosso caminho, seja para nos ajudar ou simplesmente para fazer parte da história como coadjuvantes divertidos, já que a característica do grupo recifense era a descontração, mesmo que em alguns momentos tenham se arriscado ao captar algumas fotos mais radicais.
A volta foi tranquila e o caminho alagado do início estava mais seco, fazendo com que pudéssemos andar um pouco mais rápido. A casa de Dona Léa estava com novos visitantes e a maioria era de outros países, como de costume.
Hora de jantar e de provar o tempero caseiro, revigorando as forças para o outro dia de caminhada, que prometia ser mais leve e ter bons momentos de lazer nas águas escuras do Vale do Pati. 
Amanhã será o dia das cachoeiras e os banhos serão revigorantes para o nosso corpo, pois não há nada melhor que água para sanar as nossas fraquezas e reconstruir as nossas ideias.
Vamos seguindo...




































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