domingo, 20 de fevereiro de 2011

Muito Louco

O filme "Bicho de Sete Cabeças" trata de um assunto no mínimo intrigante, pois nos coloca para pensar sobre a necessidade e eficácia dos tratamentos psiquiátricos nos hospitais que tratam de delinquentes, que são os hospitais de custódia.
A realidade mostrada no filme fala de uma situação que era bem comum há alguns anos, pois para que não fossem perdidas as verbas necessárias para manutenção dos manicômios, os médicos faziam de tudo para que o doente permanecesse sob seus cuidados, sendo estes submetidos a vários tratamentos inadequados que comprometiam ainda mais a sua saúde e o deixavam ainda mais perturbando e inapto para o convívio em sociedade.
Não havia um tratamento adequado a cada tipo de situação e pequenos delitos de adolescentes eram tidos como disfunções mentais, quando deveriam ser tratados de uma forma diferente ou sem que houvesse a necessidade de uma internação.
A personagem principal do filme é "Neto" um jovem adolescente como qualquer outro, que por falta de acompanhamento familiar foi internado num local onde o tratamento oferecido comprometeu seu lado psicológico e fez com que o um delito pequeno se tornasse um problema maior, causando um transtorno muito grande na sua vida e dos seus pais.
Os hospitais de custódia eram e ainda são usados como forma de tirar da sociedade as pessoas que cometiam delitos por terem problemas mentais ou atitudes tidas como inaceitáveis, sendo os tratamentos ineficazes deixando os indivíduos ainda mais problemáticos e sem chances de controlar os seus impulsos e sensações diante de um mundo que não o aceitava bem e o tinha como um ser à margem da sociedade.
As formas desumanas de tratamento eram os delitos piores que poderíamos esperar de médicos que estavam no comando dos hospitais psiquiátricos e todos os tratamentos apontados no filme iam de encontro com os princípios individuais de cada pessoa. As famílias sem informação também pecavam e contribuíam para este grande equívoco da sociedade e destinavam os seus parentes para que sofressem as mais altas punições em locais mal tratados, sujos e sem condições mínimas para garantir qualquer dignidade que fosse.
Analisando sob o aspecto penal, não vi eficácia nos tratamentos e a forma de escolher os seus pacientes era desigual demais para que pudéssemos ter um perfil da pessoa ideal para este tipo de penalidade. Manicômios devem abrigar pessoas que realmente sejam loucas e os pequenos delitos de conduta, precisam ser tratados com penas mais eficientes, buscando devolver à sociedade pessoas melhoradas e não mais desajustadas do que antes.

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