No feriado do Dia do Trabalho, aproveitei a folga para caminhar na praia e terminei fazendo um passeio além do esperado, quando, no caminho, encontrei um amigo que faz trilhas comigo e o mesmo me fez a proposta de irmos até o Farol do Recife ou Farol da Barra, um local que há tempos desejava ir, mas não tinha muita coragem já que achava distante demais e um pouco perigoso, por estar localizado em área de alto mar e pouco movimentada.
O caminho pode ser feito de barco também, mas resolvemos ir caminhando pelos arrecifes que ficam após o Parque das Esculturas, algo bem mais aventureiro e que combinava mais com o nosso espírito.
Saindo da orla da Praia de Boa viagem, seguimos por Brasília Teimosa e pudemos comprovar a urbanização da área, que com a remoção das palafitas tornou o espaço bem mais adequado para as pessoas que ali residem, embora o cuidado com o bairro seja muito pequeno por parte dos moradores, que jogam lixo em todos os cantos e ainda atiram os maiores rejeitos ao mar, criando um aspecto muito ruim e prejudicando a paisagem de forma bem significativa.
No final do bairro de Brasília Teimosa, há o famoso "Buraco da Velha", um grande piscinão formado pela água do mar, o qual tem mais efetividade em dias de maré baixa, já que proporciona um banho mais tranquilo aos moradores da região. O ruim é que no local o esgoto é jogado de forma indiscriminada e sem limites, gerando um mal cheiro terrível e deixando o local impróprio para banho, algo que não é respeitado pelas pessoas, pois o local é lotado de banhistas e barracas de alimentos. Difícil tomar banho de mar e comer algo com um cheiro ruim daqueles, mas tem gente que consegue e ainda se lambuza na areia para pegar uma corzinha. Coisas da vida...
Chegando ao Parque das Esculturas, a decepção foi total, pois um lugar antes bem visitado e conservado, hoje está sem controle algum do poder público e sofre com a falta de conservação. Os criminosos tomaram conta do local, depredando e roubando as esculturas doadas pelo artista Francisco Brennand, e o que encontramos são esculturas danificadas ou espaços vazios do que antes existia para ornamentar o local. Uma tristeza ver isso acontecer, pois o local é vendido para o mundo como um dos cartões postais da cidade, sendo destaque na paisagem que enxergamos quando estamos no Marco Zero da cidade do Recife.
Seguimos em frente e caminhamos por um bom tempo até chegar ao Farol do Recife, tendo no caminho uma boa chuva para nos acompanhar, quando fomos acolhidos por pescadores na sua barraca improvisada, no meio dos arrecifes. Até peixe frito comemos e estava delicioso.
No nosso destino final, descobrimos um farol imponente e bonito, embora com conservação precária e rodeado de lixo, seja trazido pelo Rio Capibaribe ou deixado pelos próprios pescadores que por ali circulam diariamente em busca de alimento ou de um pouco de diversão.
De lá, avistamos outro farol, na cor verde, chamado de Farol da Boca da Barra, e resolvemos seguir em frente, por um caminho mais fácil de ser desbravado, já que o paredão de concreto criado pelo homem, em cima dos arrecifes, para dar maior viabilidade ao Porto do Recife, nos proporcionava uma caminhada mais tranquila, embora tenha sido neste local que pisei num buraco e machuquei um pouco a minha perna. Nada grave, somente arranhões superficiais e um pouco de sangue para sacramentar o momento.
Voltamos realizados e com boas fotos na bagagem, muita história para contar e um pouco mais de conhecimento da cidade que moramos e que nem sempre descobrimos por medo ou preguiça de colocar os pés no chão e desbravar caminhos pouco visitados.
A caminhada inteira deve ter uns 20 km, considerando a ida e volta, partindo da minha casa. Conseguimos realizar tudo em 05 horas aproximadamente, já considerando as paradas para contemplação da paisagem, fotos e abrigo da chuva. Certamente um local diferente e que gostei muito de conhecer e fotografar.
Confiram o registro fotográfico desta caminhada urbana pela cidade do Recife...
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