Virgínia Rosa é uma cantora de voz bela, precisa e nos presenteia com um novo trabalho, o quarto da sua trajetória, que valoriza ainda mais seus dotes vocais. O CD "Baita Negão" é uma junção de sambas do compositor Monsueto Campos, que com uma roupagem simples e harmoniosa fizeram deste trabalho um item indispensável nas coleções dos amantes da música.
Minha primeira impressão sobre a Virgínia Rosa foi em 1996 quando ela lançou o seu primeiro CD e me encantei com a música "Pão e Leite" e com uma versão alegre de "A Ponte". Desde então acompanho seu trabalho e vejo a cada ano o crescimento dessa artista que não descuida das harmonias e segue fiel a um estilo rebuscado de cantar, valorizando a voz, as harmonias e os arranjos bem elaborados nas suas músicas.
Não é um CD de sambas rasgados e ritmados, é um trabalho calmo e que mostra cada música como se fosse uma apresentação pessoal da cantora aos sambas já consolidados e que muito foram cantados durante toda a história da música brasileira. Adorei a versão de "Lamento da Lavadeira" e "Sambamba" que abre o trabalho com muita alegria e sofisticação. Alíás, esta é a característica principal da cantora que tem um jeitão bonito de cantar, único, sereno e verdadeiro.
A voz da cantora vem do coração e preenche os nossos também não deixando que a música popular brasileira seja ocupada com cantores comuns e previsíveis. Virgínia é uma rosa como o mesmo nome diz e cheira bem, tem aroma de sucesso de dedicação.
Este especial trabalho faz parte do meu acervo musical e sempre escuto para poder inspirar a minha vida e para refletir sobre várias coisas que a vida nos apresenta.
Um baita CD para uma Baita Negona.
