quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Evolução e Tradição

Toda cidade que sofre um processo de crescimento e urbanização, termina perdendo algumas tradições que no passado eram bem presentes e que faziam parte da rotina de uma forma bem mais determinada e notável.
Algumas tradições se vão com o vento, outras permanecem integrais ou cheias de modificações. Nem sempre os costumes de antes se tornam possíveis ou favorecem a vida urbana e isso é um dos fatores que influencia diretamente para o total ou parcial desaparecimento de muitas atividades.
Semana passada o prefeito do Recife proibiu a circulação de carroças de burro nas ruas da cidade e isso é reflexo do trânsito constante e que não favorece mais a circulação deste tipo de transporte sem que um tremendo caos seja gerado. Não vou nem falar dos acidentes que podem ocorrer se um animal daqueles se revoltar e sair sem rumo pelas ruas da cidade.
Uma tradição que ainda não morreu, mas foi modificada de forma drástica foi a pesca. A poluição dos rios que cortam a cidade do Recife fez com que os peixes ficassem raros e agora os pescadores terminam não tendo condições de um sustento seguro com esta atividade. 
Ainda podemos encontrar pescadores no centro da cidade, jogando suas redes e pescando quase nada. Eu não me arriscaria a comer daqueles peixes que são vendidos ali, pois certamente trazem consigo uma grande infinidade de bactérias das águas poluídas e fétidas dos rios.
Ainda podemos encontrar peixes expostos no Cais de Santa Rita e a aparência deles não é nada agradável, embora as vendas continuem constantes e desrespeitando todas as normas de higiene possíveis. Qualquer fiscal da vigilância sanitária ficaria de cabelo em pé vendo os peixes sendo vendidos em cima de papelões ou jornais ou quem sabe na própria calçada que recebe todo tipo de sujeira.
Os pescadores não se organizaram e ainda penso que não notaram que a vida mudou e que agora as tradições antigas devem ser atualizadas para os novos tempos, onde a pesca segura e limpa é mais valorizada que a sujeira dos tempos passados. Vender peixes sem proteção térmica, expostos ao sol e acreditar que eles não farão mal é inocência demais.
O pior é que não faltam pessoas dispostas a correr o risco e dessa forma perpetuar as tradições antigas que não evoluíram e se tornaram um problema sanitário ao invés de uma forma de comercialização.
É melhor comprar o peixe que vem do mar, o qual é vendido na Praia de Boa viagem, pertinho da pracinha. São mais saudáveis e pescados em alto mar, onde a sujeira da vida urbana ainda não afetou tanto as atividades mais tradicionais do homem.

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