Há tempos que não visitava o Instituto Ricardo Brennand e ontem fui dar uma volta por lá para rever tudo o que há de mais bonito e refinado em relação à arte do mundo. Recife tem um espaço grandioso e bem cuidado, onde os visitantes se sentem confortáveis e satisfeitos com tudo o que encontram por lá.
Notei que o movimento de pessoas cresceu muito e nos primórdios, em 2002, quando foi inaugurado, muitos faziam desdém do local por acharem longe demais. Ele precisa ser longe sim, para nos dar a impressão que temos quando chegamos lá: que ele está além dos limites e da loucura da cidade grande.
Somos recebidos por um lago cheio de patos selvagens e por grandes estátuas de leões nos portões de entrada. Ao entrar notamos grande acervo de arte sacra e exemplares de grande beleza para serem apreciados por todos. Algumas obras por serem muito valiosas, possuem proteção para evitar o flash das máquinas fotográficas e as mãos curiosas dos mais desatentos.
Há quadros de Frans Post de várias épocas e lá está a maior coleção particular do pintor que soube muito bem retratar toda a colonização pernambucana. Acervo igual só no Museu do Louvre, em Paris.
As tapeçarias retratam momentos da nossa colonização e não poderiam faltar os bustos de Maurício de Nassau e de outros personagens que muito representaram para a nossa história. No final do primeiro prédio, há uma sala com bonecos de cera para mostrar a forma como as pessoas se vestiam naquela época e também para dar a idéia de como eram vistos os tipos de sociedade.
Na lanchonete podemos encontrar delícias da culinária pernambucana, como: Bolo de Rolo, Bolo Souza Leão e o inesquecível Bolo de Macacheira; tudo isso regado a um delicioso café que perfuma os corredores externos.
Saindo do primeiro prédio, vamos em direção ao Castelo São João, que abriga a maior coleção particular de armas brancas do mundo. Impressionante como estão estrategicamente guardadas e expostas para deleite dos visitantes. Chama-se armas brancas porque na fundição do metal, este fica com uma cor opaca e num tom claro.
As armaduras são perfeitas e há de todos os tipos: para homens, cavalos e até para cachorros. Impressionante é ver os vitrais em completa harmonia com tudo isso e um lago onde você pode fazer pedidos e depositar moedas num gesto simbólico de deixar alí o seu pedido nas águas.
O acervo cresceu desde a minha última visita e noto que se continuar da forma como está, em breve terão que construir um novo anexo para abrigar as obras que não param de chegar, deixando o local cada dia mais bonito.
Visitantes não faltam e isso é bem positivo, mostrando que as pessoas gostam de momentos de grande deleite e de cultura.
Conheço pessoas que ainda não foram lá conhecer o local e olhem que tudo isso já funciona há oito anos.
Será descuido, falta de tempo?
Não. É alienação mesmo.
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Fotografia da postagem de hoje foi captada no interior do Castelo São João, tendo como coadjuvante os vidros trabalhados das janelas para criar o efeito distorcido.