Foi inaugurado neste mês mais um museu no Recife, o Cais do Sertão. Um local dedicado a história do nordestino, seus ritmos e tendo como apoio a história do Luiz Gonzaga, nosso sanfoneiro mais famoso.
O local, ainda inacabado, está parcialmente aberto ao público e seus espaços grandiosos mostram um pouco do nosso artesanato, culinária, indumentária e vida do nordestino, tendo como auxiliares o Rio São Francisco e os vários instrumentos populares que fazem a nossa música.
Logo na entrada encontramos réplicas das roupas usadas por Luiz Gonzaga e os belos combogós que enfeitam as paredes grosseiras, talvez para dar a impressão de rusticidade, nos fazem perceber os ambientes com mais satisfação e grandiosidade.
No salão principal temos vários ambientes interativos que nos chamam a atenção e todos eles fazem parte de um grande contexto que não tem início nem fim específico. É um local moderno, apesar de tudo que é exibido.
Este contraste nos faz perceber como o antigo pode receber boas influências do presente e com isso contribuir para que a arte seja vista de uma forma grandiosa e cheia de detalhes interessantes.
Não gostei muito do Túnel do Capeta, apesar dele ser extremamente moderno e bem projetado, pois a simples passagem pelo seu interior nos dá uma sensação ruim de estarmos escutando e não compreendendo o que é dito. Na verdade, as vozes distorcidas repetem os vários nomes que o capeta tem e como ele é vulgarmente chamado pelas pessoas.
Gostei muito da reprodução do Rio São Francisco que existe no salão principal e precisamos ter somente um pouco de cuidado para não se empolgar demais com as visualizações e esquecer onde estamos pisando, podendo criar até um pequeno acidente no local.
A escuridão das paredes reflete a tecnologia mostrada nas instalações iluminadas e uma escadaria de ferro, totalmente preta, nos leva ao primeiro andar, local onde estão os ritmos nordestinos com seus instrumentos musicais e estúdios de audição para os que desejarem se aprofundar um pouco mais da nossa cultura.
Lá estão disponíveis todos os discos do Luiz Gonzaga e a lembrança se faz presente, inevitavelmente, em cada momento que passamos por lá.
Eu só teria inaugurado o espaço completamente, pois ainda o acesso está deficiente e dificulta um pouco a visão de quem está chegando, já que estacionar por perto ainda é um equívoco. Tudo bem, o governador queria sair para concorrer à presidência e não queria deixar este marco para o seu sucessor.
Coisas da política...
O espaço ficará muito interessante quando estiver totalmente pronto, já que contará com auditório e outros espaços provisórios para exibições diversas.
O juazeiro que fica na entrada, mesmo seco, dá um toque diferente ao espaço, pois retrata a vida sofrida dos nordestinos que enfrentam a seca e dela conseguem a vida necessária para continuar respirando e fazendo tantas coisas interessantes e que contribuem para a nossa cultura.
Lindo o local, mas espero vê-lo totalmente finalizado em breve. A obra está atrasada há quase dois anos, mas como isso é costumeiro aqui no Brasil, terminamos nos familiarizando com os ambientes inacabados e precisando de retoques. Não gosto de ver nada pela metade e talvez isso tenha causado uma impressão desajustada de um local que promete ser um grande celeiro de obras e informações culturais.
Mesmo assim, o passeio é muito interessante e merece destaque.
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