Sempre que vou caminhar na praia vejo uma diversidade de situações e pessoas passarem na minha frente, mas algumas delas são tão constantes que sempre me trazem boas lembranças e também formalizam o tempo que resido aqui no Recife. A mais presente de todas, é sempre encontrar um grupo de idosos que ficam próximos a entrada da Rua Bruno Veloso fazendo exercícios na água e também se divertindo e conversando.
Muitos poderiam dizer que eles estão vendo a vida passar, mas eu prefiro dizer que não estão e literalmente não deixam a vida passar e aproveitam cada momento, captando os primeiros raios do dia e recebendo a vitalidade com muita alegria e dedicação. Não vejo isso em muitos jovens e sempre que faço a minha caminhada, noto que a grande maioria das pessoas que estão por ali são idosos. Os mais novos não se arriscam nestas primeiras horas do dia e só aparecem um pouco mais tarde.
Realmente a vitalidade não tem idade e poderemos sempre encontrá-la onde menos imaginarmos....
Sempre gostei de caminhar cedo e o início do dia sempre é o melhor momento para iniciar atividades e passeios, uma vez que o nosso corpo se mostra descansado e pronto para tudo. Não gosto de atividades noturnas. Nunca gostei. Evito sempre este horário e só arrisco quando é algo muito importante.
Os costumes que sempre temos na vida revelam muito da gente e fazem com que sejamos lembrados por muitas pessoas por estas características tão marcantes e que não deixam a nossa existência sozinha. Os velhos costumes podem até ser manias, mas sempre existirão, porque é muito difícil desapegar daquilo que é mais forte do que nós e que significa muito nas nossas vidas.
Os idosos se tornam mais jovens com o velho costume de praticar exercícios e fazem disso uma maneira exemplar de manter a disposição em dia, alimentando sempre ótimos resultados e amizades. Na verdade, vejo a prática deles como uma forma de perpetuar um grupo unido num mesmo ideal, onde podem se encontrar e dessa forma passar o dia de um jeito mais agitado e tendo um bom começo para as poucas atividades que devem desempenhar.
Eu vou e volto e eles estão lá. Firmes e fortes.
Nossos velhos costumes alimentam o nosso presente e fazem de nós pessoas mais novas e cheias de boas energias. Se não fossem essas atitudes, que geralmente são oriundas de atos certeiros, seríamos soltos demais, sem os ritos que nos ajudam a entender o real sentido da vida de cada um de nós.
Viva os velhos, novos costumes...