Quando mudamos para o Bairro da Boa Vista, em Garanhuns, eu tinha uns 10 anos e a casa recém construída possuía um grande jardim e pomar, onde podíamos desfrutar de laranjas, mangas, maçãs, bananas, acerolas e muitas flores, de vários tipos. Era um tempo diferente, pois meus pais eram mais novos e tinham mais disposição para cuidar de algo tão trabalhoso.
Hoje a realidade é outra e o que restou de tudo foram algumas palmeiras, o pau brasil e as orquídeas, já que elas ficam nas árvores e dão pouco trabalho para serem cuidadas. Mesmo com a quantidade sendo pequena, as flores fazem bonito quando florescem e deixam o jardim com um aspecto diferente.
Geralmente elas brotam na quaresma, mas, agora no final do ano, algumas apareceram e por isso registrei aqui no blog. Nós temos três cores: a lilás, a branca e a amarela, embora a lilás seja a mais grandiosa e perfumada, as demais não perdem o brilho porque são delicadas e muito bonitas, seja pela riqueza de detalhes ou pelas formas inusitadas que criam quando surgem dos ramos.
Hoje percebo e ainda não entendo como minha mãe tinha tanta disposição para cuidar daquele jardim, pois eram tantas flores e folhas caídas que varrer aquilo tudo era uma tarefa árdua e diária. Ela cuidava de tudo e somente quando era para repor a grama que chamava uma pessoa para realizar o serviço.
O jardim não existe mais e colocamos pedras por toda a área externa, pois assim facilita o trabalho de limpeza e deixa a casa menos trabalhosa, já que minha mãe não aguenta tanto pique e mesmo assim insiste em cuidar de tudo como nos tempos que era mais nova. A casa para ela é uma distração e muitas vezes ela encontra mudanças onde não há nada para ser mudado, só pelo simples desejo de estar cuidando e deixando o local harmonioso para todos.
Uma casa bem organizada é assim e deixa a sensação de vitalidade em todos que entram nela. Ter um ambiente desgastado, sujo e desorganizado é algo que só deixa tristeza em quem reside no local. Nada mais significativo do que ter a harmonia do lar, da família, dos detalhes pequenos que só nós conhecemos e damos valor.
A vida em família é muito significativa para todos nós e somente saberá o real sentido do amor, quem tiver um bom relacionamento com a sua família e nela depositar grandes momentos de união. Ontem nos reunimos para o jantar de natal. Conversamos, brincamos e até as briguinhas das minhas duas sobrinhas pareciam diferentes, pois percebi que cinco minutos depois a harmonia entre as duas estava firmada. Era o espírito da luz de Deus agindo sobre nós, sem que percebêssemos isso. Era o nascimento de Cristo fazendo com que a vida se renovasse a cada instante e fizesse com que todos nós fôssemos pessoas ainda mais felizes e harmoniosas.
A minha família é bem pequena, imperfeita como todas as outras, mas é a minha base para tudo. Sem eles não tenho significado e tudo que sei partiu deles. Hoje, dia de Natal, vamos celebrar a vida do menino Deus em cada um de nós e deixar que a sua bondade nos faça diferentes e cheios do seu amor divino e que nunca acaba. Amor assim, só o familiar. O nosso é assim. Cada um do seu jeito demonstra a afeição e isso é o que vale para todos nós.
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