terça-feira, 23 de outubro de 2012

My Other Bag is Chanel

Muitas vezes usamos produtos simples mas que satisfazem as nossas necessidades e mesmo assim algumas pessoas ainda acham que possuem a necessidade de justificar o produto ou a marca, como se isso fosse sinal de eficácia e durabilidade. Parece até que somente os produtos que possuem uma marca consagrada conseguem ser bons e duráveis, colocando os demais em um lugar esquecido na realidade comercial dos dias de hoje.
Algumas vezes isso funciona bem, mas outras não...
Já comprei produtos caros e de marcas consagradas e famosas que não foram eficientes e nem duráveis, sem falar, claro, do desconforto que alguns deles causam, pois alguns deles possuem sede em outros países, onde a modelagem é bem diferente da que é praticada no Brasil.  Já vesti calças que ficaram terríveis em mim, enquanto encontrei outras bem mais baratas, com qualidade igual por um preço bem mais convidativo e acessível ao meu bolso.
Nem sempre o preço do produto é o que determina a sua beleza e utilidade. Na verdade, utilidade é o que precisamos ter, pois mesmo quando um produto é feio para uns, é lindo para outros e tudo depende do gosto que cada um tem e como observa cada item que está à venda no mercado. A utilidade não tem isso, pois se ela não for igual para todos, causará em nós uma terrível sensação de ter jogado dinheiro fora por ter comprado um produto que não satisfez as nossas necessidades como imaginávamos.
Mesmo assim, ainda usamos para ostentar a marca embora os nossos pés fiquem comidos ou o nosso corpo deformado devido ao manequim que não foi adequado ao nosso tipo físico. Se a bolsa que uso é simples, mas não é Chanel, o que importa? O que vale é a utilidade, o prazer de ter as necessidades básicas supridas por um produto que mesmo sendo simples está de acordo com o que precisamos e não compromete em nada a nossa integridade como pessoa e nem nos coloca à margem da sociedade.
Muito pelo contrário...
Quando somos capazes de escolher os itens adequados para o nosso uso, ficamos com mais renda para gastar com o que realmente importa e necessitamos, evitando gastar em excesso com outros itens que só irão entupir a nossa casa sem que tenham eficácia plena nas nossas vidas.
O prazer de comprar um item para o nosso uso pessoal não pode se transformar numa escravidão, onde os nossos bolsos ficam furados e perdem toda a sua utilidade para outras aquisições mais plenas e que realmente contribuam para as nossas vidas.

O texto de hoje foi inspirado numa bolsa que vi ontem na Praia de Boa Viagem, quando uma menina estava usando uma bolsa feita com tecido de algodão, bem simples, e com uma serigrafia leve e caseira. A bolsa comportava tudo que ela queria e satisfazia bem os seus desejos. Estava escrito em tons vermelhos a seguinte frase: "My Other Bag is Chanel".
Era como se ela estivesse justificando o uso de algo tão simples. A bolsa, embora não fosse Chanel, era útil, prática e totalmente adequada ao momento.
Fica o pensamento para o texto de hoje.

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