Algumas intervenções culturais nas cidades que residimos são perfeitas e casam direitinho com a paisagem que encontramos neste mundo tão cheio de diversidades. Na Praia de Botafogo, encontrei esta escultura bela e serena, feita pelo artista espanhol Jaume Plensa, a qual representa Iemanjá, o orixá das águas salgadas.
Quem viu certamente ficará com a mesma impressão que tive, pois a beleza da paisagem foi realçada com aquele enorme rosto branco, às margens de um local muito visitado por turistas e banhistas. Aqui em Pernambuco encontramos alguns exemplos e principalmente no Recife Antigo e na praia de Porto de Galinhas, que possui várias galinhas temáticas espalhadas pelas ruas do balneário que tanto encanta os visitantes de todo o Brasil.
A arte jamais pode estar separada dos ambientes e engana-se quem pensa que uma galeria de arte, fechada e com pouco acesso, é o local ideal para as obras que tanto conhecemos. O Francisco Brennand criou um parque inteirinho de esculturas que ficam expostas entre o rio e mar aqui na capital pernambucana e fazem do Recife antigo um cartão postal de grande beleza para todos que gostam de estar por lá para passar uma tarde e contemplar a união da natureza com as obras criadas pelo homem.
É esta união divina que faz a diferença e mostra que o homem pode, sim, intervir na natureza de forma muito construtiva e com isso formar visões privilegiadas de muitas paisagens já conhecidas e que ficaram ainda mais atraentes com alguma perspectiva diferente e que possibilite grandes imagens para a eternidade.
Tive o prazer de fotografar a imagem acima, num dia de muita chuva e céu nebuloso. Se estivesse num dia claro de sol, a paisagem seria ainda mais bela, mas mesmo assim valeu, pois a obra não ficará por muito tempo na Praia de Botafogo e até o final do ano a paisagem voltará ao seu estado original, sem que possamos contemplar a beleza da arte aliada à natureza. Diferente do Recife, a intervenção feita no Rio de Janeiro terá tempo determinado para ficar no local.
Aqui no Recife temos uma Flor Alada, Sereias, Aves e os Santos Cosme e Damião e todos recebem o mar de uma forma contemplativa e interessante. É engraçado como o homem sempre prefere o mar para intervir com as suas obras e como elas ficam perfeitas com este elemento da natureza tão abundante, mas tão maltratado pelos agentes nocivos que diariamente são jogados nas suas margens, contaminando o que de mais bonito a natureza criou.
As cidades são nossas, as obras também. Que sejam perfeitas as intervenções e mãos que as fazem...
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