Quando viajei para Maceió na última sexta-feira, fui percebendo na estrada a agonia que os bairros periféricos passam neste período de chuvas, pois a quantidade de barreiras com deslizamentos e água acumulada nas ruas era enorme e dificultava muito a vida de todas as pessoas que ali residem. O que mais me impressionou foi notar que os próprios moradores contribuem para aquela desgraça toda que vi.
As construções irregulares em locais extremamente perigosos e até nas margens dos canais eram o elemento necessário para que a chuva tomasse conta das suas casas neste período chuvoso. O lixo acumulado era outro fator de vergonha, pois nem mesmo as pessoas poupavam o seu bairro, sua casa e faziam do local um lixão sem controle. As reclamações são muitas, mas noto que a situação é bem mais difícil de conter do que se imagina e não há trabalho de prefeitura nenhuma que coloque ordem no caos que está presente em alguns bairros do Recife e Jaboatão.
A falta de organização é algo gritante e dar uma volta ao redor destas cidades é algo terrível para os olhos, além de ser vergonhoso, pois notamos o descaso das autoridades com as vias de acesso, especialmente a BR 101 que está uma droga e cheia de buracos e precisando urgentemente de uma manutenção. É tanto dinheiro destinado para ações grandiosas, quando na verdade precisamos arrumar o básico e essencial à população.
A obra da Arena da Copa está consumindo milhões e para que ela tenha vida efetiva e não se transforme em um elefante branco após a Copa de 2014, muitas parcerias estão sendo feitas para tornar o local, distante e pouco habitado, num ambiente cheio de oportunidades e com atrativos turísticos. Muita coisa é só previsão futura e pode acontecer numa realidade ainda distante, embora a de hoje seja mais importante.
Até o caminho que nos leva a Arena da Copa sofre com estas situações irregulares, pois o que mais existe nas imediações do Curado, bairro próximo, são construções irregulares, invasões e lixo acumulado.
A entrada da cidade está horrível, cheia de invasões, mal sinalizada, sem sentido algum.
As imediações dos bairros do Barro e Ibura estão uma calamidade e cheias de problemas que seriam resolvidos rapidamente com um projeto digno de organização, disciplina de habitações e também desapropriação de algumas outras que estão em locais irregulares e perigosos, especialmente para aqueles que residem em locais que deveriam ser acostamento de carros e não habitação.
A necessidade e a pobreza fazem isso e causam tamanha desgraça na sociedade. Lembro quando vim morar no Recife e minha mãe só sossegou quando veio até o Recife para ver o local onde eu estava morando para verificar se realmente não era como a desgraça que ela via na TV e que até hoje não mudou nada, sendo mais grave do que há alguns anos.
Agradeço à Deus todos os dias pelo meu lar, simples, mas confortável e longe disso tudo. Não há sensação pior do que acordar num dia de chuva e constatar que tudo foi por água abaixo e que sua casa não é nada mais do que um monte de restos de construção, que nem sempre são de alvenaria.
É uma realidade que precisa ser vista pelos prefeitos de Recife e Jaboatão para que a cidade seja vista pelos visitantes que nela chegam através das rodovias de uma forma melhor e mais limpa. Nossa cidade não é só o cento e a zona sul, mas, sim, todos os bairros.
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