Uma amiga sempre me diz: A única coisa que não tem remédio é para gente feia.
Acho que a morte é a única coisa que não tem remédio, pois gente feia, com dinheiro, fica bonitinha. O que acho interessante são os remédios populares e que fazem parte das tradições dos mais variados locais do Brasil, pois cada um tem o seu jeito de medicar uma situação que os especialistas passam anos estudando e terminam nem encontrando a solução.
Verdade ou mentira, eu sei que funcionam.
Quando era criança, cansava de curar minhas gripes com o lambedor que a minha avó fazia e as dores de barriga com os chás de boldo que minha mãe preparava. Foi com a aroeira que limpei o meu rosto e o deixei livre das espinhas, assim como melhorei a secura do meu cabelo com a babosa. A fraqueza era sempre curada com um pouco de cerveja preta e ovo cozido e nada melhor do que o mel para tirar a tontura causada pelo suor em excesso.
Se tinha insônia, um chá bem doce da flor de laranjeira sempre resolvia e quando este faltava, um suco de maracujá fazia o mesmo efeito. Para deixar a pele limpinha, um banho com a esponja da cabaça fazia com que os poros ficassem livres e pudessem respirar. Sal grosso e banho de ervas sempre foram bons para tirar o olho gordo e para ajudar as rezadeiras faziam sua ação com muita arruda na mão, que além de ser ótima para estes males, ainda tem um banho poderoso e que proporciona uma boa purificação para a pele.
Capim santo era para os dias de má digestão e o limão para tirar a caspa dos cabelos.
Eram pouquíssimas as vezes que usava remédios de farmácia e quando estes entravam em ação eram nos casos de infecções ou doenças mais graves. Mesmo assim os remédios naturais não faltavam e serviam de ajuda necessária para realizar a cura por completo.
O que não tem remédio mesmo é a falta de humor, de compreensão, de atenção. Estas não possuem remédio mesmo e por isso são dependentes do homem que precisa tomar um chá de "Se Mancol" para poder entender que nem sempre tudo gira ao seu redor e que existem muitos outros astros neste mundo tão diversificado e cheio de significados e males.
Muito pior do que as doenças, são os pensamentos do homem e o que ele deixa de fazer para mudar isso. Os remédios que precisamos são outros e todos eles, sejam os mais simples ou complexos, dependem da nossa percepção e capacidade de apreender e irradiar um pouco da nossa afeição e alegria aos outros que nos cercam.
Sejamos o remédio de nós mesmos.
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