Hoje pude novamente conferir um show da cantora Virgínia Rodrigues, pois a primeira vez que tinha visto a artista cantar, no Parque Dona Lindu, fiquei um pouco frustrado, pois as desafinações foram terríveis e ela teve que parar a apresentação várias vezes alegando que não estava se sentindo bem.
Quando vi o anúncio do novo show e agora com a participação especial de Naná Vasconcelos, resolvi ir novamente e tentar tirar a má impressão que ficou desta cantora que até então eu só conhecia dos seus discos fabulosos e cheios de sonoridades. O show desta vez foi no Teatro Santa Isabel e ao contrário do outro foi perfeito, sem retoques.
A cantora foi exímia e não desafinou em nenhum momento. Mostrou firmeza no palco, vitalidade e muita alegria. Estava nos seus melhores dias, com certeza. O repertório foi o mesmo do outro show, mas ela acrescentou algumas músicas pernambucanas e um maracatu, que na sua voz e com os arranjos de Naná ficou rico e envolvente.
O teatro estava lotado e quando cheguei por lá os ingressos estavam quase acabando, mas consegui comprar um ingresso para o camarote do segundo piso e para minha surpresa, a visão foi perfeita e me possibilitou registrar muitas fotos legais.
Virgínia está um pouco mais magra e sem os cabelos longos e cheios de trancinhas que usava no início da sua carreira. Um visual que aprimora ainda mais a sua negritude e até valoriza algumas músicas que escolhe para o seu repertório repleto de crenças e religiões.
A cantora não deixa o candomblé passar batido e em várias músicas exalta seus orixás de devoção e mostra suas raízes com força e orgulho, afinal de contas é baiana e naquela terra tudo é muito místico e as influências africanas fazem da cidade um celeiro de ricas tradições religiosas.
Valeu ter ido ao show e concluir minha semana tão bem.
Que bom, Virgínia...
Voz abençoada que canta...
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