segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Onde está o Carnaval?

                                               

Este ano um fato histórico aconteceu e fez com que muitas pessoas estranhassem o período carnavalesco numa cidade como Recife, que tradicionalmente fica lotada nesta época. A Pandemia do COVID-19 parou tudo e fez com que muitos dos nossos atos fossem avaliados para podermos entender o real sentido da vida e como ela é mais importante que os três dias de folia e curtição.
Ficar em casa no carnaval foi um ato saudoso, mas necessário.
De alguma forma todos se envolvem com o carnaval, exceto aqueles que residem em locais que não possuem tradição alguma para a festa. Mesmo assim, ainda temos a programação na TV para nos lembrar que ela existe e que faz parte da cultura brasileira.
Não há festa mais popular que o carnaval, onde as suas fantasias e músicas nos fazem esquecer o cotidiano agoniado e percebermos, por três dias, que somos reis e rainhas de uma festa que dura pouco mas gera grandes resultados, a maioria deles bem significativos para a economia e para a cultura.
Fui no Sábado de Zé Pereira passear pelas ruas do Centro do Recife para ter a comprovação de algo que jamais tinha visto na minha vida: um dia vazio, com comércio normal e sem a agitação do público se aglomerando para o desfile do Galo da Madrugada.
Achando pouco, fui também nas ladeiras de Olinda e percebi um vazio ainda maior, pois as ruas estreitas estavam vazias e bem tranquilas para passear. Melhor ainda que em finais de semana normais. 
No Recife Antigo, a mesma situação eu encontrei e nada lembrava os dias de anos anteriores, quando os maracatus e blocos líricos tomavam conta do espaço e faziam com que o cenário fosse apenas de contemplação.
Incrível? Não, previsível.
Com a tamanha falta de controle da pandemia, era de se esperar que isso acontecesse e ainda acho que em 2022 o carnaval está suspeito, pois a vacinação ainda é lenta para a grande população do Brasil e por outro lado as pessoas contribuem muito pouco com as normas de segurança e higiene.
Usei minha máscara de La Ursa, que tinha comprado para sair no carnaval deste ano. Estava guardada há um ano e por isso resolvi colocar o meu bloco na rua, sem aglomeração ou grupo de amigos.
Foi um passeio válido e necessário. Senti necessidade de ver de perto tudo o que não aconteceu...
Fiz algumas fotos bem marcantes dos locais de folia e guardarei na lembrança este momento único, mas que precisa acontecer para percebemos que a vida precisa de um tempo para se recompor.
Carnaval sempre foi foco de contaminação e poucos brincam com cuidado e consciência. A maioria pensa que a vida vai acabar na quarta-feira de cinzas e termina jogando todas as suas forças em pequenos momentos de excesso. Hoje a contaminação é a COVID-19, mas em outros anos presenciei outros vírus circulando. A conjuntivite e a gripe que não me deixem mentir.
Sejamos fortes que tudo isso vai melhorar e poderemos nos encontrar de novo para brincar o bom carnaval!
Eu espero e estou com saudades!

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