Há uma diferença muito grande entre ser sincero e grosseiro, mas nem todos sabem distinguir estas palavras e terminam gerando situações desnecessárias na frente de muita gente e criando um clima desfavorável para a educação e para o respeito ao próximo.
Outro dia estava numa fila no teatro e encontrei um amigo que é ator e produtor de um belo espetáculo teatral aqui no Recife. Conversava com ele sobre as minhas impressões do espetáculo e dizia que não poderia assistir à nova temporada porque teria outros compromissos. A conversa estava ótima e bem produtiva, inclusive estava perguntando alguns detalhes sobre o espetáculo, texto e montagem.
Foi quando, subitamente e num voo rasante, um homem mal-educado e falante entrou na conversa e começou a dar opiniões sobre o espetáculo. Opiniões boas e ruins, só que ele deu ênfase ao que não gostou e gerou um momento de puro constrangimento na conversa que ele nem tinha sido convidado e que entrou de penetra.
Ainda achando pouco a grosseria que fez, se intitulou de "amplo conhecedor das artes, mesmo não sendo ator" e por isso tinha a "capacidade" de manifestar suas opiniões. Ele se achava "sincero".
Pois bem, respeitamos aquela baixaria toda e não falamos muita coisa com ele, só escutamos... Ele também não era do tipo de pessoa que dava chances de ninguém falar e terminava usando a sua voz exaltada para bloquear a opinião alheia, fazendo com que a sua prevalecesse em todos os instantes da conversa.
Encontramos muitas pessoas assim e não acho ruim a opinião que trazem, mas apenas a maneira intrusa de atuar em situações que não foram chamados e que deveriam ter um pouco mais de educação para manifestar as suas opiniões. Podemos dizer a mesma coisa, dando uma opinião de forma construtiva e não somente colocando no chão todo um trabalho realizado por uma pessoa que se dedicou e teve seus méritos além dos problemas encontrados.
Não sei se sou incapaz de avaliar uma obra teatral, pois não encontrei defeitos no trabalho que vi, o qual foi realizado por meu amigo e uma equipe brilhante e engajada. Talvez o meu "amplo conhecimento das artes" seja cego e não perceba determinados detalhes que algumas pessoas sem noção preferem encontrar.
A opinião vale muito mas tem que ser bem dosada, senão termina colocando em risco muitas ações e realizações de pessoas dedicadas e que podem perder um pouco da motivação se encontrarem pela frente somente aqueles que falam pelos cotovelos sem nem perceber que o mal cheiro do que falam pode ser sentido por muita gente.
Respeito a opinião dele, mas não acato grosserias.
Para ele ficou o meu silêncio durante a conversa e acho que ele percebeu tanto que nem me dirigiu mais a palavra. Detesto gente irresponsável nas suas ações e não me submeto aos irritantes que acham que podem falar tudo e da sua forma. A máscara que usam para cobrir as suas deficiências pessoais é retratada na verbalização mal-educada e nem sempre evolutiva que destinam aos que estão ao seu redor.
Talvez tenha sido este o motivo dele ficar perdendo a fala em alguns momentos, tamanha era a sua ânsia de falar e não deixar que os outros participassem da conversa a partir do seu ingresso triunfante e afoito.
Perdeu o fôlego, de verdade...
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