Maria Gadú lança seu novo álbum, Guelã, com raras novidades e musicalidade pouco empolgante, já que algumas músicas são mais faladas do que cantadas, além de terem frases pouco rimadas e que fazem da audição algo meio descompassado e sem muita vida. São dez músicas simples, sem muitas surpresas.
Não que a rima seja obrigatória às músicas, mas ajudam muito a tornar qualquer trabalho mais elevado e menos ruidoso.
A cantora teve uma explosão muito grande no início da sua carreira, onde algumas das suas músicas se transformaram em hinos nacionais, cantados a exaustão e ficando apegados ao gosto popular de uma maneira impressionante.
As mudanças foram muitas e hoje podemos ver uma cantora mais madura, com uma carreira consolidada, mas com características de um cansaço criativo que compromete muito o seu estilo de ser, fazendo com que em alguns momentos a sua real identidade musical seja estranhada.
O CD precisa de algumas audições para se tornar mais acessível aos nossos ouvidos e mesmo para quem é fã, como eu, termina buscando um pouco mais de força para conseguir sustentar a sua presença musical neste novo trabalho, mesmo após um período considerável sem muitas novidades lançadas no mercado pela artista.
A forma tímida da cantora se apresentar contrasta com a sua voz potente e bem marcante e faz com que ela seja vista sempre como um ótimo talento musical, embora suas composições ainda estejam muito vivas ao primeiro trabalho da sua carreira, que foi o mais impactante e que numa primeira audição já tínhamos a certeza do sucesso absoluto.
Isso realmente aconteceu.
A produção musical do atual CD está muito bem organizada e os arranjos, apesar de contrastarem com as composições, chegam a um resultado favorável e cria um ambiente propício para aqueles que querem escutar um trabalho mais intimista e com elementos musicais mais sofisticados e não tão populares. Talvez seja esta falta de popularidade nas suas faixas que faz de Guelã uma promessa e não uma certeza. O gosto de cada música, pra mim, ficou pela admiração que tenho pela artista e não pelo conteúdo, já que as canções passam e ficamos esperando as novidades aparecerem sem muito sucesso.
Quem sabe o ser alado da capa possa traçar caminhos mais altos para a cantora e fazer com que este álbum se firme como uma grande diferença musical, algo que muitas vezes só é notado com o passar do tempo e com o entendimento completo de algumas obras vistas, num primeiro momento, como complicadas e sem muito sentido.
A nossa imaginação criará asas para descobrir Guelã com mais intensidade.
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