O Museu do Estado de Pernambuco reabriu suas portas após uma pequena reforma no seu acervo e depois de uma tentativa frustrada de conhecer o espaço, fui, neste final de semana, apreciar um pouco da arte que lá está, a qual retrata a vida aristocrática do período colonial através de móveis, objetos, retratos, pinturas, roupas, arte sacra e utensílios domésticos.
A casa serviu de moradia para o Dr. Augusto Frederico de Oliveira, o Barão de Beberibe. Lá encontramos vários ambientes, onde a riqueza de detalhes impressiona e faz com que tenhamos um retrato fiel de como a vida era cheia de requinte naquela época, desde os aspectos mais simples, como uma simples refeição, ou até pelas salas de lazer ou ambientes mais íntimos, que formaram os quartos da imensa casa situada na Avenida Rui Barbosa, no bairro das Graças, local onde ainda encontramos muitos casarões antigos, que retratam a vida que surgiu na cidade do Recife no período da colonização.
Muitos objetos merecem destaque, como a coleção de arte sacra e o acervo de pratos e talheres, em perfeito estado de conservação e postos em mesa de grande tamanho, em madeira de lei. Os móveis mostram cadeiras, mesas e o detalhismo em cada parte, pois as madeiras usadas para a sua composição receberam um tratamento diferenciado e foram caprichosamente esculpidas para proporcionarem além do conforto muita beleza.
Há uma grande coleção de vasos e objetos de louça, além das variadas porcelanas chinesas com todos os seus detalhes e coloridos inconfundíveis. Alguns lustres antigos iluminam os ambientes e terminam sendo o destaque em alguns ambientes, pois fazem com que o brilho dos cristais seja visto com mais intensidade e possa fazer a diferença em tudo que iremos observar.
O espaço é dividido em dois andares e visitar o acervo se torna algo incrível e com imensa satisfação, já que a história de Pernambuco e do Brasil é contada tendo como colaboradores os costumes e os diversos objetos que faziam parte da vida das pessoas naquela época tão promissora e que nos influencia até hoje com todas as suas formas e características.
Anexo ao casarão, há o Espaço Cícero Dias, que apresenta exposições variadas e tem obras belíssimas do artista, as quais mostram a sua intensa e crescente capacidade de dar vida ao que parecia esquecido. Algumas telas parecem que falam conosco e o colorido de algumas delas nos faz ter a confirmação que o artista é sempre iluminado por dons divinos e cada um, do seu jeito, fazem bonito na história do mundo e comportam muitas realidades diferentes.
Gosto deste tipo de visita e ainda mais quando posso perceber que a conservação dos itens expostos foi realizada de forma adequada e nos trouxe grandes oportunidades de aprimoramento de conhecimentos e dos costumes, o quais são peças essenciais para que as sociedades se desenvolvam e criem seus próprios meios de perpetuação. Mais um lugar do Recife que ainda não conhecia, mesmo após 15 anos vivendo por aqui. Sempre passava em frente e nunca tive a chance de conhecer, pois até pouco tempo o espaço era aberto somente durante a semana e ficava fechado aos sábados e domingos, algo que limitava a visitação e fazia com que o prédio só fosse lembrado para servir de pano de fundo para as tradicionais fotos de formatura, prática que inclusive estava sendo feita neste último domingo,
Deixo aqui no blog algumas fotos do espaço para retratar um pouco do que falei e de como a sofisticação era bem presente naquela época, algo que ficou perdido com o tempo e que em muitos momentos só resgatamos nestes tipos de visita, onde o contato maior é com a vivência que se transformou agora em arte pura e com grande destaque.
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