Hoje me deparei com uma situação complicada logo cedo, pois quando fui procurar a chave do carro para ir à praia, percebi que havia perdido a danada e nas minhas buscas iniciais na minha casa não a encontrei. No desespero, vieram muitas opções e a que escolhi foi ir até a concessionária, que é bem próxima à minha casa para tentar comprar uma nova, achando eu que isso seria uma tarefa fácil. Quando cheguei lá, a atendente me falou que a chave tinha um prazo de 7 a 10 dias úteis para ser entregue devido ao código do alarme que teria que ser enviado para a fábrica. Até aí tudo bem, mas o que mais me chamou a atenção foi o preço a mim apresentado, que foi de R$ 600.
Quanto??????
Isso mesmo.
Chave cara da peste, pensei...
Essa foi uma das minhas motivações para voltar em casa e esgotar as minhas possibilidades de busca, já que mesmo eu realizando a compra não teria o meu alarme resguardado na hora e zelaria dessa forma para a segurança do veículo, uma vez que estava querendo viajar para o litoral. Já estava pensando em cancelar a viagem e desistir da procura quando veio aquele óbvio pensamento de refazer os meus passos desde a última utilização do objeto perdido e foi quando encontrei a danada dentro da minha bolsa de viagem, a qual utilizei para ir até Garanhuns no final de semana passado.
Fiquei super feliz e prontamente renovei minhas expectativas de viagem e segui caminho em direção à Praia de Porto de Galinhas. Minha intenção era ter saído de casa cedinho e lá caminhar até a Praia de Muro Alto, pois isso só é possível com a maré baixa. Quando cheguei, esta já tinha ficado um pouco alta e só pude ir até a Praia do Cupe, que tem uma extensão de terra maior e propícia para a caminhada. Foi quando o pior aconteceu: o dia que estava azul e claro, se tornou cinza e escuro e uma chuva forte caiu, fazendo com que eu pensasse que aquele não era o melhor dia para eu ter saído de casa.
Esperei a chuva passar e segui minha caminhada, a qual me trouxe várias imagens e me fez perceber a beleza e diversidade do litoral pernambucano, pois em praias vizinhas encontramos uma grande variação de relevos e isso é a grande diferença que pude perceber neste dia, pois entre os altos e baixos da vida, podemos encontrar o paraíso.
No meu caso, este lugar perfeito e iluminado ficou materializado na satisfação com o contato com a natureza e com o conhecimento que pude acumular na visita, a qual me mostrou que os grandes prazeres da vida são gratuitos e não precisam de tanto esforço e pensamento para serem realizados. Se um pequeno objeto pode custar tão caro e nos fazer ficar agoniados, a natureza tem o dom de nos acalmar e nos proporciona isso de graça, sem nenhuma cobrança de taxa.
Para finalizar este meu dia, quase perfeito, tinha estacionado o carro numa área que é próxima a um famoso bar, na Praia do Cupe, e que serve de ponto de apoio para aqueles que fazem os passeios de buggy. Ao sair, um guardador de carros veio falar comigo e pediu R$ 20 pelo "serviço".
Eu disse para ele: Meu filho, o lugar é público e eu não vou lhe pagar esse valor pelo simples fato de não ver necessidade nisso. Ele olhou para mim com uma cara desconfiada e saiu de fininho. Ele queria dar o golpe do "Se colar, colou...", mas para mim, que já estava com a paciência minada pelos ocorridos, foi o momento de desabafo que encontrei para dizer que a exploração é terrível e que se não tomarmos cuidado as pessoas nos sugam de tal maneira que corremos o risco de voltar para casa pedindo esmola e com a conta no vermelho. As pessoas acham que dinheiro está brotando em árvores ou perderam totalmente a noção dos valores que devem ser cobrados pelos bens e serviços que utilizamos diariamente.
Eu mereço, viu...
Para fechar o tempo de vez, as melhores imagens que ainda consegui registrar da breve caminhada interrompida pelo imprevisto dia nublado e pela chuva foram estas:
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