Domingo passado estava andando no centro do Recife e fiquei impressionado com a sujeira e descuido que as ruas apresentam, quando nem sempre os ajustes dependem do poder público, mas sim da iniciativa privada, já que muitos edifícios comerciais precisam de manutenção para ficarem mais apresentáveis ao público, gerando um maior conforto visual para quem anda por ali. Durante a semana, quando o movimento não é tão intenso, talvez nem percebamos isso, mas aos domingos, quando as ruas ficam vazias, podemos observar o estrago geral nas calçadas, muros, paredes e em diversos monumentos históricos que sofrem com as intervenções dos vândalos.
Lixo em locais inadequados, esgotos nas calçadas, ambulantes vendendo comida e sujando tudo, construções inacabadas e tudo mais que possamos encontrar faz do centro da cidade um espaço desorganizado, indiferente ao progresso anunciado para o Estado e capital.
Se todos cuidassem melhor dos seus pontos de comércio e se uma disciplina efetiva fosse feita nas ruas, já contribuíam para que uma limpeza visual fosse conseguida e desse ao público um espaço mais digno para realizar suas atividades e também para que o turismo fosse praticado com mais ênfase pelos visitantes que chegam a cidade diariamente.
No Recife antigo, menina dos olhos de grandes investimentos turísticos, vemos algo mais elaborado e a preocupação é constante com a manutenção dos espaços, embora muitas vezes tenhamos problemas que poderiam ser melhorados com um pouco mais de atenção e esmero nas ações.
A orla da Praia de Boa Viagem está organizada e isso é fruto do acúmulo de turistas que sempre estão por lá, como se não existissem outros espaços para a visitação. apreciar o centro da cidade do Recife nas condições atuais é uma vergonha e basta um olhar para termos a certeza de que os anos só fizeram mal aos monumentos e ruas do já complicado e movimentado centro da cidade.
Mendigos se proliferam em todos os espaços e a sujeira que eles deixam é impressionante, pois fazem das ruas suas casas com direito a banheiro, quarto e cozinha. Os resíduos de urina, fezes e alimentos ficam ali mesmo, na rua, misturados, torcendo para alguém pisar. O pior de tudo é que alguns ambulantes que comercializam alimentos vendem seus produtos bem próximos dessa imundície e o risco de contaminação é bem alto, se é que eles sabem o que é isso.
Contaminação para mim é ver todo o centro da cidade do jeito que está. Parece uma doença corrosiva e que aos poucos vai tirando a beleza da cidade e mostrando que o seu povo também é culpado, já que nem tudo sofre a ação do tempo, mas do homem que suja, destrói e danifica tudo aquilo que foi feito e pensado para proporcionar a sua convivência harmônica com a cidade e com todas as belezas que ela oferece.
Já está na hora do prefeito pensar em outras ações mais eficazes e não somente em ciclovias que deixam o trânsito difícil aos domingos, dia que tínhamos um pouco mais de alívio nesta árdua e tenebrosa tarefa, que é dirigir. Não sou contra as ciclovias, acho válidas e salutares, mas uma estrutura adequada deve ser pensada e não somente criar as intervenções e bloqueios como está acontecendo. Basta circular na cidade aos domingos e feriados para ver como de uma hora para outra todo mundo virou atleta e saem para as ruas com suas bicicletas nem sempre prudentes no trânsito.
A foto ilustra o Rio Capibaribe com a maré baixa e pela quantidade de lixo que notamos nas margens já dá para perceber como os habitantes da cidade estão precisando de educação, de consciência ambiental.
Se nos rios sobra isso, imagine nas ruas...
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