terça-feira, 22 de outubro de 2013

Afogados no Descaso

É gritante a quantidade de casos de vazamento que encontramos nas ruas do Recife e a sensação é que em pouco tempo estaremos afogados num mar de água que poderia ser utilizada para outros fins mais úteis e não gerassem tanto desperdício. Na minha rua há dois focos de estrago e mesmo após várias ligações para a Compesa, que é a companhia responsável pelo serviço, o vazamento ainda continua vigente e mostrando a inércia de um sistema que deveria ser mais eficiente.
Na verdade a Compesa é especialista em fazer ligações mal feitas, pois este mesmo vazamento já foi consertado outras vezes e continua persistente e comprometendo a circulação das pessoas e carros. Consertam e em pouco tempo a água começa a escorrer. Se o trabalho fosse benfeito e com cuidado e atenção, duraria mais tempo. O pior não é ver a água escorrendo; é ligar para a central de atendimento e receber um número infinito do protocolo e uma data prevista para conserto de quase 10 dias. Até lá quanta água terá sido desperdiçada? Certamente muita e ótimas utilidades deixaram de ser feitas.
Enquanto há pessoas morrendo de sede no sertão, ficamos com este desperdício em vários pontos da cidade sem que muitas ações corretas sejam realizadas. Em determinadas situações, o estrago é tão grande que as ruas ficam totalmente alagadas, parecendo um dia de chuva intensa.
Valorizo muito a água, pois no condomínio que moro já passamos sufoco quando o nosso poço secou e tivemos que urgentemente fazer reparos no abastecimento de água. Quando era criança, lá em Garanhuns, era comum faltar água no meu bairro, pois naquela época as residências ainda eram poucas na área que eu morava e isso gerava uma tremenda falta de água.
Lembro bem das vezes que éramos abastecidos por carros pipas ou quando ia tomar banho na casa da minha tia, que morava no cento da cidade, e tinha água com mais regularidade. Hoje a realidade mudou por lá e o bairro que era pequeno, ficou populoso. Minha rua que era só mato, agora é acesso principal. A água chega com mais facilidade, mas ainda falta em alguns dias, especialmente nos períodos de seca e o motivo sempre é o mesmo quando ligamos para a Compesa: "Estourou um cano na barragem". Eita cano da peste, viu... Ela estoura e quem leva cano somos nós!
Aqui no Recife a realidade é diferente. Tenho água todos os dias em casa, mas isso é devido ao fato de morar num bairro mais central e litorâneo. Isso não acontece nos bairros mais afastados e a falta de água é comum de inverno a verão. Como seria bom se os vazamentos pudessem ser contidos em tempo hábil e que a água fosse realmente utilizada em prol da população...
Pagamos caro por um serviço ineficiente há séculos e já está na hora dele melhorar e atender melhor aos requisitos básicos que todos nós desejamos.
Enquanto isso não acontece, ficaremos com a terrível sensação de estarmos nos afogando sem que a água tenha finalidade real e benéfica.

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