Gosto de observar os grafites que são pintados nas ruas das cidades, pois muitos nos trazem informações preciosas da nossa vida, assim como refletem os momentos que a sociedade está passando, sejam eles bons ou ruins.
Muitos não dizem muita coisa, mas primam pelo colorido e fazem das ruas algo mais belo, já que tiram o lugar das sujeiras que geralmente as pessoas fazem nos muros e locais públicos. Alguns locais são até disponibilizados pela prefeitura, que viu nisso uma forma de evitar a bagunça nos mais diversos locais e com isso ter uma "pintura regularizada" e com cara de arte.
A maioria dos grafites fala de violência, de protestos, de amor, de desordem social e, principalmente, de revolta. Muita gente vive infeliz com a vida e tenta nesta manifestação da arte compor o que o seu coração tenta traduzir a cada momento e que muitas vezes fica impedido de falar isso.
A pintura nos refaz e nos faz perceber muitas palavras e sensações num só traço, além de realizar uma viagem visual por muitas cores e formas, sejam elas engraçadas ou sérias demais. Na verdade o que menos pesa nos grafites é a seriedade, pois mesmo quando um tema é denso, a leveza das cores e traços faz com que tudo fique diferente.
Geralmente só encontramos pinturas deste tipo com o uso de caricaturas, de imagens abstratas de desenhos surreais, de abstrações do cotidiano ou do que realmente foge do padrão convencional que sempre encontramos.
Talvez fosse melhor que vida fosse um grafite bem colorido e que as nossas agonias fossem traduzidas em cores e formas, pois assim ficava bem mais fácil pintar a cara de alguém que não presta de preto ou jogar flores naqueles que só pensam em morte.
Vamos deixar nossos muros bem coloridos, mas com a possibilidade de transposição. É bem melhor que eles sejam derrubados do que ficar de pé, só impossibilitando a nossa felicidade plena e mobilidade na vida. O grafite maior depende de nós e esse colorido ninguém pode nos tirar.
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