Depois da grande quantidade de protestos que ocorreram nos últimos meses, era normal que o dia da Independência do Brasil fosse marcado por novas revoltas da população, que agora aprendeu um novo costume, sem muitas vezes entender o real sentido das iniciativas e acontecimentos do Governo, seja ele Federal, Estadual ou Municipal. Protestar é o que vale, mesmo que ele se mostre mais perverso que as iniciativas das quais é contra.
Em Garanhuns tudo foi tranquilo e os desfiles das escolas e forças armadas foram simples, mas mostraram o espírito cívico que sempre deve existir no coração dos brasileiros, pois se não existir amor à pátria, jamais seremos capazes de entender o que realmente queremos para ela. Terminaremos brigando por nada e transformando o nosso grito de insatisfação em vandalismo e baderna.
Vi notícias de protestos em outras cidades que acabaram com brigas, prisões, decepções e muito falatório. Aqui o protesto que existiu foi devido a municipalização da Escola São José, que segundo professores e estudantes será pior para todos. Falaram mal do prefeito, das suas realizações e cobraram mais apego aos projetos de campanha ainda não realizados. Tudo isso de forma pacífica, com faixas bem explicativas e sem agressão e tumulto algum. Foi um encerramento diferente, mas dentro da normalidade e com uma forma normal de cobrar os direitos de cidadãos que cada uma de nós possui.
Outro aspecto bem presente nas apresentações das escolas, foram as homenagens que foram prestadas à Dominguinhos, falecido em Julho, que é filho do município. Mostraram vários aspectos da sua vida e falaram um pouco da sua música, que é tão conhecida por todos, mas que falava pouco da sua cidade natal, Garanhuns. Dominguinhos foi mestre dos sentimentos, das canções certeiras e admiro muito o seu trabalho como compositor e cantor.
O centro da cidade estava lotado e parecia que o tempo não tinha passado na minha mente. Lembrei dos anos que desfilava naquele mesmo espaço e cumpria o meu papel de estudante, levando ao público as informações e temas que as escolas escolhiam para mostrar ao grande público. Não sei se a crise financeira das escolas ou a falta de interesse mudou este perfil, pois a quantidade de ornamentos e de pessoas desfilando caiu consideravelmente e o que percebemos na maioria delas é uma total falta de alegria com o desfile, demonstrando naquele ato uma obrigação e não um ato cívico, onde são lembradas as datas importantes da nossa independência, com todos os seus brasões e bandeiras conhecidas por todos nós.
Hoje somos independentes para realizar tudo, mas temos que nos organizar mais para que esta característica não se torne o nosso grande mal.
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