sábado, 17 de agosto de 2013

Ambientes Modernos, Costumes Antigos

Andando pelo Recife, encontramos modernidade em todos os lugares, mas também desfrutamos de cenas pitorescas e que remetem ao passado, como é o caso dos pescadores que habitam as margens do Rio Capibaribe, no centro da cidade, e fazem do seu trabalho diário, uma forma de presenciar as maneiras mais simples de conseguir alimento e posterior venda aos mercados. 
São várias embarcações e a maioria delas ficam aportadas no final da Rua da Aurora. O colorido das jangadas e dos barcos de pequeno porte remetem a uma atividade que anda meio esquecida nas cidades grandes, pois a poluição afastou os peixes e a maioria das formas de vida que os mares e rios nos proporcionam. Recife é banhada por mar e rio e isso faz desse contexto uma grande chance da prática das atividades de pesca ainda nos dias de hoje.
Outro dia quando passava próximo à casa da cultura, vi alguns peixes sendo vendidos vivos em sacos plásticos, da mesma forma como há tempos atrás e lembro bem quando minha mãe me trazia esses peixes das viagens que fazia ao Recife para realizar alguns tratamentos médicos.
Algumas atividades nunca deixam de ser praticadas, mesmo que estejam sendo feitas de forma mais moderna e que traga mais eficiência ao processo de produção, obtendo mais lucro e evitando o desgaste físico e material, pois em determinados casos nem compensaria ter alguma atividade se a venda dos produtos é cada vez mais rara.
Os peixes vendidos pelos pescadores ficam expostos no centro da cidade mesmo, próximo aos Cais de Santa Rita ou até no Mercado de São José. Pena que a valorização seja pouca, devido a poluição crescente que há nos rios da cidade e também da falta de higiene que muitos pescados possuem, não recebendo acondicionamento adequado e ficando expostos à contaminação, podendo causar diversas doenças aos seus consumidores.
Hoje a maioria dos alimentos que consumimos é comprada nos mercados e cada vez menos encontramos a forma antiga de comprar peixes ou carnes. Outra vez, na Praia de Baía Formosa, fiquei somente observando a volta dos pescadores do mar, cheios de peixes e com muitas oportunidades para os consumidores. Em pouco tempo os alimentos eram vendidos, com o frescor da manhã e com a certeza de serem mais limpos e sem tanta poluição, como nos grandes centros. 
A modernização faz com com muitas pessoas e atividades sejam mudadas, ora por necessidade, ora por comodidade. O que importa é que ainda podemos desfrutar desses meios de sobrevivência em alguns momentos e com isso perceber que nem sempre tudo está perdido e esquecido nos nossos pensamentos e atitudes.
Modernizar é preciso, mas as raízes jamais devem ser arrancadas, pois se assim for a essência jamais será conquistada novamente.

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