O que mais
se falou nesta semana, em todas as mídias possíveis e imagináveis, foram as
declarações da cantora Joelma, da Banda Calypso, e que estavam relacionadas a
opção sexual das pessoas, que, segundo ela, poderiam ser curadas por força da
religião. O que mais me intrigou não foram as informações equivocadas da
Joelma, mas sim a agonia das pessoas para recriminar uma opinião que é dita
diariamente por muitas pessoas e que não sofrem as represálias que ela
está tendo.
A figura
pública que ela é causa este alvoroço todo e faz com que muitas agressões e
piadinhas sejam feitas, maculando a imagem da cantora como se ela não tivesse
um histórico anterior e muitos fãs pelo Brasil. Ela tem o direito de pensar e
falar o que quiser, mesmo que isso pareça um absurdo para muitos.
Não vejo
motivo para que todos repudiem a cantora e digam que suas músicas não valem
nada. Isso eu já escutava desde o início da carreira dela e nunca fui muito fã
do ritmo que é tocado em todos os cantos do país. Entendo a opinião dela, que é
baseada na religião que agora segue e sei que não somente ela possui este
pensamento, mas percebo que a falta de orientação fez com que ela falasse mais
do que deveria.
Se eu
fosse uma figura pública como ela, mediria minhas palavras e evitaria ao máximo
entrar em assuntos controversos e que representassem grande parte da
população, como é o caso dos gays, negros, deficientes e tantas outras
diferenças que encontramos por aí.
Muitos que
criticam não sabem nem o que é opção sexual, quanto mais sobre a cura
disso, que é impossível, já que o homem ou mulher já nascem desta forma e
não se tornam gays por opção. Alguns tem isso mais forte dentro de si e
terminam optando por caminhos mais difíceis de serem aceitos em sociedade, como
é o caso dos travestis, que ainda se tornam figuras carnavalescas em muitas
ocasiões. No final de semana passado estava assistindo a uma
apresentação de teatro de rua e só o fato de três travestis estarem presentes,
já causava uma inquietação na plateia que não prestava atenção em mais nada e
só usava o tempo para criticar os homens, com cara e corpo de mulher.
Assim
mesmo acontece com os gays e a população se faz de boazinha para criar uma
imagem de receptiva e amigável, quando na verdade a língua ferina e os
olhares desencontrados são as formas de expressão mais constantes. Estamos numa
sociedade livre de opinião e podemos dizer qualquer besteira, inclusive
dizer que há cura para um gay.
Não há.
Jamais haverá.
O gay
padece de uma formação genética diferente e que o faz igual a todo
mundo, tendo como diferente somente o gosto pelo mesmo sexo na hora
dos relacionamentos e desejos sexuais. O que a sociedade precisa entender de
uma vez por todas é que todos são iguais e a opção sexual não é fator determinante
de nada, pois todos merecem o mesmo respeito e consideração para tudo que
realizarem na vida.
Joelma
pode falar o que quiser e ela está correta em manifestar sua opinião, mesmo que
contrária a da maioria das pessoas, afinal vivemos ou não em uma sociedade
democrática?
Será que
todo mundo tem que manifestar a mesma opinião sempre?
Até quando
o fator determinante para que a notícia seja jogada no ventilador vai ser a
fama? Vejo evangélicos fervorosos diariamente dizendo o que ela disse e
nem por isso são criticados como ela está sendo.
A
hipocrisia sempre fala mais alto e terminamos esquecendo que a crítica sempre é
mais fácil que a reflexão e que é muito melhor ser uma "Maria vai com as
outras" do que uma pessoa de opinião.
Opinião
existe para ser dita e não precisamos concordar com elas e nem agredir as
pessoas quando dizem coisas que não são pertinentes à nossa realidade ou fogem
demais do contexto. Cabe a cada um de nós ser informado e estudioso sobre os
assuntos e dessa forma falar menos besteiras em cadeia nacional.
Não
aguento mais os sites de notícia com a mesma balela sem fim e isso é algo
que deveria nos afligir, pois o brasileiro possui muitas outras
informações para se preocupar e ficar perdendo tempo com a cura impossível
de uma doença que não existe é, no mínimo, falta de maturidade e
inteligência.
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