Ontem fui visitar o Morro da Conceição e a festa dedicada à Nossa Senhora da Conceição, que todos os anos atrai muitos religiosos e curiosos. Percebi pouco movimento, não sei se foi o horário, mas em anos anteriores vi uma movimentação bem maior na festa que é tradicional aqui no Recife a acontece sempre na primeira semana de Dezembro, tendo seu ponto alto no dia 08, que é o dia dedicado à Santa, que representa Maria concebida sem pecado.
O que me chamou atenção ontem foi a falta de absurdo de uma senhora que estava pedindo esmolas na porta da igreja, pois logo quando cheguei ela ficou implorando por uma ajuda e fazendo um drama danado como se estivesse doente e sem muitas condições físicas para andar. Até aí tudo bem, mas o que mais me impressionou foi a cara de pau dela ao me pedir dinheiro novamente quando eu cheguei perto da Avenida Norte e ainda mais quando ela me reconheceu e ficou toda desconfiada e com aquele ar de "Descobriram minha mentira".
Não sei como, mas ela desceu o morro primeiro que eu.
Eu, quando comecei a descer o morro, passei por ela e quando cheguei lá em baixo ela já estava abordando todos que passavam e contando a mesma história mentirosa em troca de algum dinheiro. Não sei se todas que estavam lá seguem o mesmo ritmo, mas para quem estava aparentemente doente, ela foi nota dez em rapidez e eficiência para descer o morro cheio de escadas e com muitas interferências. Estava melhor que eu, pensei.
Por isso não gosto de dar esmolas, pois na maioria das vezes encontramos pessoas assim: dissimuladas e cheias de mentiras no coração, que se aproveitam de momentos oportunos para contar as suas desgraças inexistentes e com isso macular uma festa tão bonita, como é a que é oferecida a Nossa Senhora da Conceição.
O comércio religioso é bem forte, mas encontramos também muitas barraquinhas com bêbados, prostitutas e meliantes que ficam nas redondezas para encher a cara, conseguir um cliente ou fisgar uma vítima. Nem só de religiosidade vive o morro, infelizmente. Gostaria que fosse assim, mas é difícil conter as pessoas que não entendem o sentido da festa e terminam fazendo todo tipo de barbaridades e pondo em risco a imagem e tradição do local. Percebi muita insegurança também na venda de fogos, pois podíamos encontrar por todos os lados os mais variados tipos, com seus poderes de explosão catastróficos e ainda mais num local de grande aglomeração como é o Morro da Conceição.
Fui, rezei um pouco e voltei. Passei pouco tempo por lá, o suficiente para ficar com uma má impressão dos homens que a cada dia estão mais distantes do que é bom e correto e terminam encontrando em tudo uma forma de acabar com o que é divino e válido para ser vivenciado.
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