Muitas
vezes observo alguns evangélicos realizando trabalhos de louvor e leitura
bíblica nas ruas do Recife e o que mais me chama a atenção é a persistência
deles e a falta de interesse das pessoas em ouvir o que está sendo dito e o que
intensifica esta sensação é a forma como eles abordam as pessoas e terminam
criando uma imagem louca e transtornada de si mesmos, pois quando uma pessoa os
observa tem a plena convicção que eles não são pastores e sim loucos.
Loucos,
não por levarem o nome de Deus para as multidões, mas por realizarem um
trabalho de forma aleatória, gritante e por muitas vezes irritante, já que
escolhem os lugares mais movimentados e barulhentos para montarem suas caixas
de som e realizar seus cultos que não possibilitam nenhuma audição correta do
que realmente desejam passar.
Eles
cantam, fazem leituras, gritam, mas ninguém entende nada, seja pela mistura de
sons ou pela péssima qualidade da aparelhagem que levam consigo. Terminam não
fazendo um trabalho eficaz e passam a imagem de alienados, quando deveriam ser
vistos como pessoas iluminadas e que estejam comprometidas com a divulgação das
palavras de Deus.
Outra
coisa que me chama a atenção é a forma de se vestir, pois com o imenso calor
que faz no Recife, eles ficam montados, de terno preto e gravata e terminam
virando alegorias sem adaptação nenhuma à realidade que encontramos na rua.
Esta fotografia que registrei no último domingo mostra um pouco disso, pois
este homem cantava, gritava, apontava para as pessoas e ninguém dava importância,
pois ele não parecia ser normal e os indícios de loucura eram mais visíveis do
que os que geralmente encontramos nas pessoas que estão no mundo para nos
orientar e nos dar um rumo, como deveria ser o caso dele.
Virou
atração dos turistas que ficavam registrando fotos pitorescas e comentando
entre si aquela visão tão diferenciada numa tarde de domingo, num local
movimentado e cheio de pessoas de todas as crenças. Esse senhor ainda estava
bem na fita e pior são os que ficam na Pracinha do Diário, já que fazem barulho
de verdade e ninguém termina entendendo nada do que eles falam e cantam. Em
meio às prostitutas que habitam o lugar, eles fazem a festa e todos que passam
não compreendem se aquilo é um culto ou uma forma louca e sem sentido de
exaltar o nome de Deus.
Todos
nós temos nossas crenças e isso é bem característico de um país democrático
como o nosso, mas a forma de realizar as nossas atividades deve ser vista e
analisada para que não pareça loucura ou imposição forçada. A persistência deve
existir na fé, na obediência à Deus e não nos devaneios e na forma exagerada de
realizar algo tão bonito e que termina virando comédia nas mãos de pessoas
despreparadas e que não entendem o seu papel verdadeiro dentro da religião que
escolheram e terminam virando uma piada sem graça nenhuma.
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