segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Até Quando?

Alguns paraísos que visitamos e que estão sendo amplamente explorados pelo turismo, tendem a ficar depreciados com o passar do tempo e isso preocupa a perpetuação das belezas que hoje conhecemos e que são importantes para o nosso deleite e lazer.
Ainda bem que algumas paisagens estão preservadas por leis ambientais que impedem o acesso predatório dos homens e faz com que tenhamos limites para utilizar o que a natureza tem para nos mostrar. Onde não há este tipo de proteção, temos que torcer para que tudo seja melhorado e que a consciência das pessoas fale mais alto e deixe um pouco de lado o consumo desenfreado e o aumento de resíduos em locais que deveriam ser limpos e cheios de vida natural.
Imagine se um local como Fernando de Noronha não tivesse todos os limites que são impostos para a sua visitação? A ilha certamente seria outra e não ostentaria um título tão pomposo de preservação ambiental e limpeza. Porto de Galinhas é uma praia bonita, mas amplamente explorada e visitada por gente de todas as partes, que tem na mente Pernambuco como sinônimo de Porto de Galinhas, uma vez que esta é uma das imagens que mais são vendidas nos pacotes de turismo. Fazer o passeio pelos arrecifes e ver os peixes nas águas cristalinas do local é algo inesquecível e todos que já passaram por esta sensação devem imaginar o que estou escrevendo.
Percebe-se que os locais onde as pessoas andam, estão acomodados e a vegetação não é a mesma de alguns trechos que são delimitados por cordas. Notamos que a vegetação está acabando, que os peixes comem ração demais, servida pelos visitantes, e que esta termina sujando as águas. Na areia, a situação não é diferente e nem todos os ambulantes e visitantes possuem conscientização ambiental para juntar o lixo e jogar em local acertado e terminamos notando ao final do dia muita coisa inútil jogada em local inadequado. Sem contar os intermináveis passeios de barco e mergulho que são feitos nos locais onde os peixes residem e que terminam por incomodar o habitat de espécies que estariam quietinhas no seu lugar se não fossem os curiosos e inconvenientes seres humanos que vão lá diariamente para conferir as suas belas imagens. Ainda bem que a maioria dos passeios são feitos com a maré baixa, pois só assim os cardumes ficam visíveis e enchem os olhos dos visitantes. 
São imensos hotéis sendo construídos e desmatando os poucos coqueiros que ainda existem, pois se tem algo que falta em Porto de Galinhas são coqueiros. Gosto da praia, mas confesso que a sombra dos coqueiros deixa qualquer passeio mais tranquilo e menos ardido. A Praia dos Carneiros tem este dom: de ser bela, cheia de piscinas naturais e com muita sombra gratuita dos coqueiros. Em Porto de Galinhas, sombra tem preço.
Até quando toda essa beleza vai durar? Espero que muito, pois um local tão favorecido pela natureza não pode ficar somente na memória dos mais velhos e desconhecido pelos mais novos. Precisamos de mais compromisso com a natureza e regras municipais devem ser criadas pela prefeitura de Ipojuca para evitar o que podemos chamar de saturação de consumo e exploração.

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