segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Congelado

Há mais de 15 anos, quando os CD's foram lançados no mercado fonográfico brasileiro, um exemplar custava, em média, R$ 30,00, R$ 40,00, quando não era mais caro. Hoje em dia, após tantas inflações e mudanças na economia, o que percebemos é que estes estão mais baratos e o preço médio está agora por R$ 20,00, R$ 25,00, quando não estão mais baratos.
A realidade hoje é bem diferente e muitos artistas até disponibilizam os álbuns que gravam para serem baixados gratuitamente na internet, pois já sabem que não podem competir com a grande popularização da pirataria, qua agora está se tornando algo até aceitável e divulgada pelos próprios artistas que se tornam os próprios fornecedores dos seus produtos, sem que isso pareça algo ilegal, já que estes estão autorizando oficialmente e publicamente a obtenção dos arquivos em formato mp3.
Nada comparado, porém, ao gostinho de comprar um CD, ler o encarte, ler as músicas, visualizar as fotos dos artistas e ter na nossa coleção o que gostamos em matéria de música. Eu mudei muito o meu jeito de comprar músicas e desde que o mp3 se popularizou que só compro os CD's depois que eles saem daquela fase de febre no lançamento e com isso ficam com o preço bem mais barato do que o normal. Consigo baixar muitos álbuns com mais antecedência do que a disponibilidade nas lojas e só compro logo no lançamento quando este já está com o preço imbatível ou quando apresenta algum material especial, como uma capa diferenciada ou edição de luxo e limitada.
Estes são os artifícios que os artistas ainda usam para conseguirem vender um pouco mais dos seus álbuns, pois se assim não for, a facilidade do mp3 termina ganhando e fica mais fácil armazenar tudo em pequenos aparelhos de bolso do que em caixas físicas de papel ou plástico que ficam difíceis de serem carregadas para todos os lugares.
Os artistas hoje não ganham mais dinheiro com a venda dos álbuns e sim com os shows que realizam. As gravadoras entram na história somente como distribuidoras e com o nome, mas na verdade quem banca a maioria dos trabalhos são os próprios artistas ou projetos culturais realizados por empresas públicas e privadas.
A venda de CD's nos shows dos artistas se tornou algo comum e antes era uma prática que normalmente não existia e fazia com que todos nós tivéssemos que realmente utilizar as lojas para realizar uma compra. A simplicidade também é algo bem comum hoje nas produções, pois enquanto milhões eram gastos no passado, hoje a prática é ter aliados para conseguir gravar todas as músicas e produzir um CD com poucos custos e muita qualidade, pois se de um lado o mercado teve que ficar barato e acessível, de outro teve que se profissionalizar e exigir dos artistas muitos atributos que precisaram ser construídos, já que muitos e tornaram produtores, letristas, instrumentistas, ilustradores e até divulgadores da sua própria arte.
Encontramos cada vez menos sites destinados aos artistas e esse recurso caro ficou totalmente gratuito nas redes sociais, onde a facilidade de divulgação ajuda muito e faz com que muitas ações sejam amplamente divulgadas a custo zero.
O merdado fonográfico realmente congelou, mas não para de avançar.
O maior avanço foi a popularização e isso é algo que reflete muito positivamente nos nossos bolsos. Ainda bem...

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