Chico César lançou neste mês o CD "Aos Vivos Agora", que é uma réplica do CD que o consagrou, lançado há muito tempo, chamado "Aos Vivos". Estão reunidas neste trabalho praticamente as mesmas músicas do trabalho original, só que agora ele registra isso tudo em DVD, num projeto mais arrojado e bem adaptado ao seu imenso talento musical como cantor e compositor.
Acho que o Chico César e o Zeca Baleiro são os melhores compositores que o Brasil conheceu nos últimos 15 anos, pois puderam trazer um pouco da sua imensa sabedoria e aliar tudo isso aos ritmos regionais e bem nordestinos. Gostaria de ter visto um trabalho inédito e não uma repetição do que já vi, mas mesmo assim as músicas soam diferentes e percebemos uma total integração do público com o artista.
Lembro de um show que ele fez no VI Festival de Inverno de Garanhuns, quando a chuva e o frio foram os mais intensos da época e mesmo assim a praça permaneceu intacta, numa terça-feira, para vê-lo cantar. Era época de lançamento do segundo CD, o "Cuscuz Clã" e ele agradeceu ao público de joelhos, além de ter realizado uma apresentação impecável e animada.
Tenho todos os álbuns do Chico César, alguns em formato tradicional, outros em mp3 e a cada audição fico mais e mais fã deste competente cantor, pois ele nos mostra com sua simplicidade que a beleza musical não precisa ser rebuscada de palavras difíceis, mas de rima, ritmo e musicalidade.
Isso ele usa de sobra e consegue realizar composições que se tornaram importantíssimas para a história da música nacional. Algumas canções como "Orangotanga" e "Beraderô" conseguem extrapolar os limites da imaginação e nos fazem viajar e ter milhares de interpretações para o que parecia muito óbvio e sem um significado mais elaborado.
Este paraibano é a cara do Brasil e tenho certeza que nos fará cada dia mais vivos com as suas composições, nos mostrando o seu trabalho cada dia mais apurado e cheio de significados. As suas músicas soam bonitas nas vozes de cantoras competentes como Maria Bethânia, Zizi Possi, Zélia Duncan, Eliana Printes, Ana Carolina, Rita Ribeiro e tantas outras. Cada uma dá um pouco de si as interpretações dele, mas somente o próprio tem o dom de torná-las realmente únicas. Dificilmente esquecemos a propriedade que ele tem para cantar e mesclar sons com a sua voz diferenciada e bem adaptada às suas composições.
Gosto demais...
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