A Semana Santa marca um momento de reflexão, pois nos lembra a paixão e morte de Cristo, que deu sua vida por todos nós, por amor, muito amor. Existe demonstração maior de afeto do que esta?
Certamente não.
Mas o que percebemos é que o período está recheado de atividades desgovernadas e que remetem ao contrário, pois passam muito longe da mente das pessoas a reflexão e o sentimento de amor. O que geralmente fica é o desapego ao divino e afetação ao que é material e mundano. Não há o sentimento que na minha infância era muito presente e que tinha todo o respeito por todos nós.
A grande parte das pessoas aproveita o período como se fosse uma ressaca do carnaval, um feridão onde tudo é possível, podendo comprometer tudo que um dia aprendemos e até a nossa vida. A religião ainda é forte nesta época e mostra as tradições e rituais que sempre encontrávamos no passado e que foram aos poucos perdendo a força. O que muda é a adesão, pois cada vez menos as pessoas participam das festividades que o período nos reserva e terminam pensando que o chocolate é o símbolo maior do período e que o coelhinho da páscoa é o representante do amor e da paixão.
A forma como tudo se torna comercial é um pouco preocupante porque em pouco tempo as gerações mais novas ficarão alheias a tudo e sem noção do que realmente importa e deve ser mantido nos nossos corações. Se os mais velhos não buscarem preservar isso nos seus filhos, netos e sobrinhos, terminaremos criando uma nova geração que nem saberá ao certo o que é a páscoa e muito menos quem foi Jesus.
Prefiro ficar num momento mais calmo, em família, contemplando o que de bom Deus sempre me proporcionou, pois foi através dos laços familiares que sempre encontrei a resposta necessária para efetivar as minhas caminhadas e conquistas. Nada melhor e mais confortante que isso.
Fica a fotografia do entardecer no Cristo do Alto do Magano, em Garanhuns.
Aqui nasci, aqui me recolho e contemplo a graça que tenho e que carregarei para sempre.
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