Nesta última semana o Brasil todo ficou alerta com a doença do ex-presidente Lula e a forma como ele está sendo atendido e tendo um tratamento diferenciado por estar usando uma rede particular para efetuar todos os exames e procedimentos necessários para a batalha contra o câncer de laringe.
E se fosse no SUS?
Essa história poderia ser bem diferente...
A Revista Época trouxe uma reportagem que aponta alguns exemplos onde o Sistema Único de Saúde funciona, mas se formos considerar os exemplos, poderemos notar que são poucos e não atendem às reais necessidades da população, especialmente dos trabalhadores, que contribuem mensalmente com uma fatia considerável do seu salário para manter um sistema precário, ineficaz e cada vez mais inchado e sem perspectivas.
A confiança no SUS é perdida a cada reportagem que mostra pessoas amontoadas nos corredores esperando atendimento ou nas demoras infinitas por uma consulta ou cirurgias que nem sempre podem esperar. São máquinas que quebram, falta de enfermeiros, médicos que não trabalham, falta de higiene, descontrole total.
Conseguir ser atendido já é uma loteria, pois marcar uma consulta exige das pessoas uma tormenta enorme para ficar numa fila esperando horas, de pé, para marcar um atendimento que muitas vezes é mais ineficiente que o chá de chuchu que fazemos em casa. Sem gosto, sem personalização, sem compromisso.
Até quem paga seu plano de saúde enfrenta problemas, pois como a diversificação nos dias de hoje das operadoras de plano de saúde é muito grande, a qualidade tende a baixar e os atendimentos vão ficando cada vez mais restritos e cheios de perícias, autorizações, limites...
As declarações na internet contra o ex-presidente chegam a ser irritantes, mas servem de alerta para todos nós, pois tenho certeza de que se ele estivesse sendo atendido pelo SUS, não tendo nenhum “ajeitadinho” e seguindo os mesmos caminhos que a maioria dos brasileiros enfrenta, a recuperação seria bem diferente e talvez ele não chegasse até o final para contar a história.
Aqui no Recife temos tido algumas melhorias, mas ainda bem distantes das reais necessidades na nossa população que só cresce e cada vez mais necessita de atendimento, em todas as especialidades. Uma vez pedi a uma amigo, que é professor do curso de enfermagem, que me levasse para conhecer a emergência do Hospital da Restauração e o que vi foram situações horríveis e pessoas sendo tratadas como carnes num açougue ou ficando com a intimidade exposta nos corredores para que todos pudessem conhecer os seus males.
Quem trabalha com recursos humanos sabe como são péssimas as perícias do SUS para os empregados afastados por doença ou acidente trabalho e como eles são liberados para o trabalho quando nem conseguem andar direito, quanto mais realizar atividades laborais que exigem esforço físico e movimentos continuados. É um descaso terrível e terminam transferindo a responsabilidade para as empresas e fazendo com que o trabalhador passe constrangimentos para requerer a renovação do benefício, o que nem sempre tem resposta positiva.
Desejaria que todos pudessem ter melhores condições de atendimento de saúde, seja por meios particulares ou públicos, mas como a grande maioria dos brasileiros não tem condições de custear os atendimentos, o melhor é que a melhoria fosse feita na rede pública e essa pudesse ser realmente eficaz e bem falada. Antes de investir em bolsas disso e daquilo, o governo precisa realmente se preocupara com o que é necessário, saúde e educação.
Agindo nesses dois focos, a melhoria será crescente...
Nós também precisamos contribuir e eleger pessoas realmente capazes de nos representar, cobrando os resultados necessários e não fazendo o Congresso Nacional e do Senado um circo ou um filme de aventura, onde só possuem vez os palhaços, ladrões, aventureiros, vampiros e outras espécies bem conhecidas.
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