quarta-feira, 6 de julho de 2011

Nenhum Tostão


Hoje li uma reportagem que falava sobre um projeto de lei que tramita no Congresso Nacional e que tem o intuito de beneficiar os atletas do futebol que defenderam a Copa do Mundo nos anos de 1958, 1962 e 1970. Se aprovado, esta lei irá pagar mensalmente uma pensão vitalícia para estas pessoas e isso custará aos cofres da União mais de 5 milhões por mês.
Achei interessante a postura de um dos atletas da época, o Tostão, que recusou publicamente o benefício por não achar necessário e também por defender a necessidade do Governo Federal se preocupar com coisas mais importantes e com isso deixar de lado o assistencialismo em demasia. Muitos dos que serão beneficiados abriram o bocão para protestar e alegam que nem todos estão numa situação financeira igual à do Tostão. 
O que há na verdade é uma briga de interesses, pois é muito bom receber um dinheirinho a mais sem ter que fazer uma forcinha para o trabalho. O que todos esquecem é que o Tostão recusou este auxílio porque sempre buscou melhorias na sua vida e não ficou vivendo da fama de campeão da copa, como muitos ainda esperam viver.
Deixou os gramados e foi estudar medicina, exercendo a profissão por muito tempo e hoje se dedica a se escritor e comentarista esportivo. Nem todos buscaram evoluir como ele e hoje vivem em situação financeira complicada e por isso o benefício é tão indispensável.
Isso nos leva a pensar no assistencialismo que impera no Brasil ultimamente, onde este só tem o intuito de acomodar as pessoas e justificar ainda mais a vocação que muitos brasileiros possuem para se aproveitarem das situações para tirar um proveito e ganhar um adicional de renda. 
Se a moda pega, iremos ter benefícios vitalícios para várias pessoas que deram destaque ao nome do Brasil e que hoje podem viver no esquecimento. Da mesma forma como está sendo visto esta "ajuda" para os jogadores de futebol das Copas do Mundo, outros atletas ficarão no mesmo direito de requerer um benefício adicional.
Confesso que nem sempre entendo a função real do Congresso Nacional, pois se ele existe para normatizar nossas funções e criar leis que beneficiem toda a população, por que perdem tempo com tantas besteiras? Fala-se que a previdência anda quebrada e sem condições de se pagar, mas são atitudes como esta que fazem com que os cofres nacionais e a nossa vergonha caiam no fundo do poço, porque o que realmente interessa deixa de ser votado ou nem vai à debate. Parece que a vocação dos deputados e senadores é somente criar dívidas e não amenizar o que já existem. Se for para gastar, que seja com as melhorias das cidades, saneamento básico, educação, habitação popular, alimentação e tantas outras necessidades que o nosso povo necessita. 
Peguem esses 5 milhões que pretendem gastar e consertem a cada mês uma escola estragada e vocês verão os resultados reais no nosso Brasil. Assistencialismo muitas vezes corta a iniciativa das pessoas e faz com que elas fiquem acomodadas para buscar novos horizontes e com isso sair do lugar comum quando a sua atividade principal não lhes oferecer mais possibilidades de ganho financeiro. 
É mais interessante viver por suas próprias possibilidades do que esperar que a ajuda seja sempre dada, sem que nenhum piscar de olhos seja dado.
Nenhum tostão a mais para a falta de iniciativa das pessoas e para a cabeça pequena do Congresso Nacional que a cada dia dá provas da sua inércia e falta de comprometimento com os princípios básicos da sua profissão. 
É muita gente incipiente num só lugar...

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